- 29 Out 2012, 11:21
#731748
É isso mesmo melhore em tudo, atraves da auto hipnose
Nosso consciente - onde mora a razão - constitui apenas um quinto da nossa existência. A hipnose e a auto-hipnose, cuja origem, de tão antiga chega até mesmo a ser desconhecida, têm permitido que milhões de pessoas no mundo inteiro achem diariamente o caminho para os quatro quintos restantes. E quem pode negar que estes quatro quintos não são exatamente os mais interessantes?
De nossa parte, pretendemos aqui apresentar aos leitores uma visão bem objetiva sobre este assunto tão fascinante, traduzindo da forma mais didática possível alguns princípios universais desta prática que PODE TRAZER BENEFÍCIOS INCALCULÁVEIS para qualquer pessoa. Cabe ressaltar, entretanto, que no Brasil a prática da hipnose é regulamentada por decreto sendo seu exercício profissional restrito aos profissionais médicos. Não há, todavia, qualquer restrição legal ou médica para a prática da auto-hipnose, que chega a ser recomendada por psiquiatras, clínicos e psicólogos, como terapia coadjuvante em diversas patologias, tais como:
1 - Dores de cabeça crônicas de natureza conhecida ou não
2 - Dores de estômago
3 - Dores dos ovários
4 - Dores reumáticas e nevrálgicas
5 - Insônia
6 - Perturbações histéricas (principalmente paralisias das extremidades e afonia - perda da voz)
7 - Distúrbios da menstruação
8 - Sonambulismo espontâneo
9 - Sonhos aflitos
10 - Perda assintomática do apetite
11 - Alcoolismo
12 - Distúrbios da fala, principalmente a gagueira
13 - Perturbações nervosas da vista
14 - Zumbido nos ouvidos
15 - Agorafobia (medo de ficar em grandes lugares abertos e lugares públicos)
16 - Cãimbras
17 - Distúrbios da aprendizagem
18 - Maus hábitos (como roer unhas, por exemplo)
19 - Ansiedade
20 - Perda da capacidade de concentração etc.
Como você pode ver, as possibilidades das técnicas hipnoterápicas são imensas. Particularmente no que diz respeito à "aprendizagem" os resultados chegam a ser impressionantes. Através de um relaxamento bem feito e formulações apropriadas, pode-se em curto espaço de tempo:
1) Desenvolver a capacidade criativa
2) Melhorar substancialmente a memória
3) Aumentar a auto-estima
4) Corrigir maus hábitos (como a gula, que leva à obesidade)
5) Obter um sono reparador (que é fundamental para a aprendizagem)
6) Vencer a timidez
7) Vencer determinados medos (até mesmo a síndrome do pânico)
8) Acabar com a ansiedade ou reduzi-la a níveis aceitáveis
9) Corrigir erros de postura
10) Melhorar o raciocínio etc.
AUTO-HIPNOSE
Vencendo as próprias barreiras
Hoje em dia, ninguém mais duvida que o estudo do hipnotismo aumenta em muito nossa capacidade de viver plenamente sob diversos aspectos; este estudo nos torna capazes de solucionar muitos enigmas que nos têm intrigado. Quando descobrimos que até mesmo alterações orgânicas podem ser causadas por sugestões, passamos atribuir, imediatamente, um maior valor às influências mentais na nossa vida e passamos também a entender como as moléstias chamadas imaginárias (mas que realmente não o são) podem ser curadas através dessas mesmas influências mentais.
Poucas são as pessoas que não se impressionam quando um vizinho ou amigo (às vezes até de brincadeira) diz que parecem doentes, não é mesmo? E se impressionam mais ainda quando estas considerações são cumulativas; o vizinho diz, o colega de trabalho diz, o cunhado diz, o dono do boteco diz... Pois bem, assim como a sugestão pode afastar a dor (nos seus múltiplos significados) , pode também criá-la e fortalecê-la. É por isso que pouco ajudamos a estas pessoas impressionadas dizendo que tais doenças são imaginárias, pois mesmo que sejam realmente imaginárias, pertubam-nas tanto como se fossem reais.
A expressão “dor imaginária”, ou “doença imaginária”, que é usada por muitos médicos e até por leigos, é cientificamente falsa. Breuer comparou muito bem “dores imaginárias” com alucinações. Ora, podemos dizer que o objeto da alucinação seja imaginário, mas é falso dizer-se que a percepção seja imaginária. Esta será a mesma, quer seja o objeto imaginário ou não.
O mesmo se passa quando a dor é sentida, seja o médico capaz ou não de descobrir sua causa física. Podemos dar a uma dor, sem sintomas objetivos, o nome que quisermos dar, porém, devemos estar certos que ela é uma conseqüência necessária de algum distúrbio real. Certas idéias subjetivas causam tanta dor quanto um espinho penetrante na nossa pele. Eliminá-las é tão dever de um médico quanto é seu dever tirar o espinho que o atormenta.
Também podemos estender esta idéia de "dor" ao campo comportamental, e, no nosso caso, particularmente ao campo educacional. Quantos estudantes fazem refletir nas suas notas a dor do medo, da insegurança, da "consciência de incapacidade"? Soubessem eles que tudo isso pode ser resolvido sem remédios ou aulas particulares, e que ter ou não ter talento é uma decisão própria de cada um, as coisas se tornariam bem mais fáceis.
Qualquer pessoa, seja ela quem for, pode obter uma supermemória, tornar-se mais criativo, melhorar a concentração, vencer a timidez, acabar com a gagueira, emagrecer ou até mesmo parar de roer as unhas, apenas incutindo no seu subconsciente uma "outra associação". E é isto que nós vamos ver agora.
O QUE É AUTO-HIPNOSE
Auto-hipnose é uma técnica hipnótica levada a efeito pelo próprio indivíduo, sem a necessidade da presença de um hipnotizador (ou operador). Esta técnica - e isto é uma afirmação cientificamente comprovada - pode trazer grandes benefícios a sua vida, como melhorar a saúde, melhorar a aprendizagem, manter estável o nível do estresse cotidiano, elevar a auto-estima, enfim, permitir que a pessoa alcance uma paz de espírito duradoura que se refletirá, sem dúvida alguma, em êxito e felicidade no seu dia a dia.
De uma forma bastante didática podemos dizer que toda hipnose, em síntese, é uma auto-hipnose e que qualquer pessoa pode aprender esta técnica para aumentar sua confiança e entusiasmo pela vida sem correr qualquer risco de efeito colateral. Na auto-hipnose, o indivíduo influencia a si próprio por pensamentos e sugestões que lhes são interessantes e que ele mesmo formula.
“Num processo hipnótico, é você quem hipnotiza a si mesmo pelo poder emanado de sua própria inteligência e concentração”, afirma Merlin Powers, uma das maiores autoridades sobre o assunto no mundo. "O hipnotizador é meramente um instrumento através do qual o indivíduo é capaz de atingir um estado de hipnose. Ele tão-somente orienta e conduz o paciente para o estado hipnótico mas, na realidade, é o próprio paciente, por seus esforços, que consegue atingir o estado hipnótico. Se o paciente não quiser ser hipnotizado - já dissemos isto antes - é impossível induzi-lo ao transe."
Muitas pessoas recorrem, cada vez mais, a medicamentos (principalmente tranqüilizantes) para aliviarem suas tensões e angústias, como se um simples comprimido pudesse restaurar sua paz de espírito, não é verdade? Sem querer subestimar o valor destes remédios (nem poderíamos fazê-lo), podemos afirmar seguramente que é muito mais eficaz conseguir o auto-relaxamento - que é uma forma natural de relaxamento através da auto-hipnose - para obter a tranqüilidade desejada do que tentar obtê-la através de remédios. E com a vantagem de não ter qualquer contra-indicação.
Da mesma forma, através da auto-hipnose qualquer pessoa pode melhorar a sua auto-estima, acreditar mais em si mesmo e adquirir uma confiança que jamais havia experimentado antes. A "chave mágica" é o pensamento, dirigido de forma positiva ao seu subconsciente. Assim como você conseguiu decorar a tabuada, e consegue recuperá-la na memória imediatamente quando precisa dela, você pode induzir também o seu subconsciente a reproduzir determinadas reações diante de situações específicas definidas por você mesmo. Por exemplo, você pode sugerir que seu organismo responda com calma e tranqüilidade sempre que você tiver que fazer uma prova ou concurso. E ele responderá assim, com calma e tranqüilidade.
O Dr. Shindler, autor do livro Como viver 365 dias por ano, afirmou que de 60 a 75% dos males que as pessoas se queixam são psicossomáticos. Isto quer dizer que o fator emocional desempenha papel muito importante na doença. Diz ele: “já que a doença ocasionada pela emoção é tão freqüente assim, parece lógico que o controle das emoções ou o aprimoramento das atitudes conseguido por meio da auto-hipnose muito pode fazer no sentido de impedir o desencadeamento de distúrbios psicossomáticos. A auto-hipnose pode também beneficiar o doente que sofre de males físicos ou orgânicos, tornando-o menos apreensivo e mais tolerante com seu próprio padecimento, ao ponto de lhe fazer aumentar o desejo de viver.”
Há também que se considerar a tese, hoje largamente admitida nos meios médicos, que nenhuma doença é exclusivamente somática ou exclusivamente psicológica. Desta forma, a auto-hipnose passa a ser recomendada para um espectro ainda maior de males, já que o desequilíbrio emocional pode estar na raiz de doenças até então tidas como de absoluto cunho somático.
Já sabemos, por exemplo, que capacidade imunológica da pessoa é diretamente afetata pela qualidade das suas emoções. A imunoglobulina A, encontrada na saliva e que impede a proliferação de microorganismos nas vias aéreas, reduz sua concentração quando a pessoa se sente diminuída em sua auto-estima, é humilhada ou repreendida publicamente. É comum o aparecimento de males - por exemplo, a gripe - imediatamente após um evento desta natureza.
A auto-hipnose tem se mostrado também eficaz na melhoria da comunicação interpessoal. A autodisciplina e o autocontrole possíveis de serem obtidos pela auto-hipnose funcionam como verdadeira proteção, tanto do seu casamento quanto do seu emprego e das suas relações pessoais com amigos e vizinhos. Nada tão difícil que não possa ser tentado. Afinal de contas, você vai “perder“ somente alguns minutos diários que, quando menos, servirão para reduzir a tensão muscular e esfriar a cuca. Já seria um bom lucro, não é mesmo?
Uma curiosidade:
Pela auto-hipnose, o homem agüentaria viver, até mesmo, com pouco oxigênio, você sabia disso? Os faquires na Índia deixam-se enterrar naturalmente depois se submeterem a uma rápida sessão; cinco ou seis respirações por minuto passam a ser suficientes para eles, invés das 15 ou 20 normais nos homens adultos. No seu leito de pregos pontiagudos, os faquires não sentem as espetadas, da mesma forma como o paciente hipnotizado não percebe a agulhada da injeção.
A SUGESTÃO HIPNÓTICA
Sugestão é a imposição temporária da vontade de uma pessoa no cérebro de outra (ou no seu próprio) por um processo puramente mental. Um professor que todos os dias repete os mesmos preceitos e ensinamentos a seus alunos está, em verdade, impondo-lhes suas opiniões. O pai que censura o filho por algum erro está, de algum modo, inculcando novos padrões de conduta na mente do garoto. A mãe que acaricia seu filho tenta por meio desse carinho, acalmar, motivar e equilibar o emocional da criança. Na verdade, se observarmos direitinho, tudo isso é sugestão. Tudo nesse mundo é sugestão; nossas próprias idéias não são nossas, são "sugestões" que admitimos e incorporamos à nossa memória como sendo nossas e passam a ser as "nossas verdades". E nenhuma "hipnose" é necessária para aceitarmos estas sugestões, não é verdade? Elas chegam até nós e tomam a nossa mente com a maior naturalidade.
Outros agentes externos também produzem efeitos sugestivos sobre nós; um livro, um acidente, um filme, os acordes de uma música ou até mesmo um gesto de uma pessoa podem encher nosso espírito das mais diversas impressões, que vão da felicidade à dor. E isso tudo é "sugestão".
Ninguém contesta também o fato de que o ser humano é, naturalmente, inclinado a obedecer. Afinal de contas, somos eternos aprendizes e, aprendizagem, de certa forma é uma espécie de obediência, de acatamento, de concordância, mesmo nas circunstâncias contestatórias. Porém, isso não quer dizer que estamos todos condenados a obedecer sistematicamente e que sempre seguiremos as sugestões que nos forem enviadas. Mesmo no estado hipnótico a sugestão não é todo poderosa; ela tem suas limitações positivas.
Assim sendo, podemos dizer que a sugestão hipnótica é uma ordem obedecida por uma pessoa em estado de sono induzido, por alguns segundos; no máximo por alguns minutos. Não pode ser comparada, a não ser vagamente, às sugestões em estado de vigília, comunicadas a indivíduos que nunca estiveram sob influência hipnótica. A sugestão hipnótica pode ser repetida, mas é absolutamente impotente para transformar - como já se afirmou - um criminoso em um homem honesto ou vice-versa.
Napoleão costumava dizer que “a imaginação controla o mundo”. Realmente, se você estiver numa rodinha de amigos e surpreendê-los informando que há uma epidemia de piolhos no bairro, poderá reparar que em poucos minutos todos estarão coçando a cabeça, expressando preocupação.
Assim como um eletrocardiograma acusa os mais finos impulsos elétricos de seu coração, o eletroencefalograma também demonstra os menores impulsos elétricos do seu cérebro. Se alguém se sente realmente ameaçado por um inimigo, surgem então no eletroencefalograma registros que são exatamente iguais aos que se originam quando alguém apenas imagina que está sendo ameaçado. Se alguém tem a certeza que está passando por um grande vexame, as curvas do seu eletroencefalograma se assemelham por completo às que teria apenas com a imaginação viva de estar se tornando alvo do vexame.
Podemos, desta forma, estabelecer alguns princípios fundamentais sobre a ação/reação da imaginação sobre a realidade.
1 - O que determina o nosso modo de agir não é a realidade existente, mas aquilo em que cremos e que, para nós, é a verdade. A pessoa que se sente ameaçada ou perseguida, mesmo que não haja nenhum perigo em torno dela e que nada lhe ameace, vive com medo da sua realidade que, mesmo sem ter relação com a realidade externa, é muito poderosa para ela.
2 - A imaginação é capaz de provocar alterações de toda sorte no organismo de uma pessoa. E, comprovadamente, estas alterações têm correlação qualitativa: pensamentos positivos - fé, amor, esperança, alegria etc. - provocam reações saudáveis na pessoa. Sentimentos negativos - ódio, ressentimento, medo etc. - provocam reações desagradáveis, como por exemplo, dores assintomáticas, prisão de ventre, indisposição estomacal, insônia e, segundo comprovam as pesquisas, também fazem baixar o nível imunológico tornando a pessoa predisposta à infecções de diversos tipos.
3 - Tudo o que pensamos, com clareza e firmeza, transplanta-se, dentro dos limites do bom senso, para a faixa somática. Ao imaginarmos que estamos comendo uma fatia gostosa de abacaxi, não raro as glândulas salivares começam a segregar saliva, já repararam isso? Se imaginarmos, com firmeza, que não podemos fazer uma coisa, por exemplo, soltar as mãos fortemente encaixadas uma na outra, então não poderemos mesmo.
4 - Nosso consciente é constantemente influenciado pelo subconsciente. Desta forma, podemos programar nosso subconsciente para o sucesso da mesma forma como podemos programá-lo para o fracasso.
5 - Quando o intelecto e a imaginação têm pontos de vistas diferentes, vence sempre a imaginação (como definiu Coué). Ela é mais forte que a inteligência. Mesmo sabendo (intelecto) dos riscos estéticos de ficar comendo doces a toda hora, poucos resistem à idéia (imaginação) de provar uma fatia daquele pudim de laranja gostoso que está na geladeira. Assim sendo, nenhuma pessoa inteligente deve fazer tentativas a partir, exclusivamente, da “força de vontade”. Antes disso, ela precisa, necessariamente, reprogramar sua imaginação.
6 - O acesso mais fácil para o subconsciente é o estado de total relaxamento. Quando as ondas cerebrais caem para em torno de oito ciclos por segundo - nível alfa - abrem-se os poros do nosso subconsciente.
A TÉCNICA DA AUTO-HIPNOSE
A hora mais indicada para aprender e exercitar o relaxamento profundo, isto é, a auto-hipnose, são os minutos antes de você adormecer(*). Nesse momento, a pessoa ainda tem pleno domínio sobre a consciência ao mesmo tempo em que, lentamente, suas ondas mentais baixam de nível, situando-se em torno de 8 a 10 ciclos por segundo. Mesmo sem esse relaxamento, em poucos minutos o consciente abre espaço à hegemonia mental do subconsciente e a pessoa dorme. O "relaxamento programado, entretanto, abre passagem para o subconsciente antes mesmo que a pessoa durma. Isso é importante porque, durante o sono, ninguém não pode dar ordens a si mesmo.
(*) Quando você começa a ficar com sono - aquele período crepuscular entre estar totalmente acordado e totalmente dormindo - suas ondas cerebrais mudam, para ficar na faixa de 4 a 7 ciclos por segundo, ou seja, nível teta. Antes, entretanto, de você atingir este estado, sua mente opera no nível alfa (baixo) por alguns minutos, e que segundo o Dr.Terry Wyler Webb, é a faixa apropriada para que sejam atingidos os níveis mais profundos da mente, ou seja, a mente subconsciente. É nos estados alfa e teta que as grandes proezas da supermemória - juntamente com os poderes de concentração e criatividade - são atingidos.
Faça de acordo com este roteiro:
Recorte uma rodelinha de cartolina branca ou amarela, de dois centímetros de diâmetro, e cole na parede onde se encosta a cabeceira da sua cama, a uns oitenta centímetros acima do colchão. Esta rodelinha deve ficar nesta posição para que você seja obrigado a olhar para trás durante o exercício. Isto vai forçar os músculos oculares e cansá-los em pouco tempo.
Você já está na cama, pronto para dormir. Nada mais tem a fazer; as portas já estão fechadas e as janelas isolam o excesso do barulho de fora, se bem que o barulho ininterrupto e sempre da mesma da mesma intensidade, como o do trânsito que flui lá fora, perturba menos que um despertador, a campainha do telefone ou o latido de um cão no quintal do vizinho. Mas você está pronto, as luzes estão apagadas e você está deitado, de costas; as pernas não se cruzam e os braços estão dispostos ao longo do corpo, sem tocá-lo.
Fixe então os olhos na tal rodelinha de cartolina, respire fundo duas ou três vezes e, sem jamais tirar os olhos deste ponto, pense nos seus pés. Diga a si mesmo, mentalmente, que você usou estas pernas o dia todo e ponha na cabeça que está muito cansado de uma longa caminhada que acaba de fazer. Imagine que seus pés estão cansados, pesados, parecendo de chumbo. Espere alguns instantes até sentir, realmente, seus pés pesados. Depois faça com que esta sensação de peso vá subindo pelo corpo: barriga da perna, joelhos, coxas, costas, nuca. Procure sentir que estão realmente pesados, muito pesados.
Em geral, suas pálpebras se fecham naturalmente, por si mesmas, enquanto você se concentra no sentimento de peso nas canelas, joelhos, e por todo o corpo.
Se isto ocorreu, você já atingiu a fase mais importante do relaxamento profundo. Nos primeiros dias, isso poderá levar até uns cinco minutos, porém, normalmente, isto ocorre mais depressa. Depois de algum treinamento, isto ocorrerá antes mesmo de você contar até três. Pessoas inteligentes, disciplinadas, de grande força de vontade, mental e espiritualmente sadias são as que atingem este ponto mais rapidamente. Esta prática, contudo, não é recomendável para pessoas com arteriosclerose acentuada ou doentes mentais. As pessoas mais jovens aprendem o relaxamento profundo em pouco tempo.
Continuando...
Assim que perceber os olhos fechados, diga mentalmente a si mesmo: “Da próxima vez entrarei mais depressa e mais intensamente no estado de profundo relaxamento; a cada vez que pratico o relaxamento profundo chego mais depressa e mais intensamente a este estado”.
Neste exato momento, os poros do seu subconsciente estão abertos e isso quer dizer que você pode ditar tarefas para si mesmo, tarefas estas que posteriormente se realizarão, supondo-se, naturalmente, que estas tarefas ou ordens sejam racionais, executáveis e possíveis de serem realizadas por você. Veja um exemplo de uma ordem racional e executável que pode ser dada por qualquer pessoa e realizada, posteriormente, com êxito: “Daqui em diante, comerei vagarosamente, mastigando bem”, ou, “para mim não existem mais os alimentos que engordam, como frituras e chocolate.”
Você também pode melhorar sensivelmente a sua aparência, adquirindo até mesmo ares atraentes, dando esta ordem ao seu subconsciente : “De hoje em diante, aparentarei uma expressão mais jovial, meus olhos estarão sempre brilhantes e manterei sempre uma postura atraente”.
A ordem pós-hipnótica e a conversão em energia
Admite-se uma ordem pós-hipnótica como uma sugestão racional e executável que não vá de encontro aos princípios éticos, morais, religiosos e de comportamento do hipnotizado.
Quando é própria pessoa que se hipnotiza, também pode dar ordens pós-hipnóticas e certamente as cumprirá. Não fosse assim, nem a hipnotização de outro, nem a auto-hipnose teriam sentido de ser.
A mesma coisa que um médico hipnotizador ordena a seu paciente hipnotizado, nós também nos podemos sugerir na auto-hipnose. Chamamos isso, na linguagem médica, de “formação da intenção”.
A voz do povo diz que o caminho do inferno está ladrilhado de bons propósitos e, geralmente, a voz do povo não erra, principalmente nesta frase. Vejam este relato que tem muito a ver com pessoas que conhecemos bem de perto:
Arthur Brington era um empresário de renome internacional e que fumava entre 60 e 70 cigarros, diariamente. Um dia, decidido, Arthur comentou com seus amigos mais íntimos que abandonaria o fumo pois tinha entendido, perfeitamente, que este vício era prejudicial a sua saúde. Não foram os médicos que lhe disseram isso; foram suas próprias conclusões a partir da constatação do seu baixo desempenho nos esportes, da dificuldade que estava enfrentando para subir escadas etc.
Desta forma, Arthur colocou até a sua honra em jogo; afirmara em alto em bom tom que, definitivamente, não poria mais um cigarro sequer na boca e que deixaria de se chamar Arthur Brington se voltasse a fumar. E até desafiou alguns amigos para uma aposta. Só que Arthur esqueceu-se de avisar ao subconsciente, que continuava com a velha imagem de “como o cigarro é gostoso!!!” Com isso, a cada momento, a cada minuto, uma voz interna (o seu subconsciente) voltava e lhe repetia a mensagem gravada: “Como o cigarro é gostoso!!!”
Logo nas primeira horas após a decisão anunciada, Arthur começou a se martirizar com a falta do cigarro, como é normal naqueles que querem abandonar o vício. Mas percebeu logo que luta seria mais difícil do que imaginara. Começava aí um terrível sofrimento: de um lado a sua honra, sua palavra, sua decisão; de outro, seu subconsciente relembrando “como é gostoso fumar!!!” Quem venceria?
Não precisou muito tempo. O relógio não tinha ainda marcado o meio-dia quando veio então um grande choque pelo fax da empresa: um negócio de muitos milhões de dólares que estava praticamente fechado fora desfeito pelo cliente, trazendo um grande prejuízo para ele e seus acionistas. Arthur não se conteve: “- Desgraça!!! E não tenho nem um cigarrinho aqui como consolo! Que se dane o mundo! Prefiro expor minha vida ao perigo!!!”
O que Arthur Brington não sabia - e pouca gente sabe - é que não tem nenhum sentido o consciente propor alguma coisa contra a qual o subconsciente se revolta. Enquanto a pessoa não convencer seu inconsciente de que o fumo lhe é inteiramente indiferente, enquanto tiver na cabeça que fumar é algo muito prazeroso, nada adiantará. Nenhuma decisão perdurará, por mais lógica e sensata que seja. É preciso, antes, reprogramar a mente com uma sugestão forte e definida, do tipo “o cigarro é totalmente indiferente para mim”.
Quem já foi um dia fumante inveterado e para quem agora o cigarro nada mais representa, sabe como se pode mudar definitivamente o ponto de vista a respeito de uma coisa. Quando através da hipnose ou auto-hipnose, se inculca no subconsciente que isto ou aquilo é completamente indiferente, seja o fumo, a bebida ou até mesmo alguma pessoa, o subconsciente reponde naturalmente, no mesmo grau e intensidade. Arthur não teria se martirizado nem apelado para o cigarro naquele momento crítico se tivesse, previamente, “avisado” ao inconsciente que ele não tinha mais o menor interesse em fumar cigarros.
As fórmulas, ou ordens ao subconsciente, devem ser sempre: curtas, sonoras, positivas, rítmicas e fáceis de se decorar. Vejam algumas destas ordens, comprovadamente eficazes:
- Alguém que se irrita muito no seu ambiente de trabalho, deve sugestionar-se assim: “No trabalho, muita calma e paz!”
- Alguém que se enrubesce por qualquer coisa: “Se eu enrubescer, o sangue vai para as pernas e não para a cabeça!”
- Alguém que em contato com clientes começa a suar nas mãos: “Na presença de alguém, mãos sempre calmas, secas e firmes!!!”
Outras dicas para você formular seus propósitos que se converterão em ordens ao subconsciente:
1 - Examine bem o que você quer propor.
2 - Formule este propósito (por escrito) SEMPRE positivamente. Não faça nunca formulações negativas, do tipo "não quero mais", "não vou mais" etc.
3 - Feita a formulação, leia algumas vezes em voz alta, até sabê-la de cór.
4 - Em estado de profundo relaxamento (auto-hipnose) pense intensamente nessa frase. Não precisa pronunciá-la em voz alta. Ela é para ser pensada.
5 - Saiba que fórmulas curtas, repetidas com freqüência (mesmo durante o dia) produzem mais efeito do que frases longas que você possa dizer de vez em quando ou mesmo relembrar. Um exemplo de formulação para quem tem o hábito de roer unhas: "Se a mão quiser ir para a boca, muda de direção".
Veja a seguir três exemplos de exercícios auto-hipnóticos que você pode começar a praticar agora mesmo, se for o seu caso. Leia muitas vezes até que as idéias propostas penetrem, definitivamente, no seu subconsciente. E assim, que se convertam em verdade!
1 - Para vencer a timidez
2 - Para se tornar mais criativo
3 - Para evitar o Bloqueio Mental por Tensão
espero que gostem!
se houver muita curiosidade eu posto o resto da materia!
Nosso consciente - onde mora a razão - constitui apenas um quinto da nossa existência. A hipnose e a auto-hipnose, cuja origem, de tão antiga chega até mesmo a ser desconhecida, têm permitido que milhões de pessoas no mundo inteiro achem diariamente o caminho para os quatro quintos restantes. E quem pode negar que estes quatro quintos não são exatamente os mais interessantes?
De nossa parte, pretendemos aqui apresentar aos leitores uma visão bem objetiva sobre este assunto tão fascinante, traduzindo da forma mais didática possível alguns princípios universais desta prática que PODE TRAZER BENEFÍCIOS INCALCULÁVEIS para qualquer pessoa. Cabe ressaltar, entretanto, que no Brasil a prática da hipnose é regulamentada por decreto sendo seu exercício profissional restrito aos profissionais médicos. Não há, todavia, qualquer restrição legal ou médica para a prática da auto-hipnose, que chega a ser recomendada por psiquiatras, clínicos e psicólogos, como terapia coadjuvante em diversas patologias, tais como:
1 - Dores de cabeça crônicas de natureza conhecida ou não
2 - Dores de estômago
3 - Dores dos ovários
4 - Dores reumáticas e nevrálgicas
5 - Insônia
6 - Perturbações histéricas (principalmente paralisias das extremidades e afonia - perda da voz)
7 - Distúrbios da menstruação
8 - Sonambulismo espontâneo
9 - Sonhos aflitos
10 - Perda assintomática do apetite
11 - Alcoolismo
12 - Distúrbios da fala, principalmente a gagueira
13 - Perturbações nervosas da vista
14 - Zumbido nos ouvidos
15 - Agorafobia (medo de ficar em grandes lugares abertos e lugares públicos)
16 - Cãimbras
17 - Distúrbios da aprendizagem
18 - Maus hábitos (como roer unhas, por exemplo)
19 - Ansiedade
20 - Perda da capacidade de concentração etc.
Como você pode ver, as possibilidades das técnicas hipnoterápicas são imensas. Particularmente no que diz respeito à "aprendizagem" os resultados chegam a ser impressionantes. Através de um relaxamento bem feito e formulações apropriadas, pode-se em curto espaço de tempo:
1) Desenvolver a capacidade criativa
2) Melhorar substancialmente a memória
3) Aumentar a auto-estima
4) Corrigir maus hábitos (como a gula, que leva à obesidade)
5) Obter um sono reparador (que é fundamental para a aprendizagem)
6) Vencer a timidez
7) Vencer determinados medos (até mesmo a síndrome do pânico)
8) Acabar com a ansiedade ou reduzi-la a níveis aceitáveis
9) Corrigir erros de postura
10) Melhorar o raciocínio etc.
AUTO-HIPNOSE
Vencendo as próprias barreiras
Hoje em dia, ninguém mais duvida que o estudo do hipnotismo aumenta em muito nossa capacidade de viver plenamente sob diversos aspectos; este estudo nos torna capazes de solucionar muitos enigmas que nos têm intrigado. Quando descobrimos que até mesmo alterações orgânicas podem ser causadas por sugestões, passamos atribuir, imediatamente, um maior valor às influências mentais na nossa vida e passamos também a entender como as moléstias chamadas imaginárias (mas que realmente não o são) podem ser curadas através dessas mesmas influências mentais.
Poucas são as pessoas que não se impressionam quando um vizinho ou amigo (às vezes até de brincadeira) diz que parecem doentes, não é mesmo? E se impressionam mais ainda quando estas considerações são cumulativas; o vizinho diz, o colega de trabalho diz, o cunhado diz, o dono do boteco diz... Pois bem, assim como a sugestão pode afastar a dor (nos seus múltiplos significados) , pode também criá-la e fortalecê-la. É por isso que pouco ajudamos a estas pessoas impressionadas dizendo que tais doenças são imaginárias, pois mesmo que sejam realmente imaginárias, pertubam-nas tanto como se fossem reais.
A expressão “dor imaginária”, ou “doença imaginária”, que é usada por muitos médicos e até por leigos, é cientificamente falsa. Breuer comparou muito bem “dores imaginárias” com alucinações. Ora, podemos dizer que o objeto da alucinação seja imaginário, mas é falso dizer-se que a percepção seja imaginária. Esta será a mesma, quer seja o objeto imaginário ou não.
O mesmo se passa quando a dor é sentida, seja o médico capaz ou não de descobrir sua causa física. Podemos dar a uma dor, sem sintomas objetivos, o nome que quisermos dar, porém, devemos estar certos que ela é uma conseqüência necessária de algum distúrbio real. Certas idéias subjetivas causam tanta dor quanto um espinho penetrante na nossa pele. Eliminá-las é tão dever de um médico quanto é seu dever tirar o espinho que o atormenta.
Também podemos estender esta idéia de "dor" ao campo comportamental, e, no nosso caso, particularmente ao campo educacional. Quantos estudantes fazem refletir nas suas notas a dor do medo, da insegurança, da "consciência de incapacidade"? Soubessem eles que tudo isso pode ser resolvido sem remédios ou aulas particulares, e que ter ou não ter talento é uma decisão própria de cada um, as coisas se tornariam bem mais fáceis.
Qualquer pessoa, seja ela quem for, pode obter uma supermemória, tornar-se mais criativo, melhorar a concentração, vencer a timidez, acabar com a gagueira, emagrecer ou até mesmo parar de roer as unhas, apenas incutindo no seu subconsciente uma "outra associação". E é isto que nós vamos ver agora.
O QUE É AUTO-HIPNOSE
Auto-hipnose é uma técnica hipnótica levada a efeito pelo próprio indivíduo, sem a necessidade da presença de um hipnotizador (ou operador). Esta técnica - e isto é uma afirmação cientificamente comprovada - pode trazer grandes benefícios a sua vida, como melhorar a saúde, melhorar a aprendizagem, manter estável o nível do estresse cotidiano, elevar a auto-estima, enfim, permitir que a pessoa alcance uma paz de espírito duradoura que se refletirá, sem dúvida alguma, em êxito e felicidade no seu dia a dia.
De uma forma bastante didática podemos dizer que toda hipnose, em síntese, é uma auto-hipnose e que qualquer pessoa pode aprender esta técnica para aumentar sua confiança e entusiasmo pela vida sem correr qualquer risco de efeito colateral. Na auto-hipnose, o indivíduo influencia a si próprio por pensamentos e sugestões que lhes são interessantes e que ele mesmo formula.
“Num processo hipnótico, é você quem hipnotiza a si mesmo pelo poder emanado de sua própria inteligência e concentração”, afirma Merlin Powers, uma das maiores autoridades sobre o assunto no mundo. "O hipnotizador é meramente um instrumento através do qual o indivíduo é capaz de atingir um estado de hipnose. Ele tão-somente orienta e conduz o paciente para o estado hipnótico mas, na realidade, é o próprio paciente, por seus esforços, que consegue atingir o estado hipnótico. Se o paciente não quiser ser hipnotizado - já dissemos isto antes - é impossível induzi-lo ao transe."
Muitas pessoas recorrem, cada vez mais, a medicamentos (principalmente tranqüilizantes) para aliviarem suas tensões e angústias, como se um simples comprimido pudesse restaurar sua paz de espírito, não é verdade? Sem querer subestimar o valor destes remédios (nem poderíamos fazê-lo), podemos afirmar seguramente que é muito mais eficaz conseguir o auto-relaxamento - que é uma forma natural de relaxamento através da auto-hipnose - para obter a tranqüilidade desejada do que tentar obtê-la através de remédios. E com a vantagem de não ter qualquer contra-indicação.
Da mesma forma, através da auto-hipnose qualquer pessoa pode melhorar a sua auto-estima, acreditar mais em si mesmo e adquirir uma confiança que jamais havia experimentado antes. A "chave mágica" é o pensamento, dirigido de forma positiva ao seu subconsciente. Assim como você conseguiu decorar a tabuada, e consegue recuperá-la na memória imediatamente quando precisa dela, você pode induzir também o seu subconsciente a reproduzir determinadas reações diante de situações específicas definidas por você mesmo. Por exemplo, você pode sugerir que seu organismo responda com calma e tranqüilidade sempre que você tiver que fazer uma prova ou concurso. E ele responderá assim, com calma e tranqüilidade.
O Dr. Shindler, autor do livro Como viver 365 dias por ano, afirmou que de 60 a 75% dos males que as pessoas se queixam são psicossomáticos. Isto quer dizer que o fator emocional desempenha papel muito importante na doença. Diz ele: “já que a doença ocasionada pela emoção é tão freqüente assim, parece lógico que o controle das emoções ou o aprimoramento das atitudes conseguido por meio da auto-hipnose muito pode fazer no sentido de impedir o desencadeamento de distúrbios psicossomáticos. A auto-hipnose pode também beneficiar o doente que sofre de males físicos ou orgânicos, tornando-o menos apreensivo e mais tolerante com seu próprio padecimento, ao ponto de lhe fazer aumentar o desejo de viver.”
Há também que se considerar a tese, hoje largamente admitida nos meios médicos, que nenhuma doença é exclusivamente somática ou exclusivamente psicológica. Desta forma, a auto-hipnose passa a ser recomendada para um espectro ainda maior de males, já que o desequilíbrio emocional pode estar na raiz de doenças até então tidas como de absoluto cunho somático.
Já sabemos, por exemplo, que capacidade imunológica da pessoa é diretamente afetata pela qualidade das suas emoções. A imunoglobulina A, encontrada na saliva e que impede a proliferação de microorganismos nas vias aéreas, reduz sua concentração quando a pessoa se sente diminuída em sua auto-estima, é humilhada ou repreendida publicamente. É comum o aparecimento de males - por exemplo, a gripe - imediatamente após um evento desta natureza.
A auto-hipnose tem se mostrado também eficaz na melhoria da comunicação interpessoal. A autodisciplina e o autocontrole possíveis de serem obtidos pela auto-hipnose funcionam como verdadeira proteção, tanto do seu casamento quanto do seu emprego e das suas relações pessoais com amigos e vizinhos. Nada tão difícil que não possa ser tentado. Afinal de contas, você vai “perder“ somente alguns minutos diários que, quando menos, servirão para reduzir a tensão muscular e esfriar a cuca. Já seria um bom lucro, não é mesmo?
Uma curiosidade:
Pela auto-hipnose, o homem agüentaria viver, até mesmo, com pouco oxigênio, você sabia disso? Os faquires na Índia deixam-se enterrar naturalmente depois se submeterem a uma rápida sessão; cinco ou seis respirações por minuto passam a ser suficientes para eles, invés das 15 ou 20 normais nos homens adultos. No seu leito de pregos pontiagudos, os faquires não sentem as espetadas, da mesma forma como o paciente hipnotizado não percebe a agulhada da injeção.
A SUGESTÃO HIPNÓTICA
Sugestão é a imposição temporária da vontade de uma pessoa no cérebro de outra (ou no seu próprio) por um processo puramente mental. Um professor que todos os dias repete os mesmos preceitos e ensinamentos a seus alunos está, em verdade, impondo-lhes suas opiniões. O pai que censura o filho por algum erro está, de algum modo, inculcando novos padrões de conduta na mente do garoto. A mãe que acaricia seu filho tenta por meio desse carinho, acalmar, motivar e equilibar o emocional da criança. Na verdade, se observarmos direitinho, tudo isso é sugestão. Tudo nesse mundo é sugestão; nossas próprias idéias não são nossas, são "sugestões" que admitimos e incorporamos à nossa memória como sendo nossas e passam a ser as "nossas verdades". E nenhuma "hipnose" é necessária para aceitarmos estas sugestões, não é verdade? Elas chegam até nós e tomam a nossa mente com a maior naturalidade.
Outros agentes externos também produzem efeitos sugestivos sobre nós; um livro, um acidente, um filme, os acordes de uma música ou até mesmo um gesto de uma pessoa podem encher nosso espírito das mais diversas impressões, que vão da felicidade à dor. E isso tudo é "sugestão".
Ninguém contesta também o fato de que o ser humano é, naturalmente, inclinado a obedecer. Afinal de contas, somos eternos aprendizes e, aprendizagem, de certa forma é uma espécie de obediência, de acatamento, de concordância, mesmo nas circunstâncias contestatórias. Porém, isso não quer dizer que estamos todos condenados a obedecer sistematicamente e que sempre seguiremos as sugestões que nos forem enviadas. Mesmo no estado hipnótico a sugestão não é todo poderosa; ela tem suas limitações positivas.
Assim sendo, podemos dizer que a sugestão hipnótica é uma ordem obedecida por uma pessoa em estado de sono induzido, por alguns segundos; no máximo por alguns minutos. Não pode ser comparada, a não ser vagamente, às sugestões em estado de vigília, comunicadas a indivíduos que nunca estiveram sob influência hipnótica. A sugestão hipnótica pode ser repetida, mas é absolutamente impotente para transformar - como já se afirmou - um criminoso em um homem honesto ou vice-versa.
Napoleão costumava dizer que “a imaginação controla o mundo”. Realmente, se você estiver numa rodinha de amigos e surpreendê-los informando que há uma epidemia de piolhos no bairro, poderá reparar que em poucos minutos todos estarão coçando a cabeça, expressando preocupação.
Assim como um eletrocardiograma acusa os mais finos impulsos elétricos de seu coração, o eletroencefalograma também demonstra os menores impulsos elétricos do seu cérebro. Se alguém se sente realmente ameaçado por um inimigo, surgem então no eletroencefalograma registros que são exatamente iguais aos que se originam quando alguém apenas imagina que está sendo ameaçado. Se alguém tem a certeza que está passando por um grande vexame, as curvas do seu eletroencefalograma se assemelham por completo às que teria apenas com a imaginação viva de estar se tornando alvo do vexame.
Podemos, desta forma, estabelecer alguns princípios fundamentais sobre a ação/reação da imaginação sobre a realidade.
1 - O que determina o nosso modo de agir não é a realidade existente, mas aquilo em que cremos e que, para nós, é a verdade. A pessoa que se sente ameaçada ou perseguida, mesmo que não haja nenhum perigo em torno dela e que nada lhe ameace, vive com medo da sua realidade que, mesmo sem ter relação com a realidade externa, é muito poderosa para ela.
2 - A imaginação é capaz de provocar alterações de toda sorte no organismo de uma pessoa. E, comprovadamente, estas alterações têm correlação qualitativa: pensamentos positivos - fé, amor, esperança, alegria etc. - provocam reações saudáveis na pessoa. Sentimentos negativos - ódio, ressentimento, medo etc. - provocam reações desagradáveis, como por exemplo, dores assintomáticas, prisão de ventre, indisposição estomacal, insônia e, segundo comprovam as pesquisas, também fazem baixar o nível imunológico tornando a pessoa predisposta à infecções de diversos tipos.
3 - Tudo o que pensamos, com clareza e firmeza, transplanta-se, dentro dos limites do bom senso, para a faixa somática. Ao imaginarmos que estamos comendo uma fatia gostosa de abacaxi, não raro as glândulas salivares começam a segregar saliva, já repararam isso? Se imaginarmos, com firmeza, que não podemos fazer uma coisa, por exemplo, soltar as mãos fortemente encaixadas uma na outra, então não poderemos mesmo.
4 - Nosso consciente é constantemente influenciado pelo subconsciente. Desta forma, podemos programar nosso subconsciente para o sucesso da mesma forma como podemos programá-lo para o fracasso.
5 - Quando o intelecto e a imaginação têm pontos de vistas diferentes, vence sempre a imaginação (como definiu Coué). Ela é mais forte que a inteligência. Mesmo sabendo (intelecto) dos riscos estéticos de ficar comendo doces a toda hora, poucos resistem à idéia (imaginação) de provar uma fatia daquele pudim de laranja gostoso que está na geladeira. Assim sendo, nenhuma pessoa inteligente deve fazer tentativas a partir, exclusivamente, da “força de vontade”. Antes disso, ela precisa, necessariamente, reprogramar sua imaginação.
6 - O acesso mais fácil para o subconsciente é o estado de total relaxamento. Quando as ondas cerebrais caem para em torno de oito ciclos por segundo - nível alfa - abrem-se os poros do nosso subconsciente.
A TÉCNICA DA AUTO-HIPNOSE
A hora mais indicada para aprender e exercitar o relaxamento profundo, isto é, a auto-hipnose, são os minutos antes de você adormecer(*). Nesse momento, a pessoa ainda tem pleno domínio sobre a consciência ao mesmo tempo em que, lentamente, suas ondas mentais baixam de nível, situando-se em torno de 8 a 10 ciclos por segundo. Mesmo sem esse relaxamento, em poucos minutos o consciente abre espaço à hegemonia mental do subconsciente e a pessoa dorme. O "relaxamento programado, entretanto, abre passagem para o subconsciente antes mesmo que a pessoa durma. Isso é importante porque, durante o sono, ninguém não pode dar ordens a si mesmo.
(*) Quando você começa a ficar com sono - aquele período crepuscular entre estar totalmente acordado e totalmente dormindo - suas ondas cerebrais mudam, para ficar na faixa de 4 a 7 ciclos por segundo, ou seja, nível teta. Antes, entretanto, de você atingir este estado, sua mente opera no nível alfa (baixo) por alguns minutos, e que segundo o Dr.Terry Wyler Webb, é a faixa apropriada para que sejam atingidos os níveis mais profundos da mente, ou seja, a mente subconsciente. É nos estados alfa e teta que as grandes proezas da supermemória - juntamente com os poderes de concentração e criatividade - são atingidos.
Faça de acordo com este roteiro:
Recorte uma rodelinha de cartolina branca ou amarela, de dois centímetros de diâmetro, e cole na parede onde se encosta a cabeceira da sua cama, a uns oitenta centímetros acima do colchão. Esta rodelinha deve ficar nesta posição para que você seja obrigado a olhar para trás durante o exercício. Isto vai forçar os músculos oculares e cansá-los em pouco tempo.
Você já está na cama, pronto para dormir. Nada mais tem a fazer; as portas já estão fechadas e as janelas isolam o excesso do barulho de fora, se bem que o barulho ininterrupto e sempre da mesma da mesma intensidade, como o do trânsito que flui lá fora, perturba menos que um despertador, a campainha do telefone ou o latido de um cão no quintal do vizinho. Mas você está pronto, as luzes estão apagadas e você está deitado, de costas; as pernas não se cruzam e os braços estão dispostos ao longo do corpo, sem tocá-lo.
Fixe então os olhos na tal rodelinha de cartolina, respire fundo duas ou três vezes e, sem jamais tirar os olhos deste ponto, pense nos seus pés. Diga a si mesmo, mentalmente, que você usou estas pernas o dia todo e ponha na cabeça que está muito cansado de uma longa caminhada que acaba de fazer. Imagine que seus pés estão cansados, pesados, parecendo de chumbo. Espere alguns instantes até sentir, realmente, seus pés pesados. Depois faça com que esta sensação de peso vá subindo pelo corpo: barriga da perna, joelhos, coxas, costas, nuca. Procure sentir que estão realmente pesados, muito pesados.
Em geral, suas pálpebras se fecham naturalmente, por si mesmas, enquanto você se concentra no sentimento de peso nas canelas, joelhos, e por todo o corpo.
Se isto ocorreu, você já atingiu a fase mais importante do relaxamento profundo. Nos primeiros dias, isso poderá levar até uns cinco minutos, porém, normalmente, isto ocorre mais depressa. Depois de algum treinamento, isto ocorrerá antes mesmo de você contar até três. Pessoas inteligentes, disciplinadas, de grande força de vontade, mental e espiritualmente sadias são as que atingem este ponto mais rapidamente. Esta prática, contudo, não é recomendável para pessoas com arteriosclerose acentuada ou doentes mentais. As pessoas mais jovens aprendem o relaxamento profundo em pouco tempo.
Continuando...
Assim que perceber os olhos fechados, diga mentalmente a si mesmo: “Da próxima vez entrarei mais depressa e mais intensamente no estado de profundo relaxamento; a cada vez que pratico o relaxamento profundo chego mais depressa e mais intensamente a este estado”.
Neste exato momento, os poros do seu subconsciente estão abertos e isso quer dizer que você pode ditar tarefas para si mesmo, tarefas estas que posteriormente se realizarão, supondo-se, naturalmente, que estas tarefas ou ordens sejam racionais, executáveis e possíveis de serem realizadas por você. Veja um exemplo de uma ordem racional e executável que pode ser dada por qualquer pessoa e realizada, posteriormente, com êxito: “Daqui em diante, comerei vagarosamente, mastigando bem”, ou, “para mim não existem mais os alimentos que engordam, como frituras e chocolate.”
Você também pode melhorar sensivelmente a sua aparência, adquirindo até mesmo ares atraentes, dando esta ordem ao seu subconsciente : “De hoje em diante, aparentarei uma expressão mais jovial, meus olhos estarão sempre brilhantes e manterei sempre uma postura atraente”.
A ordem pós-hipnótica e a conversão em energia
Admite-se uma ordem pós-hipnótica como uma sugestão racional e executável que não vá de encontro aos princípios éticos, morais, religiosos e de comportamento do hipnotizado.
Quando é própria pessoa que se hipnotiza, também pode dar ordens pós-hipnóticas e certamente as cumprirá. Não fosse assim, nem a hipnotização de outro, nem a auto-hipnose teriam sentido de ser.
A mesma coisa que um médico hipnotizador ordena a seu paciente hipnotizado, nós também nos podemos sugerir na auto-hipnose. Chamamos isso, na linguagem médica, de “formação da intenção”.
A voz do povo diz que o caminho do inferno está ladrilhado de bons propósitos e, geralmente, a voz do povo não erra, principalmente nesta frase. Vejam este relato que tem muito a ver com pessoas que conhecemos bem de perto:
Arthur Brington era um empresário de renome internacional e que fumava entre 60 e 70 cigarros, diariamente. Um dia, decidido, Arthur comentou com seus amigos mais íntimos que abandonaria o fumo pois tinha entendido, perfeitamente, que este vício era prejudicial a sua saúde. Não foram os médicos que lhe disseram isso; foram suas próprias conclusões a partir da constatação do seu baixo desempenho nos esportes, da dificuldade que estava enfrentando para subir escadas etc.
Desta forma, Arthur colocou até a sua honra em jogo; afirmara em alto em bom tom que, definitivamente, não poria mais um cigarro sequer na boca e que deixaria de se chamar Arthur Brington se voltasse a fumar. E até desafiou alguns amigos para uma aposta. Só que Arthur esqueceu-se de avisar ao subconsciente, que continuava com a velha imagem de “como o cigarro é gostoso!!!” Com isso, a cada momento, a cada minuto, uma voz interna (o seu subconsciente) voltava e lhe repetia a mensagem gravada: “Como o cigarro é gostoso!!!”
Logo nas primeira horas após a decisão anunciada, Arthur começou a se martirizar com a falta do cigarro, como é normal naqueles que querem abandonar o vício. Mas percebeu logo que luta seria mais difícil do que imaginara. Começava aí um terrível sofrimento: de um lado a sua honra, sua palavra, sua decisão; de outro, seu subconsciente relembrando “como é gostoso fumar!!!” Quem venceria?
Não precisou muito tempo. O relógio não tinha ainda marcado o meio-dia quando veio então um grande choque pelo fax da empresa: um negócio de muitos milhões de dólares que estava praticamente fechado fora desfeito pelo cliente, trazendo um grande prejuízo para ele e seus acionistas. Arthur não se conteve: “- Desgraça!!! E não tenho nem um cigarrinho aqui como consolo! Que se dane o mundo! Prefiro expor minha vida ao perigo!!!”
O que Arthur Brington não sabia - e pouca gente sabe - é que não tem nenhum sentido o consciente propor alguma coisa contra a qual o subconsciente se revolta. Enquanto a pessoa não convencer seu inconsciente de que o fumo lhe é inteiramente indiferente, enquanto tiver na cabeça que fumar é algo muito prazeroso, nada adiantará. Nenhuma decisão perdurará, por mais lógica e sensata que seja. É preciso, antes, reprogramar a mente com uma sugestão forte e definida, do tipo “o cigarro é totalmente indiferente para mim”.
Quem já foi um dia fumante inveterado e para quem agora o cigarro nada mais representa, sabe como se pode mudar definitivamente o ponto de vista a respeito de uma coisa. Quando através da hipnose ou auto-hipnose, se inculca no subconsciente que isto ou aquilo é completamente indiferente, seja o fumo, a bebida ou até mesmo alguma pessoa, o subconsciente reponde naturalmente, no mesmo grau e intensidade. Arthur não teria se martirizado nem apelado para o cigarro naquele momento crítico se tivesse, previamente, “avisado” ao inconsciente que ele não tinha mais o menor interesse em fumar cigarros.
As fórmulas, ou ordens ao subconsciente, devem ser sempre: curtas, sonoras, positivas, rítmicas e fáceis de se decorar. Vejam algumas destas ordens, comprovadamente eficazes:
- Alguém que se irrita muito no seu ambiente de trabalho, deve sugestionar-se assim: “No trabalho, muita calma e paz!”
- Alguém que se enrubesce por qualquer coisa: “Se eu enrubescer, o sangue vai para as pernas e não para a cabeça!”
- Alguém que em contato com clientes começa a suar nas mãos: “Na presença de alguém, mãos sempre calmas, secas e firmes!!!”
Outras dicas para você formular seus propósitos que se converterão em ordens ao subconsciente:
1 - Examine bem o que você quer propor.
2 - Formule este propósito (por escrito) SEMPRE positivamente. Não faça nunca formulações negativas, do tipo "não quero mais", "não vou mais" etc.
3 - Feita a formulação, leia algumas vezes em voz alta, até sabê-la de cór.
4 - Em estado de profundo relaxamento (auto-hipnose) pense intensamente nessa frase. Não precisa pronunciá-la em voz alta. Ela é para ser pensada.
5 - Saiba que fórmulas curtas, repetidas com freqüência (mesmo durante o dia) produzem mais efeito do que frases longas que você possa dizer de vez em quando ou mesmo relembrar. Um exemplo de formulação para quem tem o hábito de roer unhas: "Se a mão quiser ir para a boca, muda de direção".
Veja a seguir três exemplos de exercícios auto-hipnóticos que você pode começar a praticar agora mesmo, se for o seu caso. Leia muitas vezes até que as idéias propostas penetrem, definitivamente, no seu subconsciente. E assim, que se convertam em verdade!
1 - Para vencer a timidez
2 - Para se tornar mais criativo
3 - Para evitar o Bloqueio Mental por Tensão
espero que gostem!
se houver muita curiosidade eu posto o resto da materia!