- 16 Mai 2018, 01:39
#1075642
O tolo diz: Para mim, a confiança é como uma fé em algo. Uma crença inabalável porque não pode ser questionada.
Eu digo: Para mim, a confiança é como uma fé em algo. Uma crença inabalável porque pode ser questionada. E foi questionada. E é questionada, até hoje. Mas que sempre se prova verdadeira. Um pensamento que conquistou o direito de se tornar inquestionável por permanecer firme todas as vezes que tentaram derrubá-lo. É porque essa ideia já foi questionada demais que não pode mais sê-lo. Não digo que não pode no sentido de que é proibido duvidar dela, mas no sentido de que não há mais maneiras de questionar essa crença. Já tentaram de tudo, dos argumentos mais sofisticados até as artimanhas mais sujas. A realidade já bateu contra ela e tudo continuou congruente.
Contra essa fortaleza, já lançaram pedra, fogo, peste, fome, exércitos. Sem causar uma rachadura. Mesmo assim, as vezes, minha crença de que vencerei fraqueja e penso: Bem, 100 vezes se lançaram contra esse forte e 100 vezes falharam. Mas e se no 101º ataque tiverem sucesso? E se da próxima vez eu for derrotado? É nessa hora que eu digo para mim mesmo: Se controle, cara! Confie que vai dar certo, just do it! Para isso que serve a confiança. Não para te dar a certeza de que vai dar certo, mas para te impedir de agir como se fosse dar errado devido à inseguranças infundadas. Serve para proteger o futuro de você mesmo. Para que você, na condição humana de querer que tudo seja perfeito, não descarte algo com boas chances de dar certo apenas porque não tem certeza de que dará certo 100% das vezes.
A confiança não te dá certezas sobre o futuro, ter confiança em algo que você faz é agir como se as coisas fossem dar certo MAIS UMA VEZ porque JÁ DERAM CERTO OUTRAS DIVERSAS VEZES. Por um lado você não tem como saber se o resultado das tuas ações vai ser o desejado, mas se você já testou muito uma técnica e viu que costuma dar certo, você também não pode se apegar à probabilidade de que vai dar errado, pois ela é menor. Dito isso, aproveito para frisar que a confiança também é irracional, pois nunca podemos ter certeza do futuro, ele é incerto e dez mil experiências positivas com algo não excluem a possibilidade de uma experiência negativa.
Porém, essa característica da confiança não a torna ruim no contexto apropriado. Digamos que você está em um bar. Tu já testou uma técnica várias vezes e deu muito certo ou tu quer experimentar técnicas novas para ver no que dá. Nesse momento, não se pode permitir que seu cérebro junte "existe possibilidade de dar errado" com "qualquer medo idiota das consequências do erro" e inicie um processo mental infundado que te faça ter certeza de que vai dar errado e assim agir de maneira derrotista. A confiança, nesse contexto, é boa. Pois ela combate outras ideias irracionais, evitando que você estrague tudo sem motivo.
Alguns exemplos de ideias assim: "Ah, deu certo com todas as outras mulheres, mas essa aqui é muito bonita, não vou usar". "Ah, mas eu nunca testei em uma menina de cabelo loiro e nariz empinado, não vai dar certo". "Ah, mas eu não sei. Ela tá junto das amigas, vão rir de mim" É por isso que usamos a confiança. É por isso que, mesmo sabendo da incerteza acerca do futuro, escolhemos agir com se houvesse certeza.
Por si só, ser confiante também traz benefícios às interações. Mas não se enganem, a confiança não é um pó mágico que transforma qualquer porcaria em ouro. Se você falar algo de maneira confiante e der certo, tenha certeza que não foi apenas a confiança. E se você não liga a mínima para o que fala e acha que apenas ser confiante já é o suficiente... Vá em frente, faça como quiser. Antes de tudo: Não pense que os caras da RSD e outros naturais não têm estrutura alguma. Eles têm e muito. Mas se você assim deseja, então, siga seu caminho. Contudo, quando notar que está estagnado há meses, anos, sem evoluir. Quando perceber que se você para de sair compulsivamente por um pequeno tempo, volta a campo completamente perdido, se sentindo um iniciante, saiba o motivo: É porque você está fazendo as coisas na doida e relegando sua participação em todas as interações à "ser confiante".
Agora que vocês já sabem o momento de usar a confiança, vou falar de porque se deve evitar a confiança em outros momentos que não de prática.
Quando voltar para casa, por favor, não seja confiante. Não torne seus conhecimentos blindados a questionamentos quando estiver estudando para melhorar seu jogo. Seja extremamente desconfiado de qualquer ideia. Com relação ao que deu errado, admita a sua culpa. Puxe a responsabilidade para você e tente descobrir onde errou para mudar. No sarge você deve tentar uma décima vez mesmo o que já deu errado outras nove, de maneira confiante, sem pensar que vai falhar. Em casa você deve duvidar até do que deu certo todas as vezes. Busque os motivos das coisas terem dado certo. Se foram as técnicas em si ou um fator externo. É importante saber que se pode questionar tudo e saber a hora de fazer isso. Quando estudo em casa, eu me desafio a tentar provar que tudo o que sei é uma mentira. Já pra separar as ideias mais consistentes e chegar em campo com a artilharia pesada.
Então, pessoal: duvidem de tudo para que só as melhores ideias permaneçam. Depois esqueçam as dúvidas na hora do sarge e tenham confiança nas técnicas que vocês levarem a campo. Como um soldado confia no rifle que leva para a guerra, vocês também precisam confiar no que vocês tiverem no momento. Você pode até duvidar da sua arma, mas você não deixa de atirar no meio de um tiroteio por medo de ela emperrar. E você pode até querer entender melhor tua arma, mas não se faz isso desmontando ela no meio do combate para ver como funciona. Tu não precisa saber como é o mecanismo de uma arma para usá-la, basta achar o gatilho e mandar bala. Da mesma forma, não negligenciem o que der certo e errado em campo. Chegando em casa, façam a manutenção do arsenal de vocês. Desmontem todas as peças do que tiverem e tentem construir coisas cada vez melhores.
O que é confiança
O tolo diz: Para mim, a confiança é como uma fé em algo. Uma crença inabalável porque não pode ser questionada.
Eu digo: Para mim, a confiança é como uma fé em algo. Uma crença inabalável porque pode ser questionada. E foi questionada. E é questionada, até hoje. Mas que sempre se prova verdadeira. Um pensamento que conquistou o direito de se tornar inquestionável por permanecer firme todas as vezes que tentaram derrubá-lo. É porque essa ideia já foi questionada demais que não pode mais sê-lo. Não digo que não pode no sentido de que é proibido duvidar dela, mas no sentido de que não há mais maneiras de questionar essa crença. Já tentaram de tudo, dos argumentos mais sofisticados até as artimanhas mais sujas. A realidade já bateu contra ela e tudo continuou congruente.
Contra essa fortaleza, já lançaram pedra, fogo, peste, fome, exércitos. Sem causar uma rachadura. Mesmo assim, as vezes, minha crença de que vencerei fraqueja e penso: Bem, 100 vezes se lançaram contra esse forte e 100 vezes falharam. Mas e se no 101º ataque tiverem sucesso? E se da próxima vez eu for derrotado? É nessa hora que eu digo para mim mesmo: Se controle, cara! Confie que vai dar certo, just do it! Para isso que serve a confiança. Não para te dar a certeza de que vai dar certo, mas para te impedir de agir como se fosse dar errado devido à inseguranças infundadas. Serve para proteger o futuro de você mesmo. Para que você, na condição humana de querer que tudo seja perfeito, não descarte algo com boas chances de dar certo apenas porque não tem certeza de que dará certo 100% das vezes.
A confiança não te dá certezas sobre o futuro, ter confiança em algo que você faz é agir como se as coisas fossem dar certo MAIS UMA VEZ porque JÁ DERAM CERTO OUTRAS DIVERSAS VEZES. Por um lado você não tem como saber se o resultado das tuas ações vai ser o desejado, mas se você já testou muito uma técnica e viu que costuma dar certo, você também não pode se apegar à probabilidade de que vai dar errado, pois ela é menor. Dito isso, aproveito para frisar que a confiança também é irracional, pois nunca podemos ter certeza do futuro, ele é incerto e dez mil experiências positivas com algo não excluem a possibilidade de uma experiência negativa.
Porém, essa característica da confiança não a torna ruim no contexto apropriado. Digamos que você está em um bar. Tu já testou uma técnica várias vezes e deu muito certo ou tu quer experimentar técnicas novas para ver no que dá. Nesse momento, não se pode permitir que seu cérebro junte "existe possibilidade de dar errado" com "qualquer medo idiota das consequências do erro" e inicie um processo mental infundado que te faça ter certeza de que vai dar errado e assim agir de maneira derrotista. A confiança, nesse contexto, é boa. Pois ela combate outras ideias irracionais, evitando que você estrague tudo sem motivo.
Alguns exemplos de ideias assim: "Ah, deu certo com todas as outras mulheres, mas essa aqui é muito bonita, não vou usar". "Ah, mas eu nunca testei em uma menina de cabelo loiro e nariz empinado, não vai dar certo". "Ah, mas eu não sei. Ela tá junto das amigas, vão rir de mim" É por isso que usamos a confiança. É por isso que, mesmo sabendo da incerteza acerca do futuro, escolhemos agir com se houvesse certeza.
Por si só, ser confiante também traz benefícios às interações. Mas não se enganem, a confiança não é um pó mágico que transforma qualquer porcaria em ouro. Se você falar algo de maneira confiante e der certo, tenha certeza que não foi apenas a confiança. E se você não liga a mínima para o que fala e acha que apenas ser confiante já é o suficiente... Vá em frente, faça como quiser. Antes de tudo: Não pense que os caras da RSD e outros naturais não têm estrutura alguma. Eles têm e muito. Mas se você assim deseja, então, siga seu caminho. Contudo, quando notar que está estagnado há meses, anos, sem evoluir. Quando perceber que se você para de sair compulsivamente por um pequeno tempo, volta a campo completamente perdido, se sentindo um iniciante, saiba o motivo: É porque você está fazendo as coisas na doida e relegando sua participação em todas as interações à "ser confiante".
Agora que vocês já sabem o momento de usar a confiança, vou falar de porque se deve evitar a confiança em outros momentos que não de prática.
Quando voltar para casa, por favor, não seja confiante. Não torne seus conhecimentos blindados a questionamentos quando estiver estudando para melhorar seu jogo. Seja extremamente desconfiado de qualquer ideia. Com relação ao que deu errado, admita a sua culpa. Puxe a responsabilidade para você e tente descobrir onde errou para mudar. No sarge você deve tentar uma décima vez mesmo o que já deu errado outras nove, de maneira confiante, sem pensar que vai falhar. Em casa você deve duvidar até do que deu certo todas as vezes. Busque os motivos das coisas terem dado certo. Se foram as técnicas em si ou um fator externo. É importante saber que se pode questionar tudo e saber a hora de fazer isso. Quando estudo em casa, eu me desafio a tentar provar que tudo o que sei é uma mentira. Já pra separar as ideias mais consistentes e chegar em campo com a artilharia pesada.
Então, pessoal: duvidem de tudo para que só as melhores ideias permaneçam. Depois esqueçam as dúvidas na hora do sarge e tenham confiança nas técnicas que vocês levarem a campo. Como um soldado confia no rifle que leva para a guerra, vocês também precisam confiar no que vocês tiverem no momento. Você pode até duvidar da sua arma, mas você não deixa de atirar no meio de um tiroteio por medo de ela emperrar. E você pode até querer entender melhor tua arma, mas não se faz isso desmontando ela no meio do combate para ver como funciona. Tu não precisa saber como é o mecanismo de uma arma para usá-la, basta achar o gatilho e mandar bala. Da mesma forma, não negligenciem o que der certo e errado em campo. Chegando em casa, façam a manutenção do arsenal de vocês. Desmontem todas as peças do que tiverem e tentem construir coisas cada vez melhores.