- 10 Nov 2014, 22:31
#919449
Achei esse texto interessantissimo enquanto vivemos na sociedade essa quebra de tabu "mulher pra pegar x mulher pra casar", as mulheres são iguais a nós, elas querem ter uma vida ativa, tanto psicologicamente quanto sexualmente, devemos tentar enxerga-las como um homem que, quando reprimido, pode ate ter transado com poucas mulheres em sua vida, mas nunca será completamente feliz.
Procurem mulheres felizes para acrescentarem suas vidas, não mulheres que não gostam de sair ou transar por pressão da matrix que vivemos.
Abraços
"- Apenas gozarás com muita concentração. E olhe lá.
Escreveu o último mandamento da desgraça da mulher e foi embora. Largou aquela tábua pesada aos pés de toda a ala feminina da humanidade, e a gente ficou aqui, meio sem saber o que dizer. Ou o que sentir. Ou o que fazer. Ou como fazer. Porque se orgasmo é mesmo tudo isso que os privilegiados falam por aí, não conseguir experimentá-lo só pode ser penitência. Ou incapacidade. Ou simplesmente a sina de ter nascido com uma reentrância entre as pernas, um par de peitos para estufar as camisetas e um duplo X, que ser for trissômico dá um trabalho danado.
E aí a gente começa a pesquisar as dicas e os segredos para atingir o orgasmo feminino. Usar gel aqui, tentar um vibrador acolá, ficar na posição assim, tentar uma preliminar assado – considerando sempre que sexo e prazer são uma receita de bolo. Justamente como aquelas que você leu naquele livro da Dona Benta que a sua mãe deu pra sua avó de presente de aniversário. Como se duas xícaras de chá de leite, três ovos e uma colher de sopa de manteiga equivalessem a duas lambidas, três apalpadas e um tapinha. Depois é só colocar no forno que não tem erro. Como se, mais uma vez nas nossas vidas, o histórico, tudo aquilo pelo qual a gente já passou, não valesse de nada.
E a gente já passou por muita coisa… A mim não interessa saber se você já teve um orgasmo ou se você tem vinte todos os dias. A vocês não interessa como eu gozo, se eu gozo ou se eu deixo de gozar. Blog feminino, blog feminino – intimidades à parte. Mas a todas nós interessa uma coisa sob a qual vivemos desde que viemos ao mundo: a repressão sexual feminina. É absurdo uma mulher admitir que se masturba – se for desde a adolescência, então, a coisa fica pior ainda. É ultrajante uma mulher ter tido mais parceiros sexuais do que um homem – já que chave boa é aquela que abre toda fechadura, mas fechadura boa é aquela que se abre com uma única chave. É feio uma mulher contar que consome pornografia para se inspirar – mas homens podem, inclusive, trocar o sexo com a parceira por horas e horas na frente de YouPorns, PornTubes e um mundo virtual de bundas e peitos. É vagabundice uma mulher transar na primeira noite – assim como é viadagem o homem recusar o sexo no primeiro encontro. É vadiagem uma mulher pedir a um parceiro sexual que ele faça com ela qualquer coisa que fuja do script me-pega-de-jeito-me-joga-na-cama-e-me-faz-ver-estrelas – só palavras limpinhas e atos que não choquem a sociedade, please.
E enquanto o pensamento predominante continuar esse, sinto muito, mas a gente vai continuar sem gozar. Se toda expressão da sexualidade feminina que não seja usar um decote a serviço da felicidade masculina é considerada errada e digna de punição com cinquenta chibatadas, que cabeça a gente tem pra gozar? Se a gente tem que se preocupar primeiro com o que ele vai achar da nossa depilação, da nossa calcinha, da nossa barriga, dos nossos peitos, das nossas celulites e das nossas estrias, que cabeça a gente tem pra gozar? Porque gozar, ó, tá na cabeça. Antes de ser uma atividade sexual, é uma atividade criativa. De imaginação. De treino – do corpo e da mente. É um negocinho gostoso que leva muito tempo e muita maturidade para ser sentido e entendido sem autorrepressão.
Por isso, você, homem que julga a sexualidade de toda mulher que não seja a sua irmã, não reclame se a sua namorada não gozar com você. Você, mulher que chama a amiguinha da faculdade de vaca só porque ela aparenta ser mais bem resolvida sexualmente do que você, não se espante se nunca tiver um orgasmo. E você, querido ser humano que diz que luta para que a mulher goze, mas que afirma categoricamente que mulher que só consegue gozar por estimulação clitoriana ainda não saiu da adolescência, pense duas vezes. Ninguém aqui precisa de julgamento e de dedo apontado na cara. A gente precisa mesmo é estar em paz para gozar quando, como e se a gente quiser."
Fonte: http://www.entendaoshomens.com.br/paz-p ... te-quiser/
Procurem mulheres felizes para acrescentarem suas vidas, não mulheres que não gostam de sair ou transar por pressão da matrix que vivemos.
Abraços
"- Apenas gozarás com muita concentração. E olhe lá.
Escreveu o último mandamento da desgraça da mulher e foi embora. Largou aquela tábua pesada aos pés de toda a ala feminina da humanidade, e a gente ficou aqui, meio sem saber o que dizer. Ou o que sentir. Ou o que fazer. Ou como fazer. Porque se orgasmo é mesmo tudo isso que os privilegiados falam por aí, não conseguir experimentá-lo só pode ser penitência. Ou incapacidade. Ou simplesmente a sina de ter nascido com uma reentrância entre as pernas, um par de peitos para estufar as camisetas e um duplo X, que ser for trissômico dá um trabalho danado.
E aí a gente começa a pesquisar as dicas e os segredos para atingir o orgasmo feminino. Usar gel aqui, tentar um vibrador acolá, ficar na posição assim, tentar uma preliminar assado – considerando sempre que sexo e prazer são uma receita de bolo. Justamente como aquelas que você leu naquele livro da Dona Benta que a sua mãe deu pra sua avó de presente de aniversário. Como se duas xícaras de chá de leite, três ovos e uma colher de sopa de manteiga equivalessem a duas lambidas, três apalpadas e um tapinha. Depois é só colocar no forno que não tem erro. Como se, mais uma vez nas nossas vidas, o histórico, tudo aquilo pelo qual a gente já passou, não valesse de nada.
E a gente já passou por muita coisa… A mim não interessa saber se você já teve um orgasmo ou se você tem vinte todos os dias. A vocês não interessa como eu gozo, se eu gozo ou se eu deixo de gozar. Blog feminino, blog feminino – intimidades à parte. Mas a todas nós interessa uma coisa sob a qual vivemos desde que viemos ao mundo: a repressão sexual feminina. É absurdo uma mulher admitir que se masturba – se for desde a adolescência, então, a coisa fica pior ainda. É ultrajante uma mulher ter tido mais parceiros sexuais do que um homem – já que chave boa é aquela que abre toda fechadura, mas fechadura boa é aquela que se abre com uma única chave. É feio uma mulher contar que consome pornografia para se inspirar – mas homens podem, inclusive, trocar o sexo com a parceira por horas e horas na frente de YouPorns, PornTubes e um mundo virtual de bundas e peitos. É vagabundice uma mulher transar na primeira noite – assim como é viadagem o homem recusar o sexo no primeiro encontro. É vadiagem uma mulher pedir a um parceiro sexual que ele faça com ela qualquer coisa que fuja do script me-pega-de-jeito-me-joga-na-cama-e-me-faz-ver-estrelas – só palavras limpinhas e atos que não choquem a sociedade, please.
E enquanto o pensamento predominante continuar esse, sinto muito, mas a gente vai continuar sem gozar. Se toda expressão da sexualidade feminina que não seja usar um decote a serviço da felicidade masculina é considerada errada e digna de punição com cinquenta chibatadas, que cabeça a gente tem pra gozar? Se a gente tem que se preocupar primeiro com o que ele vai achar da nossa depilação, da nossa calcinha, da nossa barriga, dos nossos peitos, das nossas celulites e das nossas estrias, que cabeça a gente tem pra gozar? Porque gozar, ó, tá na cabeça. Antes de ser uma atividade sexual, é uma atividade criativa. De imaginação. De treino – do corpo e da mente. É um negocinho gostoso que leva muito tempo e muita maturidade para ser sentido e entendido sem autorrepressão.
Por isso, você, homem que julga a sexualidade de toda mulher que não seja a sua irmã, não reclame se a sua namorada não gozar com você. Você, mulher que chama a amiguinha da faculdade de vaca só porque ela aparenta ser mais bem resolvida sexualmente do que você, não se espante se nunca tiver um orgasmo. E você, querido ser humano que diz que luta para que a mulher goze, mas que afirma categoricamente que mulher que só consegue gozar por estimulação clitoriana ainda não saiu da adolescência, pense duas vezes. Ninguém aqui precisa de julgamento e de dedo apontado na cara. A gente precisa mesmo é estar em paz para gozar quando, como e se a gente quiser."
Fonte: http://www.entendaoshomens.com.br/paz-p ... te-quiser/