- 03 Fev 2015, 22:25
#930300
Jak sie masz, PUAs!
Término. Quem nunca passou por um? Dependendo de com quem você terminou e das circunstâncias em que ocorreu o término, pode ser que você fique se sentindo um bagaço humano, incapaz de tocar a vida para a frente. É como se sua vida tivesse virado um clipe para uma música do Pablo. A todo instante recebo mensagens privadas perguntando como se faz para superar o término de um relacionamento. Como recentemente passei por um, achei que seria interessante deixar registrada a minha visão sobre isso.
Quando um relacionamento sério ultrapassa um determinado tempo de duração, é normal que alteremos nossos planos de futuro e passemos a neles incluir a nossa cara-metade. De repente, aquela casa que você idealizou em sua mente passou a ser coabitada pela sua parceira e aquela sua viagem dos sonhos à Europa foi de uma aventura solitária a um inesquecível passeio romântico a dois. Independente dessa alteração de planos ser algo consciente ou inconsciente, você a faz – não tem jeito.
Nós, seres humanos, somos criaturas estranhas e contraditórias. Embora saibamos que nada dura para sempre, frequentemente esperamos que o relacionamento em que estamos atualmente inseridos (e, é claro, envolvidos de corpo e alma) seja a exceção.
Quando um relacionamento desse naipe acaba, é comum que fiquemos sem chão. É comum que sintamos uma grande instabilidade interior e soframos um rodízio emocional que alterna entre a tristeza, a raiva, a esperança, a resignação, a revolta, a melancolia, a culpa etc. Uma hora, você se sente triste e culpado por tudo que aconteceu, morrendo de vontade de voltar atrás e consertar o que fez de errado. No momento seguinte, você é dominado pela raiva e se sente um otário por ter amado e confiado em uma pessoa que simplesmente o abandonou sem dó nem piedade. Um dia, você sai com outra pessoa, dá tudo certo e até mesmo se convence de que está finalmente superando o que aconteceu. No dia seguinte, você acorda e olha para aquelas prateleiras vazias que antes eram ocupadas pelos pertences dela, não consegue conter as lágrimas e fica com uma impressão de que voltou à estaca zero, indagando a si mesmo até quando isso irá continuar. Uma série de perguntas passa a permear a sua mente.
- E os nossos planos de futuro?
- E as nossas juras de amor?
- E os nossos amigos em comum?
- E as nossas brincadeiras internas?
A sensação é a de que você está vivendo a vida sem uma parte crucial sua e todas as suas ações rotineiras ficam mecânicas e desprovidas de vigor.
Se você passou por um término e se identificou com o que escrevi, fique tranquilo – você é humano.
E quer saber de uma coisa?
Infelizmente, não temos como fugir das consequências de uma perda. Essa dor é inevitável e até mesmo necessária (pois como já disse Bernardo Stamateas em seu livro “Emoções Tóxicas”, a dor é um momento de transição entre uma realidade antiga e uma nova). Não pense você que, por ser um profissional na área de sedução, eu não passo por isso. Sou, acima de qualquer rótulo, um ser humano – e isso me torna suscetível a toda e qualquer emoção comum à nossa espécie.
O término, bem como qualquer outro tipo de perda, é como se fosse aquela formatação que precisamos ocasionalmente fazer no disco rígido de nosso computador ou celular. Todo aparelho eletrônico vem com o sistema operacional zerado e 100% funcional. Contudo, é normal que, com o tempo, ele comece a ficar sobrecarregado, lento, instável e muito complicado de utilizar. Quando isso acontece, nem sempre um aplicativo de limpeza de disco resolve e a solução é a de formatar o disco rígido (ou seja, apagar tudo que lá havia) e instalar o sistema novamente, do zero.
Você já teve de formatar o disco rígido de um computador ou celular? Se não, fique feliz – pois o processo é trabalhoso e demorado. Além de reinstalar o sistema operacional, temos de reinstalar cada aplicativo que utilizávamos e em seguida ajustar todas as preferências da máquina para que ela possa atender às nossas necessidades. Não é nada difícil encontrar uma pessoa que protele a formatação de um dispositivo eletrônico por conta do trabalho que isso dá. Esse tipo de pessoa é capaz de ficar semanas (possivelmente meses) com a produtividade comprometida/estagnada, reclamando a cada momento do mau desempenho da máquina e entretanto sem tomar atitude alguma.
O grande problema da perda afetiva é esse… Nós sabemos que o sistema está bichado e ficamos protelando a formatação. Às vezes, nós até damos início ao processo, mas logo em seguida o interrompemos (talvez pelo medo de perder dados importantes). Ficamos presos ao sistema inoperável na esperança de que ele torne a ser aquela instalação do passado, onde tudo funcionava direitinho.
E não é por aí, infelizmente. Muitas vezes, a vida se resume ao que deve ser feito, não ao que queremos fazer.
Como já diz o meu amigo Gabriel Ferreira, vulgo Faceman, a realidade é que não temos nada além da nossa experiência, conhecimento, habilidades e sabedoria. O restante, podemos perder a qualquer momento e aprender isso é um exercício de desapego. É igual à desilusão. Ela dói, mas não é negativa – pelo contrário, é positiva, pois te liberta de uma ilusão criada pela sua mente.
Por mais doloroso que seja (e acredite em mim, sei muito bem como dói), não protele e tampouco suspenda a sua formatação pessoal – até porque, a cada formatação que fazemos em nossos computadores e/ou celulares, o dispositivo melhora (pois nós aprendemos, com os problemas da instalação antiga, o que deve e o que não deve ser feito). Na vida, não poderia ser diferente e é isso que nos amadurece e nos dá sabedoria.
Viva a sua dor (pois aquilo ao qual você resiste, persiste), mas evite ficar preso ao passado e lamentando aquilo que você não mais tem. Isso é persistir em utilizar uma instalação antiga que só comprometerá o seu desempenho. Comece a viver um dia de cada vez. Eventualmente, você será capaz de olhar para trás sem sentir a dor. Lembre-se de que ser forte não é ser imune à dor, e sim senti-la e ainda assim ser capaz de agir.
Conforme Elliott Hulse muito bem postulou, você precisa se desfazer de quem você é para experimentar quem você pode vir a se tornar, e a habilidade de se desprender é uma das chaves para a verdadeira força humana.
Improvise, adapte e supere.
— Chameleon
Término. Quem nunca passou por um? Dependendo de com quem você terminou e das circunstâncias em que ocorreu o término, pode ser que você fique se sentindo um bagaço humano, incapaz de tocar a vida para a frente. É como se sua vida tivesse virado um clipe para uma música do Pablo. A todo instante recebo mensagens privadas perguntando como se faz para superar o término de um relacionamento. Como recentemente passei por um, achei que seria interessante deixar registrada a minha visão sobre isso.
Quando um relacionamento sério ultrapassa um determinado tempo de duração, é normal que alteremos nossos planos de futuro e passemos a neles incluir a nossa cara-metade. De repente, aquela casa que você idealizou em sua mente passou a ser coabitada pela sua parceira e aquela sua viagem dos sonhos à Europa foi de uma aventura solitária a um inesquecível passeio romântico a dois. Independente dessa alteração de planos ser algo consciente ou inconsciente, você a faz – não tem jeito.
Nós, seres humanos, somos criaturas estranhas e contraditórias. Embora saibamos que nada dura para sempre, frequentemente esperamos que o relacionamento em que estamos atualmente inseridos (e, é claro, envolvidos de corpo e alma) seja a exceção.
Quando um relacionamento desse naipe acaba, é comum que fiquemos sem chão. É comum que sintamos uma grande instabilidade interior e soframos um rodízio emocional que alterna entre a tristeza, a raiva, a esperança, a resignação, a revolta, a melancolia, a culpa etc. Uma hora, você se sente triste e culpado por tudo que aconteceu, morrendo de vontade de voltar atrás e consertar o que fez de errado. No momento seguinte, você é dominado pela raiva e se sente um otário por ter amado e confiado em uma pessoa que simplesmente o abandonou sem dó nem piedade. Um dia, você sai com outra pessoa, dá tudo certo e até mesmo se convence de que está finalmente superando o que aconteceu. No dia seguinte, você acorda e olha para aquelas prateleiras vazias que antes eram ocupadas pelos pertences dela, não consegue conter as lágrimas e fica com uma impressão de que voltou à estaca zero, indagando a si mesmo até quando isso irá continuar. Uma série de perguntas passa a permear a sua mente.
- E os nossos planos de futuro?
- E as nossas juras de amor?
- E os nossos amigos em comum?
- E as nossas brincadeiras internas?
A sensação é a de que você está vivendo a vida sem uma parte crucial sua e todas as suas ações rotineiras ficam mecânicas e desprovidas de vigor.
Se você passou por um término e se identificou com o que escrevi, fique tranquilo – você é humano.
E quer saber de uma coisa?
Infelizmente, não temos como fugir das consequências de uma perda. Essa dor é inevitável e até mesmo necessária (pois como já disse Bernardo Stamateas em seu livro “Emoções Tóxicas”, a dor é um momento de transição entre uma realidade antiga e uma nova). Não pense você que, por ser um profissional na área de sedução, eu não passo por isso. Sou, acima de qualquer rótulo, um ser humano – e isso me torna suscetível a toda e qualquer emoção comum à nossa espécie.
O término, bem como qualquer outro tipo de perda, é como se fosse aquela formatação que precisamos ocasionalmente fazer no disco rígido de nosso computador ou celular. Todo aparelho eletrônico vem com o sistema operacional zerado e 100% funcional. Contudo, é normal que, com o tempo, ele comece a ficar sobrecarregado, lento, instável e muito complicado de utilizar. Quando isso acontece, nem sempre um aplicativo de limpeza de disco resolve e a solução é a de formatar o disco rígido (ou seja, apagar tudo que lá havia) e instalar o sistema novamente, do zero.
Você já teve de formatar o disco rígido de um computador ou celular? Se não, fique feliz – pois o processo é trabalhoso e demorado. Além de reinstalar o sistema operacional, temos de reinstalar cada aplicativo que utilizávamos e em seguida ajustar todas as preferências da máquina para que ela possa atender às nossas necessidades. Não é nada difícil encontrar uma pessoa que protele a formatação de um dispositivo eletrônico por conta do trabalho que isso dá. Esse tipo de pessoa é capaz de ficar semanas (possivelmente meses) com a produtividade comprometida/estagnada, reclamando a cada momento do mau desempenho da máquina e entretanto sem tomar atitude alguma.
O grande problema da perda afetiva é esse… Nós sabemos que o sistema está bichado e ficamos protelando a formatação. Às vezes, nós até damos início ao processo, mas logo em seguida o interrompemos (talvez pelo medo de perder dados importantes). Ficamos presos ao sistema inoperável na esperança de que ele torne a ser aquela instalação do passado, onde tudo funcionava direitinho.
E não é por aí, infelizmente. Muitas vezes, a vida se resume ao que deve ser feito, não ao que queremos fazer.
Como já diz o meu amigo Gabriel Ferreira, vulgo Faceman, a realidade é que não temos nada além da nossa experiência, conhecimento, habilidades e sabedoria. O restante, podemos perder a qualquer momento e aprender isso é um exercício de desapego. É igual à desilusão. Ela dói, mas não é negativa – pelo contrário, é positiva, pois te liberta de uma ilusão criada pela sua mente.
Por mais doloroso que seja (e acredite em mim, sei muito bem como dói), não protele e tampouco suspenda a sua formatação pessoal – até porque, a cada formatação que fazemos em nossos computadores e/ou celulares, o dispositivo melhora (pois nós aprendemos, com os problemas da instalação antiga, o que deve e o que não deve ser feito). Na vida, não poderia ser diferente e é isso que nos amadurece e nos dá sabedoria.
Viva a sua dor (pois aquilo ao qual você resiste, persiste), mas evite ficar preso ao passado e lamentando aquilo que você não mais tem. Isso é persistir em utilizar uma instalação antiga que só comprometerá o seu desempenho. Comece a viver um dia de cada vez. Eventualmente, você será capaz de olhar para trás sem sentir a dor. Lembre-se de que ser forte não é ser imune à dor, e sim senti-la e ainda assim ser capaz de agir.
Conforme Elliott Hulse muito bem postulou, você precisa se desfazer de quem você é para experimentar quem você pode vir a se tornar, e a habilidade de se desprender é uma das chaves para a verdadeira força humana.
Improvise, adapte e supere.
— Chameleon