Aqui é aonde Arquivamos as discussões e debates do PUABASE.
Apenas Membros VIPS
Organização sempre!
Avatar pua

Criador do tópico

pensador

Aprendiz

#965763 Aquele que estava apaixonado por nós provavelmente foi a pessoa que mais nos amou pela potência estética, e não pela fragilidade, como os pais fazem; logo aquele pobre sonhador recebe um local especial em nossa memória, ainda que por pouca coisa e por poucos momentos. Até suas zombações agradavam, pois se esforçava para ficar perto. Por esses motivos se pensa nele mais do que nos próprios parentescos que já nos tratam bem a muito tempo.


O único resquício de amor que sobra no adulto são as lembranças do passado; se analisa milhares de vezes tudo que aconteceu durante a época romântica, tornando até as piores partes prazerosas, pois nesse conjunto vai se formulando hipóteses do que aconteceria se fizesse aquilo de outra forma. E sabemos que o "gostar" de uma crianças tem mais força que o "amar" de qualquer adulto. Porque enquanto o amor deste não passa de estratégias e paciência fria para sugar, aproveitar ou ridicularizar cada pedaço de seu companheiro, aquela já teria vergonha de que os outros descobrissem o seus sentimentos; nem mesmo sua amada poderia saber de que ele gosta dela. A explicação para essa zombação do amor é que as crianças notariam uma simpatia anormal por parte do apaixonado, e o querer grudar na sua amada comprovaria a tamanha impotência e desespero que os próprios desejos lhe causam.


História de todos os apaixonados: antes de conhecer a sua beleza, ela não existia para nós; depois foi a vontade de ridicularizar que nos impulsionou ao contato; e por fim percebemos que a vida toda estivemos satirizando a mesma pessoa que pensamos em mil maneiras de dizer que gostávamos dela mas que, por algum tipo de conforto inercial, nos distanciamos de admitir quaisquer sentimentos.


Atenção: quando eu digo vontade de ridicularizar, me refiro às vitórias efêmeras que o apaixonado conquista por, por exemplo, conseguir ficar perto daquela pessoa bonita, conseguir falar com ela, etc. Pois o objetivo final da mais inocente olhadinha seria o sexo desenfreado e vontade de descobrir toda e qualquer fraqueza da amada.


Logo o adulto perde a vontade de se aproximar de quem mais amou e passa a rir da própria indiferença quanto aos sentimentos antigos.


Também há aqueles que usam toda a força de sua memória a fim de empregar em suas poesias, músicas ou até em roteiros de filmes e desenhos: por isso os Homens são tão perfeitos no teatro amoroso, ninguém jamais deu um passo para revelar suas fraquezas (sentimentos) no momento em que elas eram mais despertadas.


E agradecemos às obras e produções dos grandes artistas se conseguirem nos despertar emoções ou até lágrimas, mas passamos a odiar aquela pessoa que nos causou desconforto, tristeza e aflição tão naturais da paixão.


Assim termina o amor de qualquer homem ou mulher adultos.


Não há arrependimento por amor totalmente não correspondido, só se sente falta de alguém que tentou se aproximar de nós do mesmo modo como nós tentamos com ela.


Aprofundando-se nos motivos que levam um jovem a se apaixonar, poderemos notar que 3 fatores são essenciais para isto ocorrer:
A) impotência sexual
B) vontade de ridicularizar
C) preguiça de manipular outro na mente


A) Porque o jovem desde criança já tem desejos sexuais, como aqueles garotos que tentam espiar a calcinha de meninas, por exemplo, e então a curiosidade natural e as frustrações constantes que recebe por considerar a amada bela demais para ele o força a ficar compulsivo por esta e tentar melhorar sua imagem.


B) Toda criança gosta de fazer piadas e zombações com outras, logo se calcula que o prazer máximo de uma zombação só poderia ser o identificar uma falha na amada e fazer esta passar vergonha; assim vingando-se de toda timidez sofrida pela paixão. Podemos exemplificar com algumas atitudes infantis, como criar apelidos e rir das roupas bregas ou pequenos defeitos visíveis de terceiros.


C) Como a criança não tem tantas habilidades de pesquisa e nem conhece muita gente; acaba se contentando com as pessoas de seu pequeno círculo social: escola, amigos da rua, etc. E assim como o fato de ter poucas músicas as fariam repetir incessantemente aquelas já possuídas, o mesmo princípio se aplicaria no pensar na amada: deseja-se saber tudo sobre ela, e qualquer sinal de simpatia já seria motivo para lembrar com força e alegria do pequeno gesto de união simbólica, como um abraço, aperto de mãos.


Há tantas pessoas belas e disponíveis para relacionamento, que jamais é preciso mover um dedo para a pessoa mais amada, àquela conhece algumas de nossas fraquezas e desperta nervosismo ou impotência, dispara nosso coração se se aproximar de surpresa. Assim sendo, até se o jovem virar um adulto muito belo, não irá procurar a antiga amada, pois sabe que muitas experiências valem mais do que uma possível tentativa fracassada. E os feios sabem que não são pário para a concorrência. Logo não há amor verdadeiro em lugar algum desse futuro. Sempre estamos distante da impotência, mesmo crianças desviam seus caminhos caso especulações estejam lhes atrapalhando em relação a alguém que ele ama.


Assim apostamos que a mulher que recebeu o palácio Taj Mahal de presente certamente não deixou desconfiar pela razão natural se muitas mulheres não poderiam dar mais prazer do que ela própria e, portanto, não se encantou como uma criança que atraiu amizade e simpatia da amada pelo esforço de fingir querer não muito mais do que isso.