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Criador do tópico

Lucãao !

Veterano - nível 4

#985172 Oi amigos,
Gostaria de compartilhar com vocês um artigo de meu blog www.oespaco.net ... Este blog nao me gera nenhum rendimento e nao escrevo para me promover. É cansativo ver as pessoas fazendo estupidez todo santo dia e não poder ajudar. Então escrevo apenas para extravasar.. enfim..

O artigo orinial está aqui:[url=%20http://www.oespaco.net/2016/02/como-ser-um-mestre-em-qualquer-coisa.html]http://www.oespaco.net/2016/02/como-ser-um-mestre-em-qualquer-coisa.html[/url]
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Já percebeu como é difícil aprender uma habilidade nova?
Você gostaria de ser um Mestre em quê? Alguma coisa específica? Sedução talvez.

Seja ela qual for, é bem trabalhoso e desestimulante começar do zero.

Hoje vamos falar de Maestria.

Vamos nos basear na excelente obra Maestria de George Leonard.

Antes de mais nada, precisamos encontrar a definição mais apropriada. Quando fala-se em Maestria, tem-se logo a ideia de uma atividade executada com máxima precisão e harmonia, certo? Um mestre que domina todos os detalhes, visíveis e não visíveis, com um aprofundamento tão grande que nos puxam pensamentos do tipo: “ele nasceu pra fazer isso”.

Pois bem, a Maestria não é de fato um fim, é um meio. Não se trata do destino final, mas da jornada. É um caminho que não é exclusivo aos que nascem talentosos e superdotados ou que tiveram a oportunidade de começar cedo.

Está ao alcance de qualquer um que esteja disposto a embarcar e permanecer nesta jornada, não importando a idade, sexo ou experiência anterior.

A jornada da Maestria começa sempre que você decide aprender algo novo. Uma profissão, uma habilidade social, uma dança... Enfim, qualquer coisa que você resolva começar, como cozinhar, dirigir ou fazer origami.

Ela está lá quando estamos tentando aprender a andar e a falar.


Mas é no esporte que ela tem um glamour especial. Pelo ambiente, pelas mudanças físicas, pela motivação na superação dos limites e tudo mais que envolva praticar um esporte novo, a Maestria assume uma forma dramática, quase poética.

Assim, vamos tomar o esporte como um exemplo hipotético:


Vamos supor que você decide, depois de adulto, começar a treinar Capoeira.

Você tem uma forma física razoável, já assistiu algumas apresentações e gostou bastante, se sente pronto e motivado para aprender.

Encontra uma boa escola, um bom professor e se compromete a treinar três vezes por semana. Pronto! Você já está no caminho da Maestria.

Tudo começa bem devagar, o professor mostra-lhe toda a história da arte e suas origens. Realmente muito bonito, você se sente um pouco mais brasileiro.

Depois vem o aquecimento e alongamento. Até que finalmente ele lhe ensina o primeiro movimento: a ginga.


Você percebe que é bem desajeitado. É preciso de muito foco para tentar manter os braços e pernas sincronizados enquanto os outros fazem de uma forma espontânea e graciosa. Entende que a necessidade de se concentrar no movimento atrapalha sua perfeita execução.

Então chega a impaciência. Você gosta de resultados. Gostaria logo de treinar, rodar, aprender uns golpes. Ficar gingando de um lado para o outro não oferece nem umas gotinhas de suor. É chato.

O professor diz que você não deve pensar em outra coisa senão as gingadas. E você, já meio frustrado, continua por 4 semanas pra lá e pra cá com a sensação de que não está evoluindo nada.

De repente acontece um estalo. A sua gingada veio de forma natural. Este é o seu primeiro pico de aprendizado. A ginga começa a se automatizar e um espaço se abre em sua mente. Você já pode manter o movimento e observar ao redor. Coisa bacana.

E é aqui que o seu professor te passa a primeira jogada de pernas. Antes era só gingar, agora você tem que gingar e fazer mais um movimento e advinha? Sai tudo errado.

Parece até que você perdeu o jeito da gingada. E o desânimo de perder um pouco do que foi conquistado?

Mais algumas semanas praticando e nada de progresso. É a bendita estagnação frustrando tudo outra vez.

Você se pergunta quando poderá jogar capoeira em uma roda mesmo. Participar de algum evento. Quem sabe se algum dia você poderá competir.



O professor diz que você vai indo bem nos treinamentos e que – não pense sobre isso agora – em dois ou três anos estará num nível razoável para as competições.

Balde de água fria.

Você entende que, diante do banho de realidade dado pelo professor, precisa tomar uma decisão.

> Aumentar a intensidade, dobrar o tempo dos treinos e praticar todos os dias da semana?

> Atingir um nível razoável para participar de alguns eventos pequenos. E assim poder tirar algumas fotos para o Instagram e mostrar uma performace legalzinha para família?

> Procurar alguma outra luta, ou até mesmo um esporte que não seja tão complicado. Capoeira não é só luta, também é dança, é preciso ter ritmo. São muitas variáveis, talvez você não tenha nascido pra isso.

> Escutar o seu instrutor e manter a prática com tranquilidade, paciência e disciplina. Ele considera que você vem bem e poderá ter um futuro legal na Capoeira. Quem sabe o que você pode encontrar nesses longos períodos de estagnação?

Pode ser que você encontre uma determinada motivação. Talvez, autoconhecimento. Pode ser que encontre saudáveis amizades de pessoas que estão caminhando com você. Autocontrole emocional? E porque não: prazer? Seria incrível se isso acontecesse.

Isto é Maestria. Manter-se na prática é manter-se no caminho do Mestre. Você deve ter percebido que, dentre as opções, esta parece ser a mais difícil. Mas não precisa ser. Te mostrarei como.


A Curva da Maestria

O aprendizado de qualquer atividade acontece através de surtos breves de progressos, seguidos de uma pequena queda e uma estagnação em um ponto um pouco mais elevado que a estagnação anterior. Dessa forma:


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Claro, esta é uma curva ilustrativa. Na vida real, o progresso não é tão regular, os picos de aprendizado variam assim como os períodos de estagnação.

Mas de uma maneira geral, a progressão é essa mesmo e a curva representa bem.

O que significa que se quiser se tornar um mestre, deverá praticar para atingir novos níveis, estando disposto a passar a maior parte do tempo estagnado. É continuar praticando mesmo com a impressão de que aquilo não leva a lugar algum.

“E porque o aprendizado acontece nesses picos”?[/i][/b]

No exemplo da capoeira, nós vimos que é preciso praticar muito para que um movimento desconhecido chegue passe para o piloto automático. Leva um certo tempo até que o movimento alcance a memória do músculo.

Quando você começa aprender algo novo, precisa pensar e fazer um esforço para substituir velhos padrões de sensibilidade, movimento e cognição.


Isso coloca em ação um sistema cognitivo e um sistema de esforço que se ligam ao sistema habitual e o reprogramam. Feito isso, eles se retiram e o novo passa a ser habitual, natural. Não é mais necessário um esforço mental grande para executá-lo.


A Maestria é muito bem definida quando estamos aprendendo a dirigir. Precisamos automatizar muitas e muitas coisas. Começando com o foco na embreagem e marchas, passando por setas e retrovisores, até que tudo finalmente esteja naturalizado há ponto de conseguirmos concentrar nossa atenção no trânsito ao redor.




A guerra do mundo contra os Mestres

Se você tem a intenção de entrar no caminho da Maestria, então prepare-se para encontrar algumas resistências.

A dificuldade está no fato de que temos poucos mapas para nos mostrar como encontrar o caminho. O mundo moderno é uma conspiração contra a Maestria.

Todos os dias somos bombardeados com promessas de satisfação imediata, sucesso instantâneo e alívio rápido e temporário, que nos levam na direção contrária.
http://www.oespaco.net/2015/09/desacelere-pra-poder-ser-feliz.html
Vivemos em um mundo acelerado. A era da Ansiedade. A era do consumo. A era dos resultados máximos em tempos mínimos.

Queremos emagrecer em 48 horas. Queremos ficar ricos rápido e sem esforço. Não temos tempos a perder.

Você já parou pra pensar nos efeitos que os comerciais de TV podem ter sob a mente humana? Este é um bom exemplo. Enfiam na sua mente uma sequência de ápices um atrás do outro.


A criança soprando a velinha do bolo de aniversário.
A família feliz passando margarina no pão.
A turma reunida após o trabalho, sem o menor aspecto de cansaço, para tomar uma cerveja gelada servida por modelos.


Clímax após clímax após clímax...
Nos vendem mais ou menos isso:



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Agora pense um pouco nas redes sociais...

Milhões de jovens seguem celebridades do Instagram, o corpo perfeito, a vida perfeita.. Buscam e admiram uma falsa vida de clímax infinito.
Milhões de jovens se encontram frustrados com as próprias vidas.


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Jovem exibia uma vida ``perfeita`` e possuia 750 mil seguidores.







Como manter um caminho de clímax sem fim?


Compre! Compre isso agora! Gaste mais do que você tem. Você precisa. Você precisa sentir esse ápice. Baita prazer. Gaste.



Fique embriagado o máximo de tempo possível. Esteja sempre bêbado. Isso é clímax. Pílulas. Isso é estar sempre no auge. Sempre há uma pílula imediata pra qualquer coisa. Tome drogas. Drogas da felicidade.



É evidente que no longo prazo isso não dá certo. Dá a impressão que a sobriedade é algo ruim.


O resultado é inevitável:

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Dedicar-se inteiramente à ilusão do clímax sem fim nos coloca em rota de colisão com a psique humana.

Mas quem, no nosso espaço-tempo, vai nos dizer algo sobre sobriedade ou longo prazo? Quem estaria disposto? Não há espaço para isso. A máquina precisa girar.

Você consegue imaginar quantas doenças podem ser curadas com uma dieta a longo prazo, exercícios moderados, ioga, meditação e terapia, grupos de reflexão?

Nós preferimos a intervenção cirúrgica.






A Alegria que mora na pratica.

Desde a infância, somos ensinados a estudar muito para obter boas notas. Dizem-nos que precisamos de boas notas para formar. Devemos concluir o ensino médio e prestar vestibular. Conseguir um bom emprego, comprar uma casa e um carro. Casar e ter filhos. Passamos a vida presos em uma rede de coisas à alcançar.

Não que isso seja ruim. Atingir metas é muito importante. Mas a verdadeira graça da vida não está apenas no resultado do nosso esforço.

George Leonard diz em Maestria:
“Somos ensinados, de um sem-número de modos, a avaliar o produto, o prêmio, o momento de clímax. Mas mesmo depois de acabarmos de receber o grande prêmio, há sempre o amanhã e o amanhã e o amanhã”.

E amanhã é hora de correr atrás do próximo prêmio.

Se você não vive uma vida de maestria, certamente passará grande parte dela tentando escapar das estagnações, para atingir rapidamente o próximo clímax. Tentativas afoitas, confusas e autodestrutivas.

Ora, mais do que natural. Afinal aprendemos a apreciar somente os pontos mais altos de cada conquista.

Se você vive uma boa vida de maestria, a maior parte dela terá sido passada na estagnação. Então é preciso encontrar alegria na prática regular.

Se eu passo a maior parte da vida caminhando, então porque deixar pra ser feliz apenas no breve momento de chegada ao destino?

Em que momento da nossa educação e cultura nos ensinam de forma clara a avaliar e desfrutar da caminhada?

É possível amar longos períodos de esforço sem resultado aparante?

Precisamos descontruir todo um modelo mental que atrela a felicidade apenas às recompensas. Modelo esse que nos é ensinado desde muito cedo. E isso não se faz do dia pra noite.

Claro que o clímax é um momento único e incrivelmente gostoso. Mas ele não é tudo.

Existe prazer no ritual da prática. Nos seus gostos, toques, sabores, cheiros e sons. No ambiente, nos detalhes.

A ambição ao resultado sempre vai existir e ela pode ser positiva, mas precisa ser domada.

Eu quero e quero muito alcançar este prêmio, mas não preciso dele para ser feliz. Entende a diferença do querer e do precisar? Estar caminhando em busca dele faz de mim completo.

Se eu estou nota 2 em busca da nota 10, então eu já estou nota 10!
Se eu estou nota 9 e aflito, então eu estou nota 0.

As metas são importantes. Porém existem apenas no passado e no futuro. A prática existe no presente. Você pode senti-lá, cheirá-la, vivê-la. Gostar da fase de estagnação é gostar do eterno agora, desfrutar de um objetivo alcançado e encarar com serenidade a nova fase que vem em seguida.


“Gostar da fase de estagnação é gostar do que é mais essencial e duradouro em sua vida”.

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jakeee

Veterano - nível 7

#986123 SENSACIONAL PARCEIRO!!!

Fiquei extremamente contente de ver esse artigo sobre autoconhecimento no PUABASE, o PU deveria ser sobre isso, evolução, não pegar e comer mulher, ser cafa, ser alfa. Ótimo texto lucaaao, me atrelo a duas partes que considero importantísimas:

1) A maestria é um meio: Exatamente, li um artigo que fala sobre a disciplina, vc não precisa ser talentoso pra ser bom em algo, precisa ter disciplina e continuar no seu ritimo mesmo nas horas mais frustantes, isso se aplica à tudo na vida.

2) A maestria é um estilo de vida: Concordo plenamente, tomo eu mesmo como exemplo, estava meio fora de forma e quis de fato emagrecer e ser mais sáudavel, em 1 mês mudei meus hábitos e pude sentir a diferença positiva disso tudo. No começo eu estabelecia metas de peso e medidas, hoje em dia eu me preocupo em continuar a malhar e me exercitar, e isso faz toda a diferença, temos que aprender a mudar nossos hábitos, não a procurarmos todos os resultados instantaneamente.


Cara, ótimo texto, meus parabéns e eu espero que continue postando conteúdos nessa linha.


Abraços!!!
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orlenha

Veterano - nível 9

#986674 Excelente artigo... Já li umas duas vezes.. É muito interessante este tema, pois em qualquer área da vida necessitamos de paciência e disciplina.. E isso se requer com a ajuda da maestria. Tem pessoas que tem muita pressa em ler um livro p acabar e cobrar aos outros que já o leu, ao invez de curtir a leitura e viajar noindo do livro.. Seja esse técnico ou literário.. Valeu pela contribuição! Forte abraço
César Murilo

Aprendiz

#986684 Ótimo texto meu brother!!! Quando começamos a pensar fora da caixa e nos livrar dessa rotina abusiva do mundo moderno, é como se tirassem um peso enorme das nossas costa, e aparte daí começamos a experimentar enorme paz interior, uma leveza, uma sensação de liberdade, onde se cria uma nova mentalidade em que seu foco está somente no AGORA, você começa a apreciar cada detalhe, cada momento, seja ele bom ou ruim, tudo se transformar em aprendizado.
firebomb

Aprendiz

#986842 Muito bom artigo!! Artigo que ressalta o valor de nunca desistir dos objetivos que desejamos alcançar. Nada vem fácil, fato!!!

Criador do tópico

Lucãao !

Veterano - nível 4

#986970 Que bom que gostaram amigos!

Infelizmente, a ansiedade é a doença do século, a gente precisa estar sempre atento.

Eu não vou compartilhar tudo q tem no blog, por que falo de várias coisas. Mas sempre que tiver um conteúdo relacionado com a gente aqui, eu trago pra vocês.

Grande abraço!
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_Jota

Aprendiz

#987012 Texto incrível Lucãao, não devemos pensar apenas em chegar ao destino, e sim apreciar o caminho.
Entrar para a comunidade PUA foi uma das melhores decisões da minha vida, eu entrei aqui com o propósito de melhorar a habilidade na sedução, mas percebi que devia melhorar em todos os aspectos da vida.
Obrigado por compartilhar conhecimento com a comunidade.
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lordd

Aprendiz

#987043 Muito bacana o texto e concordo, acho que se deve curtir cada parte do processo. Mas confesso que sou ansioso para os resultados.

Abraços!