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Criador do tópico

malukaodoido

Veterano - nível 10

#914780 Hey como vão? espero que bem. Bom vi esse artigo e achei realmente foda! explicando o porque relacionamento fracassa e acaba.

“…e viveram felizes para sempre!”


Vocês já repararam que todo conto de fadas começa com uma trama complicada, na qual existem muitas barreiras, monstros e pessoas malévolas querendo impedir que o mocinho seja feliz com a mocinha? E que, depois de muitas batalhas, lutas, suor e força, eles finalmente conseguem viver o tão conhecido “felizes para sempre”?

Pois é, esse é sempre o final da história: “..e eles viveram felizes para sempre”. Como esse final feliz se dá sempre a partir do ponto em que os dois se encontram, ficamos com a falsa impressão de que o simples fato de eles se gostarem basta para que a alegria e a harmonia sejam eternas.

O fato é que esqueceram de nos contar que o verdadeiro desafio começa exatamente depois desse ponto, depois que eles passam a se conhecer. A vida a dois requer muito cuidado, atenção, respeito, e requer que se esteja disposto a ser cada dia melhor. É buscar o crescimento contínuo, onde um contribui com o crescimento do outro. E que tal irmos um pouco além? Dentro do contexto dos contos de fadas, percebemos que a verdade é que os vilões estão dentro de cada um dos protagonistas. As verdadeiras batalhas devem ser travadas no interno de cada um.

Buscamos desesperadamente o nosso par ideal sem nos dar conta de que, antes que isso aconteça, é necessário estar em comunhão com a própria alma. Ao procuramos um parceiro, também procuramos uma forma de preencher um imenso vazio. É como se quiséssemos preencher um buraco na parede de concreto com água. Como eles não são feitos da mesma matéria, a parede vai continuar com o seu buraco e a água vai escoar. Não dá para preencher o vazio de uma pessoa com o que tem no outro. Devemos nos livrar do conceito equivocado de que somos metades em busca de outra metade. Isso faz parte do amor literário, aquele dos contos de fadas, e não do amor real. Ao pensarmos que somos metades de alguém, acabamos por deixar o outro preso nas nossas expectativas. O outro passa a ser um personagem para nos agradar, para suprir as carências que temos, para preencher os buracos internos! Mas ninguém tem a obrigação de ser um personagem para ninguém, não é mesmo? Então, não seria justo que quiséssemos ser inteiros para poder oferecer um ser completo à pessoa que se ama? Não seria essa a verdadeira extensão do amor?

Então, fica claro que, quando a busca no outro é de preencher o vazio que nos aflige, o relacionamento já está fadado ao fracasso. Estaremos predestinados a viver uma ilusão, um conto de fadas; porém, sem o “felizes para sempre”! Fica portanto evidente que cada um de nós deve buscar compreender o que de fato significa estar em comunhão consigo mesmo. Somos uma obra divina, e como a ideia sugere, isto significa que devemos construir. E essa é a maior obra de nossas vidas: construir o que se quer ser! Para uma vida a dois, é necessário que cada um faça de si mesmo um pilar firme que sustente tudo o que envolve essa nova possibilidade. É fundamental ter coragem de olhar para as nossas feridas com sinceridade, e procurar em nós mesmos a cura. Não temos o direito de delegar ao outro esta responsabilidade.

Parece batido o conceito que tanto ouvimos de que precisamos aprender amar a nós mesmos antes de querer amar ao próximo. Mas será que compreendemos o que isso quer dizer? Como podemos desenvolver o amor-próprio se, quando olhamos para dentro, encontramos apenas fragmentos e resquícios de um ser incompleto? O amor por nós mesmos é necessário, porque somente através dessa compreensão e desse sentimento pleno, poderemos oferecê-lo para outra pessoa. Afinal, só oferecemos aquilo que temos. Experimentamos o verdadeiro amor primeiramente no interno para depois experimentá-lo no externo. Esse amor será então uma maneira de estender uma pessoa na outra. Quando presenteamos alguém, por acaso entregamos um presente incompleto, com uma parte faltando? Seria como presentear alguém com flores sem pétalas, uma caixa de bombons vazia, um relógio sem ponteiros…

Se amor é extensão, por que queremos somente receber da pessoa supostamente amada? Por que criamos tantas expectativas de que nossa felicidade depende dessa outra pessoa? É importante ter cuidado com essa dependência, pois corremos o risco de “amar” a pessoa não como ela é, mas como gostaríamos que ela fosse. Saint Exupery escreveu: “você é responsável por aquilo que cativas”. Veja que somos responsáveis por aquilo que cativamos e não proprietários. O sentimento de posse nasce justamente porque projetamos no outro a responsabilidade por preencher nosso próprio vazio. A insegurança surge, porque a possibilidade de o outro não nos pertencer nos fará encarar o fato de que somos incompletos.

Porém, apesar de sermos seres perfeitos em potencial, ainda estamos em processo de desenvolvimento e aprendizado. É claro que ainda cometemos muitos erros, e estes, muitas vezes, são incompreendidos por nossos parceiros. No conto de fadas, esqueceram também de nos contar que o príncipe acorda de mau humor e que a princesa tem TPM. Temos temperamentos diferentes e é natural que haja divergências de ideias. Mas, quando essas surgirem, é fundamental que se tenha elementos que ajudem a resolvê-los com muito amor. A compreensão e respeito mútuo fazem com que o amor seja descoberto conforme as qualidades e defeitos passam a ser conhecidos, pois isso sim é realidade. A ideia de perfeição faz parte da ilusão dos contos de fadas.

O verdadeiro amor não é doído, sofrido, mas sim alegre e leve! O verdadeiro amor se expressa quando as coisas estão em ordem! É equilíbrio, é liberdade. Se amamos alguém, devemos amar esse alguém exatamente porque ele é livre. E, em sendo livre, o amamos porque suas escolhas vão de encontro ao crescimento de ambos. Um relacionamento saudável deve levar ao crescimento individual, em que um impulsiona o outro a querer ser melhor a cada dia.

Muitas vezes iniciamos um relacionamento pelo instinto. É natural que procuremos um par, já que somos dotados do instinto de perpetuação da espécie. Mas sabemos que somos muito mais complexos do que os outros animais e o físico nunca vai nos satisfazer por completo. E até o relacionamento físico é algo que devemos cuidar e cultivar. Todos os aspectos são importantes para que a obra seja completa.

Se encararmos o relacionamento como a obra de uma casa, faremos o nosso melhor, pois é lá que iremos morar. E toda casa requer constantes reformas, mudanças, nem que sejam apenas melhorias, ampliações para que esta se torne um lugar cada vez mais aconchegante. E por quê decidimos construir essa casa? Porque queremos fazer dela um lar. Um lar onde nossas almas, agora não viverão mais sozinhas, onde abrigaremos nossos filhos e onde realmente seremos felizes para sempre, desde que mantenhamos a observação e o cuidado constante. É alentadora essa possibilidade, não é mesmo? Então, faça dela uma realidade, pois os relacionamentos foram feitos para isso: para, através da comunhão do masculino e do feminino, estarmos mais próximos de Deus.

Se você não estiver neste caminho, reflita sobre isso. Olhe para dentro, em primeiro lugar. Os relacionamentos baseados na ilusão tendem a ter outros destinos: eles podem terminar de forma drástica, causando muitas feridas; ou podem ter o final “… e viveram aprisionados para sempre.”


Autores: Willian Tello
Juliana Kurokawa
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Queiroga

Veterano - nível 9

#916195 Foda mesmo! Já está nos favoritos!
Quando nos prendemos a outra pessoa, esquecemos que a felicidade vem de dentro!
Desapegue-se dos fatores externos e ame a si mesmo!
Último pulo porQueiroga no 02 Mar 2015, 22:34