- 23 Fev 2014, 14:38
#879869
Olá galera do PuaBase,
Bem eu ando lendo muitos tópicos criados por aqui pela galera e tenho aprendido muito, evenho me aprimorando com os textos de vocês, com as histórias de vidas, com as vitórias e com as derrotas que a vida nos impõe e sem as quais não poderíamos nos tornar mais fortes e crescer sem parar.
David D’angelo nos 77 leis de sucesso com as mulheres deixa isso claro, o ponto em que chegamos que não precisamos mais nos aperfeiçoar se chama morte, e meu caros amigos estamos bem vivos, e enquanto os dados estão rolando ainda podemos mudar muita coisa, virar o jogo sempre e sempre e sempre.
Sou o ParadisePunx, eu realmente fui Punk, mais isso tem mais de 10 anos e é um momento que eu guardo com muito carinho na minha memória, mas antes e depois dessa fase sempre curti Rock e suas subcategorias, estou hoje com quase 30 anos de idade, e a intenção desse texto é passar o feedback das minhas experiências ao longo dessa jornada dentro desse universo underground.
Como me tornei Rockeiro
Eu na época estava no ginásio na antiga 7ºsérie atual 8º ano, e nesses dois anos conheci colegas de escola que escutavam rock, na época o sucesso da parada era Raimundo e Charlie Brown Jr. Comprei os cd’s dessas bandas e ouvia muita legião urbana, de um garoto que ouvia música clássica me tornei um fã de rock e Rap, ouvia muito Racionais Mc’s na época, isso por volta de 1999 – 2000.
O Rock impõe um estilo de comportamento e temperamento muito confuso, mais pelas terminologias puas poderia ser chamada de Beta na sua maior parte, isso temperado com picos de atitudes temerárias e sem sentido, confundem as mulheres, elas acham que você é um beta, até que você pula de um palco, ou briga com um monte de caras, entra em uma gangue e etc.
Esse efeito manada, esse comportamento grupal, é algo comum em adolescentes, não é muito diferente nos grupos, a diferença é que no rock, existe um fator de risco que um pagodeiro ou sertanejo não se deparam muito sedo, drogas e mais drogas, existe um hábito muito forte entre os rockeiros de se drogarem sem limite, e de se prejudicarem muito com isso.
Amizades dentro do universo Rock’n’roll
No ginásio fiz amizade com um camarada, hoje ele é militar, não é pua, mais tem um estilo de vida regado a muita zoação e putaria no bom sentido, o cara é responsável, tem seu emprego mais vive em função disso, nossa amizade sempre me fez crescer ele sempre me alertou ao uso de drogas e etc, tocava heavy metal no violão o cara, e tinha um cabelo até a cintura kkkkk, ele tinha suas namoradinhas, esse é u rockeiro light, um perfil tranquilo.
Quando entrei pra Faetec (segundo grau técnico), conheci mais pessoas, fiz amizade com uma menina bissexual fã de grunge e hard-core, na época o Fernando Henrique cardoso ainda era presidente, conheci algumas pessoas do grêmio estudantil, ao longo do ano minha turma de mecânica industrial foi sendo a pior turma da escola, nesse meio tempo até o final do 1º ano entrei em contato com drogas pela primeira vez.
Amizades, elas te fazem crescer, também te fazem decrescer, existiam os nerds fãs de MPB, os evangélicos, eu escolhi ficar no lado negro da força, e em pouco tempo estava me drogando, muito pouco, mais foi o suficiente para desencadear um monte de problema na minha vida, que me fizeram crescer, mais hoje eu posso escrever isso aqui pra abrir os olhos de vocês.
Nesse momento é bom lembrar do programa do David D’angelo, ele diz que a lição que mais parece boba e é a mais difícil é, saber escolher seu ciclo social, as pessoas são influências mais fortes do que podemos imaginar, escolher seus amigos e seus relacionamentos é saber viver com segurança e de forma equilibrada, prefiro o tédio passageiro, do que a adrenalina assassina.
A relação entre o rock e rebeldia é clara, dessa maneira comecei a ir a protestos com 15 anos, ler sobre política, escutar bandas que falavam sobre o assunto, e ai cai no punk, e a partir daí meus critérios para me relacionar era a “politização” das pessoas, e fui fazendo muitos amizades com todo tipo de gente, me meti em muita furada por causa disso.
As consequências das “Amizades”.
Com 16 anos, e com minha primeira reprovação escolar, me sentia o cara mais malvado do mundo, estava todo fodido na verdade, eu sai da unidade da faetec onde estava e fui pra outra fazer informática, no segundo grau técnico, sua vida se torna um verdadeiro inferno, estudo integral, deslocamento de até duas horas pra chegar na escola, falta de grana absoluta.
Estudei em duas faetecs a primeira tinha em torno de 4000 alunos, a segunda 2500, é muita gente são dois três turnos, centenas de turmas, professores e funcionários, quando leio o texto dos caras aqui falando sobre como ser o rei da escola eu morro de rir, na faetec é tanta gente entrando e saindo, com tantas faixas etárias que esse projeto é utópico.
Entre o final de 2001 e inicio de 2002, como estava trocando de faetec fiz amizade com meus colegas de bairro que estudariam no colégio novo, conheci uma galerinha do grêmio da nova escola, resumindo estava com minha amiga bissexual compramos benzina na farmácia, fomos pra casa dela ficamos loucos, uma garrafa ficou com ela outra comigo.
Fui dar repeteco em um rolé com esse “amigo” novo da nova escola, deu merda a polícia pegou agente, apareci na porta da minha casa na traseira de uma viatura, foi uma decepção muito forte para os meus pais, os policiais foram muito honestos, eles literalmente me deram uma segunda chance naquele dia, e sou grato a esses profissionais, claro que vendo a coisa toda com distância e maturidade, na época foi horrível.
Fiquei as férias trancado em casa sem fazer nada, quando começo o ano letivo, no primeiro dia estava eu com meu maço de cigarro no meu blusão grunge, entrando pra nova faetec, estava mais determiando a levar a escola a sério e terminar o segundo grau, sim terminei, e as coisas fluíram, mais foram 3 anos muito sofridos.
Crescendo e Aprendendo
Reprovado, “preso”, cheirando benzina, tomando remédio controlado as escondidas, bebendo, e fazendo merda sem parar, estava eu com meus belos 15-16 aninhos, a vida tinha batido com força, havia aprendido algumas coisas, e sabia que não poderia usar certos tipos de drogas como cocaína, coisa que eu nunca fiz e me agradeço muito por isso.
Lembrando na minha época não existia Crack, e drogas sintéticas eram de muito difícil acesso, era outro mundo a internet era discada, eu usava walkman, celular era algo muito caro e restrito, as coisas se davam muito no boca a boca, era muito mais difícil e era mais gostoso também.
Na nova escola, fiz novas amizades e me tornei referência pra muita gente, até hoje encontro muita gente que escuta som , que começaram no rock pelos cd’s que eu gravava e dava de presente, pelos cd’s originais que emprestava e etc, eu movimentei uma cena na escola, mais já existia uma cena antes de eu entrar.
Haviam alguns punk’s na escola, eles faziam parte de uma gangue chamada MAP (Movimento anarco-punk), lembro que em uma passeata no ínicio de 2002 cinco punks entre homens e mulheres, levaram bombas caseiras pra passeata dentro dos ônibus alugados pela UJS (União Jovem Socialista), eles saíram correndo pelo meio dos carros da core, a passeata tava fomengando, jogaram as bombas no mac Donald’s do centro do rio, mais não deu certo, foram presos.
Isso tudo foi me fazendo a evitar merdas, eu não era punk ainda nessa época, mais o fato de ter sido pego pela polícia, e depois ter vistos essa galerinha presa, fez soar uma alarme na minha cabeça, e então eu comecei a me preocupar muito com questões legais e policiais, sempre prestando atenção no que fazia.
Aprendendo com a Merda Alheia
Depois de tomar muito na cara da senhora vida, continuei fazendo novas amizades, sempre amizades erradas, mais já tinha mais controle de certas coisas, nessa época eu conheci uma galera nova que estava punKando fortemente na cocaína, galera de 13 anos pra cima galera, parece surreal, mais é isso mesmo, galera de 12-13 anos coçando o nariz e fumando maconha, nessa época eu já tinha de 16 para 17 anos.
Acreditem a maior idade pra mim não era nem um pouco desejado, morria de medo de ser preso fazendo alguma merda, e de ficar com a fixa suja, enquanto isso era uma mera questão burocrática para os outros para mim era questão de vida e morte, obviamente uma viajem sem sentido da minha parte, o raciocínio aqui é simples, pare de fazer merda e não se preocupe mais.
Bom nesse momento eu percebi o mal irreversível da cocaína na vida das pessoas, e nunca me aventurei nesse campo, não recomendo, não tem nada de legal e descolado nessa merda, eu por experiência de vida ouvia que mais de metade das pessoas que começavam com cocaína não gostavam, mais pelo efeito de grupo, elas continuavam para se sentirem aceitas.
Outro caso, um amigo grunge nessa época, cheirava muito solvente, a galera comprava um galão de 5 litros de tinner, e ficava fungando aquela merda, usei essa merda uma vez pra nunca mais, e essa mesma turma usava cocaína e meu amigo grunge idem, ele é um natural galera, o cara perdeu a virgindade com 13 anos, ele arrumou uma namorada linda na época, engravidou a mina uma 3 vezes da qual ouve um aborto espontâneo, e há uma suspeita de um aborto programado, e na terceira vez a criança veio, meu amigo com 16-17 anos era pai, adito em cocaína, com um futuro inteiro pela frente.
Essa e outras vivências, me fizeram evitar muita merda na minha vida, muita mesmo, eu estava tão envolvido com cena underground, bebendo como um gamba, e brigando todo fim de semana em roda punk que mulheres passaram batidas na minha vida, adrenalina, adrenalina e adrenalina esse era meu lema, hoje controlo muito isso, se você esta nessa, da um tempo, invista um pouco nas meninas elas são muito expertas e nos ensinam muitas coisas.
Caindo no fundo do posso
Bom galera, nessa vida tudo tem seu preço, eu dei sorte confesso, admito, alguns dos punks que estava na passeata morreram antes de 2008, eu fui internado com uma pneumonia braba aos 16 anos e quase sambei, fiquei 1 mês internado, e ai os amigos desapareceram, de rock-star da escola me tornei um merda moribundo.
Dos 17 para o 18 fui internado de novo, fiquei 2 meses no hospital, foi foda, emagreci 30 kg, tomava cerca de 20 medicamentos por dia, vi a morte de perto, foi foda, nesse momento só existe sua família, minha amiga bissexual foi me visitar uma única vez, um casal de amigos punks foram me visitar e um amigo grunge no mesmo dia, guardo esse gesto com muito carinho até hoje.
Apesar das visitas, galera acorda, não tem essa se amizade não, eu aprendi algo valioso nessa época, amizade não existe, existem relações maduras entre pessoas maduras, aditos em drogas, pessoas que estão na correria na loucura, não tem nem pode ter amigos, mesmo que queira, é uma realidade cruel que se impõe.
Saindo do fundo do posso
Na vida sempre existem dois lados, estar fodido de saúde, por uma série de fatores e principalmente por estar bebendo muito me fez ter tempo de reavaliar minha vida, enquanto estava fodido na cama do hospital, decidi que quando saísse e se saísse de lá, iria terminar meu segundo grau, iria fazer faculdade e arrumaria uma namorada.
Sou um leitor compulsivo, queria fazer filosofia, mais não fiz o vestibular no ano que estava internado, estava me sentindo muito fraco pra isso, no ano seguinte eu não passei pra filosofia na estadual aqui dor Rio , com meu amadurecimento forçado, fui fazer historia em uma particular, e depois fiz transferência externa e cabei concluindo minha graduação em história pela UERJ.
Liberdade
Liberdade é irmã e confidente de uma outra virtude que se chama responsabilidade, não existe uma sem a outra, não recrimino nenhum hábito, prática, ideia, sou amoral, procuro sempre a neutralidade e entender as pessoas, apesar de sempre me por em primeiro lugar, até mesmo pelas minhas experiências de vida.
Eu tenho convicção que o que todo ser humano busca é liberdade, sem ela não existe paz, não existe felicidade, e tudo o que fiz, foi na busca de liberdade, mais na velocidade que buscava ser livre negligenciava ser responsável e calcular meus atos, claro que levo em consideração meu contexto social, psicológico e emocional.
O que eu quero deixar de mensagem para todos os Pua’s principalmente para a molecada que tá por ai pongando, chapando o coco e tudo mais, é que sejam responsáveis, busquem ter uma harmonia mínima com sua família, e sempre desenvolvam sua vida material-acadêmica-profissional.
É isso ai galera, qualquer dúvida, me mandem MP, fiquem a vontade para tirar qualquer dúvida, e fazer amizade, forte abraço !
Bem eu ando lendo muitos tópicos criados por aqui pela galera e tenho aprendido muito, evenho me aprimorando com os textos de vocês, com as histórias de vidas, com as vitórias e com as derrotas que a vida nos impõe e sem as quais não poderíamos nos tornar mais fortes e crescer sem parar.
David D’angelo nos 77 leis de sucesso com as mulheres deixa isso claro, o ponto em que chegamos que não precisamos mais nos aperfeiçoar se chama morte, e meu caros amigos estamos bem vivos, e enquanto os dados estão rolando ainda podemos mudar muita coisa, virar o jogo sempre e sempre e sempre.
Sou o ParadisePunx, eu realmente fui Punk, mais isso tem mais de 10 anos e é um momento que eu guardo com muito carinho na minha memória, mas antes e depois dessa fase sempre curti Rock e suas subcategorias, estou hoje com quase 30 anos de idade, e a intenção desse texto é passar o feedback das minhas experiências ao longo dessa jornada dentro desse universo underground.
Como me tornei Rockeiro
Eu na época estava no ginásio na antiga 7ºsérie atual 8º ano, e nesses dois anos conheci colegas de escola que escutavam rock, na época o sucesso da parada era Raimundo e Charlie Brown Jr. Comprei os cd’s dessas bandas e ouvia muita legião urbana, de um garoto que ouvia música clássica me tornei um fã de rock e Rap, ouvia muito Racionais Mc’s na época, isso por volta de 1999 – 2000.
O Rock impõe um estilo de comportamento e temperamento muito confuso, mais pelas terminologias puas poderia ser chamada de Beta na sua maior parte, isso temperado com picos de atitudes temerárias e sem sentido, confundem as mulheres, elas acham que você é um beta, até que você pula de um palco, ou briga com um monte de caras, entra em uma gangue e etc.
Esse efeito manada, esse comportamento grupal, é algo comum em adolescentes, não é muito diferente nos grupos, a diferença é que no rock, existe um fator de risco que um pagodeiro ou sertanejo não se deparam muito sedo, drogas e mais drogas, existe um hábito muito forte entre os rockeiros de se drogarem sem limite, e de se prejudicarem muito com isso.
Amizades dentro do universo Rock’n’roll
No ginásio fiz amizade com um camarada, hoje ele é militar, não é pua, mais tem um estilo de vida regado a muita zoação e putaria no bom sentido, o cara é responsável, tem seu emprego mais vive em função disso, nossa amizade sempre me fez crescer ele sempre me alertou ao uso de drogas e etc, tocava heavy metal no violão o cara, e tinha um cabelo até a cintura kkkkk, ele tinha suas namoradinhas, esse é u rockeiro light, um perfil tranquilo.
Quando entrei pra Faetec (segundo grau técnico), conheci mais pessoas, fiz amizade com uma menina bissexual fã de grunge e hard-core, na época o Fernando Henrique cardoso ainda era presidente, conheci algumas pessoas do grêmio estudantil, ao longo do ano minha turma de mecânica industrial foi sendo a pior turma da escola, nesse meio tempo até o final do 1º ano entrei em contato com drogas pela primeira vez.
Amizades, elas te fazem crescer, também te fazem decrescer, existiam os nerds fãs de MPB, os evangélicos, eu escolhi ficar no lado negro da força, e em pouco tempo estava me drogando, muito pouco, mais foi o suficiente para desencadear um monte de problema na minha vida, que me fizeram crescer, mais hoje eu posso escrever isso aqui pra abrir os olhos de vocês.
Nesse momento é bom lembrar do programa do David D’angelo, ele diz que a lição que mais parece boba e é a mais difícil é, saber escolher seu ciclo social, as pessoas são influências mais fortes do que podemos imaginar, escolher seus amigos e seus relacionamentos é saber viver com segurança e de forma equilibrada, prefiro o tédio passageiro, do que a adrenalina assassina.
A relação entre o rock e rebeldia é clara, dessa maneira comecei a ir a protestos com 15 anos, ler sobre política, escutar bandas que falavam sobre o assunto, e ai cai no punk, e a partir daí meus critérios para me relacionar era a “politização” das pessoas, e fui fazendo muitos amizades com todo tipo de gente, me meti em muita furada por causa disso.
As consequências das “Amizades”.
Com 16 anos, e com minha primeira reprovação escolar, me sentia o cara mais malvado do mundo, estava todo fodido na verdade, eu sai da unidade da faetec onde estava e fui pra outra fazer informática, no segundo grau técnico, sua vida se torna um verdadeiro inferno, estudo integral, deslocamento de até duas horas pra chegar na escola, falta de grana absoluta.
Estudei em duas faetecs a primeira tinha em torno de 4000 alunos, a segunda 2500, é muita gente são dois três turnos, centenas de turmas, professores e funcionários, quando leio o texto dos caras aqui falando sobre como ser o rei da escola eu morro de rir, na faetec é tanta gente entrando e saindo, com tantas faixas etárias que esse projeto é utópico.
Entre o final de 2001 e inicio de 2002, como estava trocando de faetec fiz amizade com meus colegas de bairro que estudariam no colégio novo, conheci uma galerinha do grêmio da nova escola, resumindo estava com minha amiga bissexual compramos benzina na farmácia, fomos pra casa dela ficamos loucos, uma garrafa ficou com ela outra comigo.
Fui dar repeteco em um rolé com esse “amigo” novo da nova escola, deu merda a polícia pegou agente, apareci na porta da minha casa na traseira de uma viatura, foi uma decepção muito forte para os meus pais, os policiais foram muito honestos, eles literalmente me deram uma segunda chance naquele dia, e sou grato a esses profissionais, claro que vendo a coisa toda com distância e maturidade, na época foi horrível.
Fiquei as férias trancado em casa sem fazer nada, quando começo o ano letivo, no primeiro dia estava eu com meu maço de cigarro no meu blusão grunge, entrando pra nova faetec, estava mais determiando a levar a escola a sério e terminar o segundo grau, sim terminei, e as coisas fluíram, mais foram 3 anos muito sofridos.
Crescendo e Aprendendo
Reprovado, “preso”, cheirando benzina, tomando remédio controlado as escondidas, bebendo, e fazendo merda sem parar, estava eu com meus belos 15-16 aninhos, a vida tinha batido com força, havia aprendido algumas coisas, e sabia que não poderia usar certos tipos de drogas como cocaína, coisa que eu nunca fiz e me agradeço muito por isso.
Lembrando na minha época não existia Crack, e drogas sintéticas eram de muito difícil acesso, era outro mundo a internet era discada, eu usava walkman, celular era algo muito caro e restrito, as coisas se davam muito no boca a boca, era muito mais difícil e era mais gostoso também.
Na nova escola, fiz novas amizades e me tornei referência pra muita gente, até hoje encontro muita gente que escuta som , que começaram no rock pelos cd’s que eu gravava e dava de presente, pelos cd’s originais que emprestava e etc, eu movimentei uma cena na escola, mais já existia uma cena antes de eu entrar.
Haviam alguns punk’s na escola, eles faziam parte de uma gangue chamada MAP (Movimento anarco-punk), lembro que em uma passeata no ínicio de 2002 cinco punks entre homens e mulheres, levaram bombas caseiras pra passeata dentro dos ônibus alugados pela UJS (União Jovem Socialista), eles saíram correndo pelo meio dos carros da core, a passeata tava fomengando, jogaram as bombas no mac Donald’s do centro do rio, mais não deu certo, foram presos.
Isso tudo foi me fazendo a evitar merdas, eu não era punk ainda nessa época, mais o fato de ter sido pego pela polícia, e depois ter vistos essa galerinha presa, fez soar uma alarme na minha cabeça, e então eu comecei a me preocupar muito com questões legais e policiais, sempre prestando atenção no que fazia.
Aprendendo com a Merda Alheia
Depois de tomar muito na cara da senhora vida, continuei fazendo novas amizades, sempre amizades erradas, mais já tinha mais controle de certas coisas, nessa época eu conheci uma galera nova que estava punKando fortemente na cocaína, galera de 13 anos pra cima galera, parece surreal, mais é isso mesmo, galera de 12-13 anos coçando o nariz e fumando maconha, nessa época eu já tinha de 16 para 17 anos.
Acreditem a maior idade pra mim não era nem um pouco desejado, morria de medo de ser preso fazendo alguma merda, e de ficar com a fixa suja, enquanto isso era uma mera questão burocrática para os outros para mim era questão de vida e morte, obviamente uma viajem sem sentido da minha parte, o raciocínio aqui é simples, pare de fazer merda e não se preocupe mais.
Bom nesse momento eu percebi o mal irreversível da cocaína na vida das pessoas, e nunca me aventurei nesse campo, não recomendo, não tem nada de legal e descolado nessa merda, eu por experiência de vida ouvia que mais de metade das pessoas que começavam com cocaína não gostavam, mais pelo efeito de grupo, elas continuavam para se sentirem aceitas.
Outro caso, um amigo grunge nessa época, cheirava muito solvente, a galera comprava um galão de 5 litros de tinner, e ficava fungando aquela merda, usei essa merda uma vez pra nunca mais, e essa mesma turma usava cocaína e meu amigo grunge idem, ele é um natural galera, o cara perdeu a virgindade com 13 anos, ele arrumou uma namorada linda na época, engravidou a mina uma 3 vezes da qual ouve um aborto espontâneo, e há uma suspeita de um aborto programado, e na terceira vez a criança veio, meu amigo com 16-17 anos era pai, adito em cocaína, com um futuro inteiro pela frente.
Essa e outras vivências, me fizeram evitar muita merda na minha vida, muita mesmo, eu estava tão envolvido com cena underground, bebendo como um gamba, e brigando todo fim de semana em roda punk que mulheres passaram batidas na minha vida, adrenalina, adrenalina e adrenalina esse era meu lema, hoje controlo muito isso, se você esta nessa, da um tempo, invista um pouco nas meninas elas são muito expertas e nos ensinam muitas coisas.
Caindo no fundo do posso
Bom galera, nessa vida tudo tem seu preço, eu dei sorte confesso, admito, alguns dos punks que estava na passeata morreram antes de 2008, eu fui internado com uma pneumonia braba aos 16 anos e quase sambei, fiquei 1 mês internado, e ai os amigos desapareceram, de rock-star da escola me tornei um merda moribundo.
Dos 17 para o 18 fui internado de novo, fiquei 2 meses no hospital, foi foda, emagreci 30 kg, tomava cerca de 20 medicamentos por dia, vi a morte de perto, foi foda, nesse momento só existe sua família, minha amiga bissexual foi me visitar uma única vez, um casal de amigos punks foram me visitar e um amigo grunge no mesmo dia, guardo esse gesto com muito carinho até hoje.
Apesar das visitas, galera acorda, não tem essa se amizade não, eu aprendi algo valioso nessa época, amizade não existe, existem relações maduras entre pessoas maduras, aditos em drogas, pessoas que estão na correria na loucura, não tem nem pode ter amigos, mesmo que queira, é uma realidade cruel que se impõe.
Saindo do fundo do posso
Na vida sempre existem dois lados, estar fodido de saúde, por uma série de fatores e principalmente por estar bebendo muito me fez ter tempo de reavaliar minha vida, enquanto estava fodido na cama do hospital, decidi que quando saísse e se saísse de lá, iria terminar meu segundo grau, iria fazer faculdade e arrumaria uma namorada.
Sou um leitor compulsivo, queria fazer filosofia, mais não fiz o vestibular no ano que estava internado, estava me sentindo muito fraco pra isso, no ano seguinte eu não passei pra filosofia na estadual aqui dor Rio , com meu amadurecimento forçado, fui fazer historia em uma particular, e depois fiz transferência externa e cabei concluindo minha graduação em história pela UERJ.
Liberdade
Liberdade é irmã e confidente de uma outra virtude que se chama responsabilidade, não existe uma sem a outra, não recrimino nenhum hábito, prática, ideia, sou amoral, procuro sempre a neutralidade e entender as pessoas, apesar de sempre me por em primeiro lugar, até mesmo pelas minhas experiências de vida.
Eu tenho convicção que o que todo ser humano busca é liberdade, sem ela não existe paz, não existe felicidade, e tudo o que fiz, foi na busca de liberdade, mais na velocidade que buscava ser livre negligenciava ser responsável e calcular meus atos, claro que levo em consideração meu contexto social, psicológico e emocional.
O que eu quero deixar de mensagem para todos os Pua’s principalmente para a molecada que tá por ai pongando, chapando o coco e tudo mais, é que sejam responsáveis, busquem ter uma harmonia mínima com sua família, e sempre desenvolvam sua vida material-acadêmica-profissional.
É isso ai galera, qualquer dúvida, me mandem MP, fiquem a vontade para tirar qualquer dúvida, e fazer amizade, forte abraço !