- 14 Fev 2014, 19:53
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Na verdade o texto em si não é de Spinoza, mas de alguém que se inspirou nas obras de Spinoza sobre Deus. Spinoza vê a Deus com uma concepção monista e panteísta.
Monista porque existe uma substância única da qual todo o resto pode ser reduzido ou religado a ela, como parte constituinte, assim como as palavras são extensão dos pensamentos e os pensamentos uma extensão da mente, algo mais substancial do que os pensamentos e palavras que dela fazem parte, Deus seria este algo substancial, do qual todo o resto faz parte.
Panteísta porque, já que para Spinoza só existe uma substância única da qual todo o resto faz parte, para ele esta substância só pode ser algo capaz de abarcar todo o resto, como a natureza ou o próprio universo, por tanto para Spinoza Deus e o universo são um só uma mesma realidade.
Resumindo, Deus é a substância única e tudo que existe pode ser ligada ou resumida a esta substância. Deus é a própria natureza, o próprio universo.
Este texto é inspirado em Spinoza em alguns quesitos, como por exemplo em sentir e perceber Deus aonde quer que estivermos, como no sorriso de uma criança ou no nascer do sol, já que Deus seria tudo isso. Mas não é um texto de de Spinoza simplesmente porque Spinoza nunca faria um discurso de Deus na primeira pessoa, como se o próprio Deus estivesse falando, pois Spinoza não via a Deus como a igreja, de uma forma pessoal e antropomórfica, criador e separado de sua criação, mas sim como a substância que cria a tudo, onde o tudo é ele mesmo.
De todo caso realmente é um texto que nos faz refletir, e para quem tiver interesse em conhecer mais sobre Spinoza e sua concepção de Deus, leia a obra "A Ética de Spinoza", lá tem um tratado inteiro sobre sua concepção de Deus, de liberdade e outros temas importantes.