- 06 Dez 2011, 02:31
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Émile Durkheim, em uma de suas obras fundamentais, As regras do método sociológico, publicado em 1895, formulou com clareza a força com que os fatos exercem sobre o individuo, levando-os a conformarem-se às regras da sociedade em que vivem, independente de sua vontade e escolha. Voltando o olhar para o século XXI, essa questão nunca foi tão atual.As pessoas hoje tem pecado pelo excesso de influências: exagera-se no consumo de tudo, a necessidade transformou-se em obsessão, o amor com a carência, a liberdade com a libertinagem, e as fantasias se transformaram em objetivos, ou seja, a alienação, na era da informação não declinou, ao contrário, evoluiu. Salvo exceções, o homem não procura mais destacar-se e sim adaptar-se: a regra é ser rico? Não importa se ele gosta da idéia ou não, ele será; o meio em que vive interfere até mesmo na escolha de sua alimentação, de seus vícios, de seu relacionamento e por incrível que pareça até em seu corte de cabelo.
Este mesmo homem não está motivado por seus sonhos ou desejos, faz apenas o que dele esperam: ele vai ser um bom marido mesmo que nunca tenha desejado ser um e passará uma vida toda frustrado; ele vai namorar aquela garota insuportável apenas porque os outros a acham uma anoréxica gata ou a mais “poposuda” da balada; ele vai trabalhar como um louco porque disseram que ele tem que ser bem-sucedido enquanto os bons momentos se esvaem; ele vai deixar de fazer o que gosta para ser aceito pelos amigos ou pela mulher dos seus sonhos (obs.: sonhos podem virar pesadelos e acabam em divórcio).
Vencido o moralismo cínico de algumas décadas, o homem afogou-se na vida moderna da rotina, uma existência mecânica, uma prisão sem grades, onde tudo termina em tédio mais cedo ou mais t arde. Por mais que ele busque nunca está satisfeito e a sensação de inutilidade é a ponta do iceberg, é a porta do desperdício de uma vida inteira para aquele que não caminha para um objetivo concreto, perdendo a autoridade sobre si, transformando-se num ser destrutivo.
O empobrecimento psicológico é resultado de uma educação insegura, uma orientação ignorante quando se perde a convicção do que se quer e não há amor próprio e isso tem se tornado uma epidemia em meio às novas gerações que vem crescendo sem o apoio familiar. O vazio e a solidão nesse ponto são inevitáveis e a aceitação social passa a ser vital. Começa-se a depender do grupo e não a viver nele, o que era para ser humano torna-se uma marionete fútil e sem graça.
O problema não é o seu trabalho ou o desemprego, ou sua namorada, ou esposa, não são seus filhos (ou a falta deles), sua família, não é o seu time de futebol que perdeu na semana passada, nem a falta de dinheiro (ou o excesso dele), nem seus amigos baladeiros, nem sua barriga saliente, o tamanho do seu pênis ou seu desempenho sexual, nem a marca ou o ano do seu carro, as roupas que você veste, ou o fato de você ter sofrido a maior decepção da sua vida... Seu problema está em desprender-se do coletivo e olhar para si e isso não é uma tarefa fácil.
Seu maior obstáculo é a falta de prazer por estar vivo, é a fome que sente por suas metas de liberdade, a sinceridade com si mesmo e a responsabilidade com suas escolhas. Quando você se ama, torna-se seguro e mantém com coragem a tão benéfica personalidade independente. Para viver em grupo de forma saudável o homem precisa aceitar-se, desenvolver seus potenciais e saber que o alicerce de si mesmo está em seu equilíbrio psicológico, na sua coragem para enfrentar suas frustrações e buscar sua felicidade e não na opinião alheia.
Não existe uma receita mágica para o autoconhecimento. È uma luta individual, a chance para se realizar e desenvolver seus potenciais e qualidades. O homem que assume quem é, o que quer, o que gosta e aonde quer chegar apresenta percepções íntimas, profundas e originais que afloram na pele deixando-o único e atraente. Ele tem coragem de evoluir, sabe que tudo na vida são fases e ele vai superar seus erros e suas decepções.
O homem quando busca a si mesmo não está à procura da formação de seu caráter (algo, que para mim, já está claro desde a infância), mas sim na estrutura de seus valores e na forma como administra sua própria personalidade, não deixando que o todo faça dele um depósito de lixo. Sua postura firme e convicta diante de uma limitação social é que vai dizer quem ele é e aonde vai chegar. O prazer da vida está em fazer diferença quando tudo ao nosso redor está exatamente como deve ser (ou melhor, como os outros dizem que deve ser).
Autoria: Flávia A.P
“Um quadro nunca é belo se não for autêntico”
R. May
R. May
Émile Durkheim, em uma de suas obras fundamentais, As regras do método sociológico, publicado em 1895, formulou com clareza a força com que os fatos exercem sobre o individuo, levando-os a conformarem-se às regras da sociedade em que vivem, independente de sua vontade e escolha. Voltando o olhar para o século XXI, essa questão nunca foi tão atual.As pessoas hoje tem pecado pelo excesso de influências: exagera-se no consumo de tudo, a necessidade transformou-se em obsessão, o amor com a carência, a liberdade com a libertinagem, e as fantasias se transformaram em objetivos, ou seja, a alienação, na era da informação não declinou, ao contrário, evoluiu. Salvo exceções, o homem não procura mais destacar-se e sim adaptar-se: a regra é ser rico? Não importa se ele gosta da idéia ou não, ele será; o meio em que vive interfere até mesmo na escolha de sua alimentação, de seus vícios, de seu relacionamento e por incrível que pareça até em seu corte de cabelo.
Este mesmo homem não está motivado por seus sonhos ou desejos, faz apenas o que dele esperam: ele vai ser um bom marido mesmo que nunca tenha desejado ser um e passará uma vida toda frustrado; ele vai namorar aquela garota insuportável apenas porque os outros a acham uma anoréxica gata ou a mais “poposuda” da balada; ele vai trabalhar como um louco porque disseram que ele tem que ser bem-sucedido enquanto os bons momentos se esvaem; ele vai deixar de fazer o que gosta para ser aceito pelos amigos ou pela mulher dos seus sonhos (obs.: sonhos podem virar pesadelos e acabam em divórcio).
Vencido o moralismo cínico de algumas décadas, o homem afogou-se na vida moderna da rotina, uma existência mecânica, uma prisão sem grades, onde tudo termina em tédio mais cedo ou mais t arde. Por mais que ele busque nunca está satisfeito e a sensação de inutilidade é a ponta do iceberg, é a porta do desperdício de uma vida inteira para aquele que não caminha para um objetivo concreto, perdendo a autoridade sobre si, transformando-se num ser destrutivo.
O empobrecimento psicológico é resultado de uma educação insegura, uma orientação ignorante quando se perde a convicção do que se quer e não há amor próprio e isso tem se tornado uma epidemia em meio às novas gerações que vem crescendo sem o apoio familiar. O vazio e a solidão nesse ponto são inevitáveis e a aceitação social passa a ser vital. Começa-se a depender do grupo e não a viver nele, o que era para ser humano torna-se uma marionete fútil e sem graça.
O problema não é o seu trabalho ou o desemprego, ou sua namorada, ou esposa, não são seus filhos (ou a falta deles), sua família, não é o seu time de futebol que perdeu na semana passada, nem a falta de dinheiro (ou o excesso dele), nem seus amigos baladeiros, nem sua barriga saliente, o tamanho do seu pênis ou seu desempenho sexual, nem a marca ou o ano do seu carro, as roupas que você veste, ou o fato de você ter sofrido a maior decepção da sua vida... Seu problema está em desprender-se do coletivo e olhar para si e isso não é uma tarefa fácil.
Seu maior obstáculo é a falta de prazer por estar vivo, é a fome que sente por suas metas de liberdade, a sinceridade com si mesmo e a responsabilidade com suas escolhas. Quando você se ama, torna-se seguro e mantém com coragem a tão benéfica personalidade independente. Para viver em grupo de forma saudável o homem precisa aceitar-se, desenvolver seus potenciais e saber que o alicerce de si mesmo está em seu equilíbrio psicológico, na sua coragem para enfrentar suas frustrações e buscar sua felicidade e não na opinião alheia.
Não existe uma receita mágica para o autoconhecimento. È uma luta individual, a chance para se realizar e desenvolver seus potenciais e qualidades. O homem que assume quem é, o que quer, o que gosta e aonde quer chegar apresenta percepções íntimas, profundas e originais que afloram na pele deixando-o único e atraente. Ele tem coragem de evoluir, sabe que tudo na vida são fases e ele vai superar seus erros e suas decepções.
O homem quando busca a si mesmo não está à procura da formação de seu caráter (algo, que para mim, já está claro desde a infância), mas sim na estrutura de seus valores e na forma como administra sua própria personalidade, não deixando que o todo faça dele um depósito de lixo. Sua postura firme e convicta diante de uma limitação social é que vai dizer quem ele é e aonde vai chegar. O prazer da vida está em fazer diferença quando tudo ao nosso redor está exatamente como deve ser (ou melhor, como os outros dizem que deve ser).
“Porque ninguém sente prazer em debater com o que é essencialmente estéril"
Goethe
Goethe
Autoria: Flávia A.P