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Aprendiz

#363637 Embora sua formação acadêmica seja a de engenheiro, Sergio Savian construiu sua carreira em bases muito mais subjetivas: há quase 30 anos, atua como terapeuta de relacionamentos, sobretudo no quesito conquista. Na Escola de Relacionamento Mudança de Hábito, da qual é fundador, e nos livros que escreve, Savian tenta dar jeito aos que não têm lá muita habilidade para começar e cultivar relacionamentos.

Em seu novo livro, "Amor e Sedução para a Mulher do Século XXI", o autor traça um panorama das relações afetivas na atualidade, segundo ele marcadas por individualização, superficialidade e medo da entrega.

A partir de 340 respostas w questões enviadas por leitoras, Savian apresenta ferramentas para que as mulheres compreendam as relações amorosas tais quais são desenvolvidas neste começo do século 21, arranjem um parceiro e construam histórias satisfatórias e reais, longe da idealização que tanto as frustra.

A seguir, leia um trecho do primeiro capítulo em que o autor expõe sua visão sobre a tendência dos relacionamentos e as responde a algumas das questões:

*
Amor: extinção ou transformação?

Conheço muita gente antenada com o momento atual que se queixa de solidão e da incapacidade de encontrar alguém para um relacionamento amoroso. A sensação é que faltam pessoas dispostas a amar, que se comprometam com as relações. O que mais se vê são encontros fugazes, falta de tolerância e do gosto por estar ao lado de alguém simplesmente para papear, dar uma volta no parque, jantar ou ver um filme juntinho. Falta alguém para compartilhar a vida, falta o afeto.

Uma leitora me pergunta: "Será que pessoas assim são uma espécie em extinção? Vale a pena continuar procurando alguém?" Vamos olhar para essa pergunta de duas formas. Primeiro, compreendendo que o momento é esse e não outro, e cabe a cada um de nós ter jogo de cintura para lidar com a situação. Por outro lado, também é preciso entender que o problema não está somente nos outros, mas que todos participam dessa realidade, inclusive nós mesmos. Ninguém mais quer trocar a liberdade e a individualidade por um casamento convencional. Por exemplo: você se cuida, não bebe, não fuma, come alimentos saudáveis. Daí, encontra uma pessoa que come qualquer coisa, bebe, fuma. Eu lhe pergunto: você vai querer um romance com ela mesmo assim? Não creio que sua resposta seja positiva. Não abrimos mão de nossos interesses individuais, do que já conquistamos, do nosso crescimento pessoal e espiritual em função de um amor romântico, como os de antigamente. Nesse sentido, o obstáculo para amar está também dentro de você.

Nessa era de tanta tecnologia, quando as pessoas pensam e agem cada vez mais como máquinas, quando a lei do conforto supera qualquer desejo de um relacionamento mais profundo, o que nos resta é providenciar uma vida que faça sentido, mesmo que não tenhamos ao lado alguém para viver momentos afetivos. Não é à toa que aumenta a quantidade de pessoas que adquire um animal de estimação para não se sentirem sozinhas. Outras se dedicam a algum movimento solidário, senão a uma forma de expressão artística. Mas será que alguma coisa substitui a proximidade, a carícia e a conversação, típicas das relações antigas? Creio que não. Tampouco acredito que ficando melancólicos ou saudosistas vamos resolver a situação, afinal, é sábio que olhemos para a realidade tal como ela é.

A saída é sermos criativos. Com um limão se faz uma limonada. Aproveitamos o que temos e não lamentamos a falta. Quem sabe assim, com tranquilidade e sabedoria, transcendendo a própria carência, tenhamos a sorte, para não falar em habilidade, de abrir o canal para encontrar alguém que nos ofereça algo especial. Digo mais, esse canal é aberto quando fazemos a inversão, oferecendo em vez de pedir. Aprendemos a apreciar o sabor da generosidade. Quem dá é quem deve agradecer. Segundo o Dalai Lama, é impossível sermos felizes se não contribuirmos para a felicidade alheia. Creio que essa é uma boa forma de lidarmos com o amor. E é bem capaz que assim você aproxime um
homem que a reconheça como alguém interessante. Você deixa de ser uma pedinte do amor e torna-se uma mulher que atrai. Gostaria de terminar este texto com duas palavras: humildade e simplicidade. Em minha opinião, é o que precisamos para continuar amando, seja lá qual a cara do amor daqui para frente.

Por que existem tantas mulheres sozinhas no mundo hoje? É "falta de homem" ou existe um fator externo?
Não são somente as mulheres que estão sozinhas. Muitos homens também estão. Dependendo da região, o número de homens ou mulheres é maior, o que propicia essa situação. Em outros lugares, o número de homossexuais é grande. Mas talvez o fator principal seja, hoje, a falta de entusiasmo com o compromisso. No geral, as pessoas estão mais pragmáticas e, na prática, não estão muito interessadas na mão de obra que um relacionamento pede. O pavio está cada vez mais curto. Ninguém suporta os antigos modelos de relacionamento. Os homens não querem se comprometer, mas não podemos esquecer que são as mulheres que mais pedem o divórcio.

Mulher solteira (ou sem um companheiro fixo) é sinônimo de mulher solitária?
Depende da mulher e de como ela encaminha sua vida. Ela pode ter amigos, sair, ter uma vida cultural rica; pode trabalhar, estudar, paquerar, ter amizades coloridas. Assim ela não será uma pessoa solitária.

O casamento está caindo em desuso?
Não dá para afirmar isso. O que observamos é que hoje existem outras formas de se relacionar, além do casamento. Nem sempre
ele é a melhor opção. Para alguns, casar, ter fi lhos e constituir família é bom, mas para outros não.

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