- 10 Mai 2016, 18:38
#992400
Por que não conseguimos criar um rapport genuíno?
Perdemos a capacidade de escutar...
Este é um artigo do blog O Espaço que eu gostaria de dividir com vocês amigos.
O artigo original se encontra AQUI.
Então vamos lá:
>>>>>>>
Está escancarado e nós fingimos não ver. Mas por mais que ignoremos, não deixa de ser uma verdade inconveniente.
Nós estamos surdos. Perdemos a capacidade de escutar uns aos outros. A única voz que estamos interessados é a nossa própria voz.
Você fala e fala. Eu estou calado, mas não estou te ouvindo. Estou esperando a minha vez de falar. E numa rápida janela de oportunidade entre suas palavras, eu começo a articular as minhas. Você se cala, mas não está me ouvindo. Está pensando nas suas próximas sentenças, de olho em um gancho para encaixá-las e voltar à posição de quem se expressa.
Assim caminhamos... Você consegue imaginar a tragédia de uma sociedade sem comunicação? Não precisa imaginar muito, já vivemos neste mundo.
Do individualismo e do ego.
Imagine que você foi convocado às pressas para uma cerimonia, mas as suas gravatas estão sujas. É um evento importante e você precisa muito mostrar uma boa imagem.
Porém, por falta de tempo, você decide ir sem gravata mesmo. Afinal, não da pra perder as oportunidades que aquela noite poderia oferecer.
Então, logo nos primeiros passos local adentro, você cruza com um homem bem vestido. Acontece aquela troca de olhares rápida e você se pergunta se ele percebeu a sua ausência de gravata.
“Será que eu estou muito estranho ou inadequado”?
Dá uma pequena aflição de estar sendo julgado por todos ao redor.
“O que aquele homem realmente pensou da minha vestimenta”?
A verdade é que ele não pensou nada!
O homem estava inseguro, pois naquela semana não conseguiu agendar um horário no cabelereiro. Como não poderia perder o evento, resolveu participar com o cabelo grande mesmo.
Percebe? Eu sou o centro do meu mundo, você do seu e o homem de cabelão dele mesmo. E não há espaço para que esses mundos se encontrem e interajam. Não há tempo e nem espaço.
Todos no salão preocupados com eles mesmos. Assim ninguém se dá conta da sua “não-gravata”.
Claro, eventualmente alguém pode reparar e até mesmo lhe tecer um comentário. Mas isso dificilmente terá algum peso de relevância na vida daquela pessoa e ela provavelmente esquecerá nos próximos dois minutos.
Ninguém está, de fato, interessado no outro.
E no diálogo? Piorou.
Ninguém quer realmente saber o que você tem a dizer e a recíproca é verdadeira.
Certa vez estava eu no salão de desembarque do aeroporto esperando para entrar no Brasil, quando duas mulheres que estavam adiante começaram a conversar sobre a violência que assola o país:
- Você acredita que o meu filho foi assaltado na porta de casa em plena luz do dia? O ladrão levou tudo e ele está muito traumatizado agora.
O que você responderia à uma pessoa que está abrindo o trauma de um filho, uma dificuldade que a família dela está enfrentando? O dialógo prosseguiu assim:
- Lá na minha terra é bem pior, às vezes os bandidos fazem ‘toque de recolher’, não deixam ninguém sair após às 22 horas. Outro dia um rapaz foi baleado quando chegava do trabalho tarde da noite.
Caramba, um grupo de pessoas ruins definindo a liberdade de ir e vir das pessoas? Chocante, não? Não para a primeira mulher:
- O meu filho agora não consegue entrar em casa sozinho mais. Precisa sempre de alguém vigiando. Estamos pensando em trocar a casa por um apartamento.
- Isso aí com a gente não resolveria nada. Lá ninguém tem segurança em lugar nenhum...
Não precisa nem continuar, né? Já deu pra perceber que essa é uma conversa de surdos. Não se escuta, se disputa. A vaidade é tão grande que a conversa acabou virando uma briga de quem sofria desgraça maior.
E é assim que atualmente nos encontramos. Todos somos as mulheres do aeroporto. Cada vez mais isolados em uma bolha de ego, perdemos contato com o mundo.
E as consequências de um mundo que não sabe se comunicar? São trágicas.
Em todas as esferas. Enquanto indivíduos, estamos tristes, solitários, egoístas, depressivos e aflitos. Enquanto socidade rejeitamos a nossa própria culpa, afogamos na lama, corrupção, polaridade, maniqueísmo e desesperança.
Tem alguém do outro lado?
Em uma conversa, ter o foco fechado em si mesmo é perder a oportunidade de crescer e ampliar os horizontes.
Escutar ajuda a entender que existem outras formas de ver o mundo, outras maneiras de lidar com as situações.
Cada palavra carrega a história de vida de quem fala, uma história que é diferente da história de quem escuta.
Cada ser é um universo. E O mapa não é o território. Por trás das palavras, do jeito, do tom, da velocidade da fala e do sotaque existe infinitude. Criação, experiências, percepção de tempo, valores, crenças, emoções, estado físico, estado emocional.
Quando alguém precisa se abrir conosco é razoável tentar entender o que esta pessoa está passando, o que está sentindo. É bonito e respeitoso tentar assimilar as palavras e o que elas carregam. Os sentimentos, as emoções.
É possível ouvir sem julgar, sem comparar e sem puxar a conversa para nós mesmos.
Quero dividir com você este pequeno texto que circula na internet e reflete bem tudo isso:
Talvez por isso a terapia se faz cada vez mais necessária nos dias de hoje...
As portas que se abrem
Todo mundo está em busca de um diferencial. Se destacar em alguma coisa que resulte em grande sucesso e reconhecimento.
Pois eu vou te dizer com muita convicção, não há diferencial maior que se interessar pelo o outro. Mas se interessar genuinamente.
Estar interessado verdadeiramente nas pessoas ao seu redor, praticar uma escuta ativa e exercer a empatia podem fazer a diferença na sua vida.
Essas práticas vão te auxiliar a:
1) sair de uma rotina mental, dando-lhe novos pensamentos, novas visões, novas ambições.
2) fazer amigos mais facilmente.
3) aumentar sua popularidade.
4) conquistar pessoas para o seu modo de pensar.
5) aumentar sua influência, seu prestígio, sua habilidade em conseguir as coisas.
6) resolver queixas, evitar discussões e manter seus contatos humanos agradáveis e suaves.
7) despertar entusiasmo entre os seus companheiros.
Mas eu insisto, o interesse deve ser sincero, genuíno. Quem finge pode alcançar alguns resultados breves e frágeis. Porém aqueles que conseguem praticar a empatia verdadeira alcançam outros níveis, à longo prazo, tanto profissionalmente quanto pessoalmente.
A Escutatória
Certa vez, o nosso queridíssimo Rubem Alvesescreveu:
Não sou capaz de te oferecer um curso de Escutatória. Mas gostaria de lhe propor um exercício. Um exercício de acolhimento.
Durante os próximos sete dias, se proponha a escutar uma pessoa por dia.
O objetivo é receber a pessoa e o que ela tem a dizer. Deixar ela se sentir a vontade pra ser ela mesma. Sem julgamentos, sem críticas e sem conselhos. Ser apenas um espaço que ela possa contar quando precisar se abrir, se sentir ouvida e acolhida. Mostrar que você a compreende e confia na sua capacidade. Se possível, faça isso sem usar as palavras.
Que tal? Vai ser bom para ela, para você, para a relação de vocês e para o mundo!
No fim, eu gostaria que você compartilhasse essa experiência comigo. Como foi, o que sentiu e a conclusão que tirou. Pode ser por aqui nos comentários, via alguma rede social ou pelo email de contato, tanto faz. Eu ficaria muito feliz de ouvir a sua opinião.http://oespaco.net/
O Espaço é isso aqui! Reflexões pequenas e poderosas!
Grande abraço!
Perdemos a capacidade de escutar...
Este é um artigo do blog O Espaço que eu gostaria de dividir com vocês amigos.
O artigo original se encontra AQUI.
Então vamos lá:
>>>>>>>
Está escancarado e nós fingimos não ver. Mas por mais que ignoremos, não deixa de ser uma verdade inconveniente.
Nós estamos surdos. Perdemos a capacidade de escutar uns aos outros. A única voz que estamos interessados é a nossa própria voz.
Você fala e fala. Eu estou calado, mas não estou te ouvindo. Estou esperando a minha vez de falar. E numa rápida janela de oportunidade entre suas palavras, eu começo a articular as minhas. Você se cala, mas não está me ouvindo. Está pensando nas suas próximas sentenças, de olho em um gancho para encaixá-las e voltar à posição de quem se expressa.
Assim caminhamos... Você consegue imaginar a tragédia de uma sociedade sem comunicação? Não precisa imaginar muito, já vivemos neste mundo.
Do individualismo e do ego.
Imagine que você foi convocado às pressas para uma cerimonia, mas as suas gravatas estão sujas. É um evento importante e você precisa muito mostrar uma boa imagem.
Porém, por falta de tempo, você decide ir sem gravata mesmo. Afinal, não da pra perder as oportunidades que aquela noite poderia oferecer.
Então, logo nos primeiros passos local adentro, você cruza com um homem bem vestido. Acontece aquela troca de olhares rápida e você se pergunta se ele percebeu a sua ausência de gravata.
“Será que eu estou muito estranho ou inadequado”?
Dá uma pequena aflição de estar sendo julgado por todos ao redor.
“O que aquele homem realmente pensou da minha vestimenta”?
A verdade é que ele não pensou nada!
O homem estava inseguro, pois naquela semana não conseguiu agendar um horário no cabelereiro. Como não poderia perder o evento, resolveu participar com o cabelo grande mesmo.
Percebe? Eu sou o centro do meu mundo, você do seu e o homem de cabelão dele mesmo. E não há espaço para que esses mundos se encontrem e interajam. Não há tempo e nem espaço.
Todos no salão preocupados com eles mesmos. Assim ninguém se dá conta da sua “não-gravata”.
Claro, eventualmente alguém pode reparar e até mesmo lhe tecer um comentário. Mas isso dificilmente terá algum peso de relevância na vida daquela pessoa e ela provavelmente esquecerá nos próximos dois minutos.
Ninguém está, de fato, interessado no outro.
E no diálogo? Piorou.
Ninguém quer realmente saber o que você tem a dizer e a recíproca é verdadeira.
Certa vez estava eu no salão de desembarque do aeroporto esperando para entrar no Brasil, quando duas mulheres que estavam adiante começaram a conversar sobre a violência que assola o país:
- Você acredita que o meu filho foi assaltado na porta de casa em plena luz do dia? O ladrão levou tudo e ele está muito traumatizado agora.
O que você responderia à uma pessoa que está abrindo o trauma de um filho, uma dificuldade que a família dela está enfrentando? O dialógo prosseguiu assim:
- Lá na minha terra é bem pior, às vezes os bandidos fazem ‘toque de recolher’, não deixam ninguém sair após às 22 horas. Outro dia um rapaz foi baleado quando chegava do trabalho tarde da noite.
Caramba, um grupo de pessoas ruins definindo a liberdade de ir e vir das pessoas? Chocante, não? Não para a primeira mulher:
- O meu filho agora não consegue entrar em casa sozinho mais. Precisa sempre de alguém vigiando. Estamos pensando em trocar a casa por um apartamento.
- Isso aí com a gente não resolveria nada. Lá ninguém tem segurança em lugar nenhum...
Não precisa nem continuar, né? Já deu pra perceber que essa é uma conversa de surdos. Não se escuta, se disputa. A vaidade é tão grande que a conversa acabou virando uma briga de quem sofria desgraça maior.
E é assim que atualmente nos encontramos. Todos somos as mulheres do aeroporto. Cada vez mais isolados em uma bolha de ego, perdemos contato com o mundo.
E as consequências de um mundo que não sabe se comunicar? São trágicas.
Em todas as esferas. Enquanto indivíduos, estamos tristes, solitários, egoístas, depressivos e aflitos. Enquanto socidade rejeitamos a nossa própria culpa, afogamos na lama, corrupção, polaridade, maniqueísmo e desesperança.
Tem alguém do outro lado?
Em uma conversa, ter o foco fechado em si mesmo é perder a oportunidade de crescer e ampliar os horizontes.
Escutar ajuda a entender que existem outras formas de ver o mundo, outras maneiras de lidar com as situações.
Cada palavra carrega a história de vida de quem fala, uma história que é diferente da história de quem escuta.
Cada ser é um universo. E O mapa não é o território. Por trás das palavras, do jeito, do tom, da velocidade da fala e do sotaque existe infinitude. Criação, experiências, percepção de tempo, valores, crenças, emoções, estado físico, estado emocional.
Quando alguém precisa se abrir conosco é razoável tentar entender o que esta pessoa está passando, o que está sentindo. É bonito e respeitoso tentar assimilar as palavras e o que elas carregam. Os sentimentos, as emoções.
É possível ouvir sem julgar, sem comparar e sem puxar a conversa para nós mesmos.
Quero dividir com você este pequeno texto que circula na internet e reflete bem tudo isso:
Talvez por isso a terapia se faz cada vez mais necessária nos dias de hoje...
As portas que se abrem
Todo mundo está em busca de um diferencial. Se destacar em alguma coisa que resulte em grande sucesso e reconhecimento.
Pois eu vou te dizer com muita convicção, não há diferencial maior que se interessar pelo o outro. Mas se interessar genuinamente.
Estar interessado verdadeiramente nas pessoas ao seu redor, praticar uma escuta ativa e exercer a empatia podem fazer a diferença na sua vida.
Essas práticas vão te auxiliar a:
1) sair de uma rotina mental, dando-lhe novos pensamentos, novas visões, novas ambições.
2) fazer amigos mais facilmente.
3) aumentar sua popularidade.
4) conquistar pessoas para o seu modo de pensar.
5) aumentar sua influência, seu prestígio, sua habilidade em conseguir as coisas.
6) resolver queixas, evitar discussões e manter seus contatos humanos agradáveis e suaves.
7) despertar entusiasmo entre os seus companheiros.
Mas eu insisto, o interesse deve ser sincero, genuíno. Quem finge pode alcançar alguns resultados breves e frágeis. Porém aqueles que conseguem praticar a empatia verdadeira alcançam outros níveis, à longo prazo, tanto profissionalmente quanto pessoalmente.
A Escutatória
Certa vez, o nosso queridíssimo Rubem Alvesescreveu:
“Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer curso de escutatória. Mas acho que ninguém ia se matricular”.
Não sou capaz de te oferecer um curso de Escutatória. Mas gostaria de lhe propor um exercício. Um exercício de acolhimento.
Durante os próximos sete dias, se proponha a escutar uma pessoa por dia.
O objetivo é receber a pessoa e o que ela tem a dizer. Deixar ela se sentir a vontade pra ser ela mesma. Sem julgamentos, sem críticas e sem conselhos. Ser apenas um espaço que ela possa contar quando precisar se abrir, se sentir ouvida e acolhida. Mostrar que você a compreende e confia na sua capacidade. Se possível, faça isso sem usar as palavras.
Que tal? Vai ser bom para ela, para você, para a relação de vocês e para o mundo!
No fim, eu gostaria que você compartilhasse essa experiência comigo. Como foi, o que sentiu e a conclusão que tirou. Pode ser por aqui nos comentários, via alguma rede social ou pelo email de contato, tanto faz. Eu ficaria muito feliz de ouvir a sua opinião.http://oespaco.net/
O Espaço é isso aqui! Reflexões pequenas e poderosas!
Grande abraço!