- 23 Mai 2021, 20:12
#1102622
O título parece estranho a primeira vista, mas como um ex estudante de Relações Internacionais, estudei os filósofos e teóricos políticos, e comecei a associar suas ideias com a arte da sedução e interação entre pessoas. Por isso decidi escrever sobre algumas das ideias mór de Nicolau Maquiavel na sua maior obra, O Príncipe, e sua obra um pouco “esquecida”, A Arte da Guerra.
Antes de desenvolver minhas ideias, escreverei brevemente sobre Maquiavel. Nascido em 1496 em Florença, ele foi um escritor, poeta, historiador e diplomata bastante polêmico que trouxe uma forma diferente de governar, muitas vezes ignorando razões éticas e morais a fim de alcançar os resultados esperados. A maioria das pessoas o conhecem pela famosa frase “o fim justifica os meios”, apesar da frase não ter sido citada por ele. Maquiavel foi perseguido e “odiado” pela Igreja Católica e considerado um herege por causa da sua obra mais famosa: O Príncipe, pois na mesma, ele não abominava ou descordava de ações “maldosas” ou violentas para se atingir determinado objetivo. Para ele, verdades e mentiras inescrupulosas poderiam ser usadas pelo governante, afim de manter a paz e a ordem.
O Príncipe.
“À duas maneiras de tornar-se príncipe e que não se podem atribuir totalmente à fortuna ou ao mérito. Não me parece bem, portanto, deixar de falar nestes casos, se bem que deles se pudesse falar mais detidamente onde se trata das repúblicas. Estas maneiras são: chegar ao principado pela maldade, por vias celeradas, contrárias a todas as leis humanas e divinas; e tornar-se príncipe por mercê do favor de seus conterrâneos.” O Príncipe, Maquiavel.
Toda a Obra é baseada em dois termos principais, que explicam as atitudes tomadas pelo príncipe. A Virtú e a Fortuna. A Fortuna “diz respeito às circunstâncias, ao tempo presente e às necessidades do mesmo: a sorte individual. É, para o filósofo, a ordem das coisas em todas as dimensões da realidade que influenciam a política. Observa-se que a Fortuna não pode ser vista como um obstáculo ao governante, mas um desafio político que deve ser conquistado e atraído. O príncipe que vive despreparado em função da Fortuna apenas atrairia desonra e fracasso, mas o de Virtù procura utilizá-la, controlá-la da tal forma que lhe possa ser útil.” E a Virtú “A Virtù trata-se da capacidade do príncipe em controlar as ocasiões e acontecimento do seu governo, das questões do principado. O governante com grande Virtù constrói uma estratégia eficaz de governo capaz de sobrestar as dificuldades impostas pela imprevisibilidade da história. Assim, o político com grande Virtú observa na Fortuna a probabilidade da edificação de uma estratégia para controlá-la e alcançar determinada finalidade, agindo frente a uma determinada circunstancia, percebendo seus limites e explorando as possibilidades perante a mesma”.
Resumindo: A Fortuna são os acontecimentos imprevisíveis, ou seja, não controlados pelo Príncipe, podendo favorece-lo ou prejudicá-lo e a Virtú é a qualidade e capacidade que o Príncipe tem de superar os obstáculos e imprevistos da Fortuna.
A Arte da Guerra.
“(…) quem pretende fazer alguma coisa deve primeiramente preparar-se de modo que, surgindo a ocasião, tenha condições de satisfazer suas intenções”. A Arte da Guerra, Maquiavel.
Na época de Maquiavel, não existiam conselhos de guerra, ou nada organizado para a guerra em si. Hoje em dia, a A Arte da Guerra de Maquiavel se aplica as teorias Realistas estudadas nas Relações Internacionais.
Nela, Maquiavel procura explicar que cada ação, cada desejo devem ser planejados afim de atingir o máximo possível dos resultados desejados. Ou seja, é planejar seus movimentos e formular uma estratégia necessária para se prevenir de eventuais problemas. Tudo isso aparece como uma qualidade da Virtú e uma necessidade de se construir meios consistentes com os fins para enfrentarmos as surpresas da Fortuna.
Maquiavel na Sedução.
Dado uma explicação geral das ideias do Príncipe e da Arte da Guerra, chegou a hora de associá-las a arte da Sedução.
Na minha palestra para a COBRASE, Congresso Brasileiro Sobre Sedução organizado pela Expansão Social, eu disserto sobre determinados medos masculinos e de como superá-los e se prevenir de futuras falhas.
O maior problema que um Pick-Up Artist pode enfrentar é a sua inabilidade de alterar o meio externo. O que acontece é que ninguém consegue de fato modificar o ambiente e suas casualidades. Eu gosto de falar que assim como a mente humana, o ambiente é mutável e inconstante, ou seja, ele sempre vai se modificar e acontecimentos fora do nosso alcance podem acontecer a qualquer momento. O PUA deve aceitar essa condição e abraçá-la, invés de procurar um culpado ou desculpa para possíveis falhas.
Você pode abordar uma mulher maravilhosa e tudo estar ocorrendo bem, porém algo externo pode acontecer e os objetivos almejados por você não saírem como planejado. Você não saberá o que a mulher está pensando, ou o que pode estar acontecendo na vida dela. Ela pode ser uma pessoa muito amável e simpática, mas algum problema em sua vida pode ter a impedido de ser receptiva com você no momento. Então, a única coisa que você pode fazer é aceitar as condições externas e não se culpá-lo pelo que acontece quando você não pode prever as coisas ou ler a mente das pessoas.
Você pode melhorar quem você é, desenvolver a Virtú para que possa contornar os imprevistos e problemas que podem acontecer, ou seja, dominar a Fortuna.
É melhor aceitar que a Fortuna pode estar contra você do que sair procurando um culpado ou se culpar.
Além disso, ao se planejar contra eventuais problemas, como Maquiavel cita na Arte da Guerra para proteger um Feudo ou Estado de ser invadido ou atacado, você pode analisar tudo a fim de evitar quaisquer problemas que possam acontecer.
Bem, eu poderia estender (mais) esse post, criando um artigo científico sobre Maquiavel e Sedução, porém meu objetivo maior é ensiná-lo a estar preparado para eventualidades e não se preocupar com o que a mulher pensa ou com o ambiente, uma vez que você não pode mudá-los.
Um grande abraço!
Morax
Antes de desenvolver minhas ideias, escreverei brevemente sobre Maquiavel. Nascido em 1496 em Florença, ele foi um escritor, poeta, historiador e diplomata bastante polêmico que trouxe uma forma diferente de governar, muitas vezes ignorando razões éticas e morais a fim de alcançar os resultados esperados. A maioria das pessoas o conhecem pela famosa frase “o fim justifica os meios”, apesar da frase não ter sido citada por ele. Maquiavel foi perseguido e “odiado” pela Igreja Católica e considerado um herege por causa da sua obra mais famosa: O Príncipe, pois na mesma, ele não abominava ou descordava de ações “maldosas” ou violentas para se atingir determinado objetivo. Para ele, verdades e mentiras inescrupulosas poderiam ser usadas pelo governante, afim de manter a paz e a ordem.
O Príncipe.
“À duas maneiras de tornar-se príncipe e que não se podem atribuir totalmente à fortuna ou ao mérito. Não me parece bem, portanto, deixar de falar nestes casos, se bem que deles se pudesse falar mais detidamente onde se trata das repúblicas. Estas maneiras são: chegar ao principado pela maldade, por vias celeradas, contrárias a todas as leis humanas e divinas; e tornar-se príncipe por mercê do favor de seus conterrâneos.” O Príncipe, Maquiavel.
Toda a Obra é baseada em dois termos principais, que explicam as atitudes tomadas pelo príncipe. A Virtú e a Fortuna. A Fortuna “diz respeito às circunstâncias, ao tempo presente e às necessidades do mesmo: a sorte individual. É, para o filósofo, a ordem das coisas em todas as dimensões da realidade que influenciam a política. Observa-se que a Fortuna não pode ser vista como um obstáculo ao governante, mas um desafio político que deve ser conquistado e atraído. O príncipe que vive despreparado em função da Fortuna apenas atrairia desonra e fracasso, mas o de Virtù procura utilizá-la, controlá-la da tal forma que lhe possa ser útil.” E a Virtú “A Virtù trata-se da capacidade do príncipe em controlar as ocasiões e acontecimento do seu governo, das questões do principado. O governante com grande Virtù constrói uma estratégia eficaz de governo capaz de sobrestar as dificuldades impostas pela imprevisibilidade da história. Assim, o político com grande Virtú observa na Fortuna a probabilidade da edificação de uma estratégia para controlá-la e alcançar determinada finalidade, agindo frente a uma determinada circunstancia, percebendo seus limites e explorando as possibilidades perante a mesma”.
Resumindo: A Fortuna são os acontecimentos imprevisíveis, ou seja, não controlados pelo Príncipe, podendo favorece-lo ou prejudicá-lo e a Virtú é a qualidade e capacidade que o Príncipe tem de superar os obstáculos e imprevistos da Fortuna.
A Arte da Guerra.
“(…) quem pretende fazer alguma coisa deve primeiramente preparar-se de modo que, surgindo a ocasião, tenha condições de satisfazer suas intenções”. A Arte da Guerra, Maquiavel.
Na época de Maquiavel, não existiam conselhos de guerra, ou nada organizado para a guerra em si. Hoje em dia, a A Arte da Guerra de Maquiavel se aplica as teorias Realistas estudadas nas Relações Internacionais.
Nela, Maquiavel procura explicar que cada ação, cada desejo devem ser planejados afim de atingir o máximo possível dos resultados desejados. Ou seja, é planejar seus movimentos e formular uma estratégia necessária para se prevenir de eventuais problemas. Tudo isso aparece como uma qualidade da Virtú e uma necessidade de se construir meios consistentes com os fins para enfrentarmos as surpresas da Fortuna.
Maquiavel na Sedução.
Dado uma explicação geral das ideias do Príncipe e da Arte da Guerra, chegou a hora de associá-las a arte da Sedução.
Na minha palestra para a COBRASE, Congresso Brasileiro Sobre Sedução organizado pela Expansão Social, eu disserto sobre determinados medos masculinos e de como superá-los e se prevenir de futuras falhas.
O maior problema que um Pick-Up Artist pode enfrentar é a sua inabilidade de alterar o meio externo. O que acontece é que ninguém consegue de fato modificar o ambiente e suas casualidades. Eu gosto de falar que assim como a mente humana, o ambiente é mutável e inconstante, ou seja, ele sempre vai se modificar e acontecimentos fora do nosso alcance podem acontecer a qualquer momento. O PUA deve aceitar essa condição e abraçá-la, invés de procurar um culpado ou desculpa para possíveis falhas.
Você pode abordar uma mulher maravilhosa e tudo estar ocorrendo bem, porém algo externo pode acontecer e os objetivos almejados por você não saírem como planejado. Você não saberá o que a mulher está pensando, ou o que pode estar acontecendo na vida dela. Ela pode ser uma pessoa muito amável e simpática, mas algum problema em sua vida pode ter a impedido de ser receptiva com você no momento. Então, a única coisa que você pode fazer é aceitar as condições externas e não se culpá-lo pelo que acontece quando você não pode prever as coisas ou ler a mente das pessoas.
Você pode melhorar quem você é, desenvolver a Virtú para que possa contornar os imprevistos e problemas que podem acontecer, ou seja, dominar a Fortuna.
É melhor aceitar que a Fortuna pode estar contra você do que sair procurando um culpado ou se culpar.
Além disso, ao se planejar contra eventuais problemas, como Maquiavel cita na Arte da Guerra para proteger um Feudo ou Estado de ser invadido ou atacado, você pode analisar tudo a fim de evitar quaisquer problemas que possam acontecer.
Bem, eu poderia estender (mais) esse post, criando um artigo científico sobre Maquiavel e Sedução, porém meu objetivo maior é ensiná-lo a estar preparado para eventualidades e não se preocupar com o que a mulher pensa ou com o ambiente, uma vez que você não pode mudá-los.
Um grande abraço!
Morax