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Deka

#46838 Boa noite, Puazada! É com um imenso prazer que forneço à vocês uma nova ferramenta capaz de evoluir à interação no rumo da conexão emocional.

Uma vez que a dinâmica dos diálogos seja entendida, é possível à comunidade PUA manipulá-la de maneira que a conversa flua para os assuntos que interessem. Assim, venho aqui compilar um trecho de um livro do autor John Powell, denominado "Por que tenho medo de lhe dizer quem sou?". A obra faz uma importante análise das dinâmicas sociais e da máscara que criamos, enquanto seres humanos, para nos protegermos. Mas o que quero confiar à vocês não é isso. É uma importante análise chamada pelo autor de


[centro]"Os cinco níveis de comunicação"[/centro]


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Nível cinco: conversa clichê
Este nível representa a resposta mais fraca ao dilema humano e o nível mais baixo de auto-comunicação. Na verdade, não há aqui qualquer forma de comunicação, a não ser por acidente. Conversamos através de clichês do tipo: 'Como vai?... Como vai sua família?... Por onde você tem andado?...' Dizemos coisas como 'Gosto muito do seu vestido... Espero que possamos nos ver em breve... É muito bom encontrar você'. Na verdade, quase nada do que dizemos ou perguntamos é verdadeiro. Se a outra pessoa resolvesse responder com detalhes à nossa pergunta 'Como vai?' ficaríamos embaraçados.
Mas, felizmente ela percebe a superficialidade e o convencionalismo de nosso interesse e de nossas perguntas. Cumpre sua obrigação dando a resposta padrão, 'Vou bem, obrigado’.
Esta é a conversa que caracteriza a ausência de comunicação da festa, do encontro no clube, no supermercado. Não há um compartilhar verdadeiro entre as pessoas,. Todo mundo permanece em segurança no isolamento de uma pretensa sofisticação, que é falsa. Parece que o grupo todo se encontra para ficar em solidão, uns junto dos outros


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Nível quatro: relatando fatos sobre os outros
Neste quarto nível, não vamos muito longe de nossa prisão solitária em direção a uma comunicação real porque quase nada expomos de nós mesmos.
Contentamo-nos em dizer aos outros o que alguém disse ou fez. Não damos qualquer toque pessoal ou de auto-revelação aos comentários; relatamos fatos, simplesmente. Assim como, às vezes, muitos se escondem atrás de clichês, buscamos proteção nas fofocas, em fragmentos de conversas e nos “casos” sobre os outros. Nada oferecemos de nós mesmos, nem convidamos o outro a se dar em troca.


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Nível três: minhas idéias e julgamentos
Neste nível, há alguma comunicação sobre a minha pessoa. Estou disposto a dar um passo além de meu confinamento solitário. Vou correr o risco de lhe falar sobre algumas de minhas idéias e lhe revelar alguns dos meus julgamentos e decisões. No entanto, mantenho a minha comunicação sob estrita censura. À medida que comunico minhas idéias, observo cuidadosamente suas reações. Quero testar a temperatura da água antes de mergulhar. Quero estar certo de que vai me aceitar com minhas idéias, julgamentos e decisões. Se você levantar as sobrancelhas ou apertar os olhos, se bocejar ou olhar o relógio, vou me retirar, provavelmente para terreno mais seguro. Vou me refugiar no abrigo do silêncio, ou mudar o tema da conversa, ou, pior ainda, vou começar a dizer coisas que você gostaria de escutar. Vou tentar ser aquilo que poderia lhe agradar.
Algum dia, no entanto, quando tiver a coragem e o desejo de crescer como pessoa, vou despejar todo o conteúdo de minha mente e de meu coração diante de você. Será um momento de verdade. Pode ser que eu já tenha feito isso antes; ainda assim você só conhece um pouco ao meu respeito, a não ser que eu queira avançar para o próximo nível de profundidade na auto-comunicação.
Deka

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Nível dois ou nível visceral: meus sentimentos e emoções
Pode não ter ocorrido a muitos de nós que, mesm0o revelando nossas idéias, julgamentos e decisões, há ainda muito de nossa pessoa por compartilhar. Na verdade, as coisas que mais me diferenciam e me individualizam em relação aos outros, o que torna a comunicação de minha pessoa um conhecimento único, são os meus sentimentos ou emoções.
Se quero realmente que você saiba quem sou, devo lhe contar sobre o meu estõmago (nível visceral) e sobre minha cabeça. Minhas idéias, julgamentos e decisões são muito convencionais. Se pertenço ao partido do governo ou à oposição, tenho muitos companheiros. Se sou contra ou a favor da exploração espacial, haverá outros me apoiando na minha convicção. Mas os sentimentos subjacentes às minhas idéias, julgamentos e convicções são unicamente meus. Ninguém pertence a um partido, ou adota uma convicção religiosa, ou está comprometido com alguma causa, sentindo exatamente o meu entusiasmo ou a minha apatia. Ninguém experiencia o mesmo senso de frustração que eu, trabalha sob os meus medos ou sente minhas paixões. Ninguém se opõe à guerra com a minha indignação particular ou experimenta o patriotismo com o meu senso único de lealdade.
São esses sentimentos, nesse nível de comunicação, que devo compartilhar com você, se quiser lhe dizer quem sou realmente.
Para ilustrar, gostaria de colocar alguns julgamentos em cima e,mais em baixo, algumas das possíveis reações emocionais ao julgamento. Se lhe falo apenas sobre o conteúdo da minha mente, estarei guardando um bocado sobre a minha pessoa, especialmente aquelas áreas nas quais sou mais pessoal, mais individual, mais profundamente eu mesmo.

Eu penso:
Eu acho que você é inteligente

Eu sinto:
E me sinto enciumado
E me sinto frustrado
E me sinto orgulhoso de ser seu amigo
E isso me deixa desconfortável diante de você
E me sinto inferior a você
E me sinto impelido a imitar você
E tenho vontade de fugir de você
E tenho vontade de humilhar você


A maior parte das pessoas sente que o outro não toleraria tal honestidade emocional na comunicação. Preferimos defender nossa honestidade alegando que poderíamos magoar o outro e, transformando nossa falsidade em nobreza, iniciamos relacionamentos superficiais. Isso ocorre não apenas com os relacionamentos ocasionais, mas também com membros de nossa família, chegando a destruir a comunhão autêntica dos casamentos. Como consequencia, nem crescemos, nem ajudamos os outros a crescer. Enquanto isso, temos que viver com emoções reprimidas – um caminho perigoso e autodestrutivo para se trilhar. Qualquer relacionamento que pressuponha um encontro verdadeiro, e pessoal deve ser baseado nessa comunicação honesta, aberta, visceral. A outra alternativa é permanecer na minha prisão e viver, passo a passo, a minha morte como pessoa.


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Nível um: a comunicação culminante
Todas as amizades profundas e autênticas, especialmente os casamentos, devem ser baseados em absoluta abertura e honestidade. Algumas vezes torna-se difícil a comunicação visceral, mas é exatamente nesses momentos que ela é mais necessária. Entre amigos íntimos ou entre parceiros de um casamento haverá, algumas vezes, uma comunhão emocional e pessoal completa.
Em nossa condição humana, esse nível de comunicação não pode ser uma experiência permanente. No entanto, existem momentos em que o encontro atinge uma comunicação perfeita. Sei que minhas reações são compartilhadas inteiramente por meu amigo; minha alegria ou tristeza é duplicada nele com perfeição. Somos como dois instrumentos musicais tocando exatamente a mesma nota, emitindo o mesmo som. É a isso que chamamos de nível um, a comunicação culminante.

Vejo o citado nível um como de impossível alcance para o jogo de uma noite só, mas a conversa deve seguir o rumo do nível cinco ao dois enquanto progredimos nas fases de atração até conexão. A comunicação de sentimentos – o autor diz para usarmos os sentimentos verdadeiros, mas a manipulação dos sentimentos comunicados pode ser mais útil – dá a impressão de conhecimento e entrega mútua. Por isso, na fase de conforto, utilizem o molde citado por John Powell para comunicarem os sentimentos que desejarem, brincar com isso e criarem conexão emocional.
tony_LL

#47054 Muito bom!

Valioso ponto para ver algo que tenho que mudar, acho que estou acostumado a esconder emoções e sentimentos e por vezes acho muito superficiais meus relacionamentos, parece que falta conexão...

Vou procurar este livro.
gary - MEMBRO EXCLUSIVO
#47063 se eu estou na balada ou no show, dificilmente eu devo passar do nivel 2 de comunicação, certo?
Saitou

#47351 Muito bom o texto, não sabia da existência desses níveis.
Quase sempre que eu abordava alguma guria nunca passava do nível 3... vamos ver se eu chego no 2 agora :ae
Janus

#47682 Gostei dessa abordagem em niveis, interessante pra se ter uma noção,mas também é necessário não ficar muito bitolado em tentar passar de um nivel pra outro, senão a conversa pode acabar meio mecânica. Na verdade, tudo é questão de sentir o momento e isso virá naturalmente na conversação.

Aprendi que é muito bom expressar a sua propria opinião e evitar falar na terceira pessoa. Só isso já aumenta e muito a conexão, porque gera uma autenticidade no que está sendo conversado e até pula alguns niveis desses pra algo mais intmista e verdadeiro.

Abraço