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buda0x00
#1112123 Há algum tempo eu venho lendo sobre o game, e sempre enfatizo 3 livros, o Mystery Method, As Regras do David X, e O Homem Racional do Rollo Tomasi. Com isso, pode ver que estou melhorando meu game, porque ele era mecânico demais, eu tenho muita afinidade com o direct game, mas pouquissimo com o resto, digamos que tenho uma superestrutura forte e uma infraestrutura fraca, e é nesse ponto que eu queria chegar.

Além desses eu li alguns outros, sobre pontos de vistas contrarios, por exemplo, Men Who Hate Whomen, e Desvendando o Mapa da Mina. Também li sobre Psicanálise e Behaviorismo, me identifiquei mais com o segundo, por causa disso, eu acabei me aprofundando mais nessa parte da psicologia, inclusive vou fazer um post aqui sobre realismo afetivo, ademais eu fui apresentado à este termo no livro Amar ou Depender do Walter Riso, iclusive, recomendo.

Eu sempre senti um vazio muito grande, o Lacan inclusive diz que todos os seres humanos sentem isso, na teoria do vazio, mas o termo dele, aponta mais para a sensação de incompletude, falta, nós somos seres de falta. Dito isso, muito recentemente eu estava me sentindo assim, até que numa epifania, eu percebi que aquele vazio, não era um ser externo a mim, aquele vazio não era meramente um sentimento passageiro e temporário, aquele vazio, era na verdade, eu.

Então eu comecei a integrar aquele sentimento, não mais como externo, mas como, eu...

E daquele sentimento eu pude ouvir as minhas verdades mais profundas, guardadas, escondidas, negadas, em síntese aquele sentimento me dizia, "eu não me importo".

Eu sempre senti vergonha de ser um cara meio indiferente e niilista, essa vergonha virou culpa, e eu sinceramente, me sinto culpado por ser assim, me sentia, porque no fim, essa é a minha verdade.

Desse sentimento vieram outros sentimentos guardados, e eu fui me reconectando com meus sentimentos, que eu havia me desconectado lá na minha última infancia, antes de entrar na adolescencia. Se você assim como eu, teve algum trauma, por menor que seja, sabe que acontece uma despersonalização, você se distância do seu corpo, meio que cria um anexo dos seus sentimentos, e nunca mais acessa. Esse anexo é o vazio, que na verdade, não é vazio, é você.

Leitor, as minhas respostas estavam nesse vazio, as minhas verdades estavam todas lá, além de eu sentir indiferença por tudo, eu também percebo que eu sou um individuo inteiro, e que eu não sou tão importante assim, sou só um cara, apesar de tudo, normal, natural.

Eu me senti nu, e livre, nessa tempestade de sentimentos. Mais do que o meu sentimento, eu percebi que, eu devo ser o centro da minha vida, mas mais do que é objetivo, eu consegui me reconectar com a minha subjetividade, estou me reconectando ainda, está em processo.

E eu percebi uma coisa com tudo isso, por muito tempo, eu usei o game para preencher meu vazio, mas não é sobre isso, para mim foi sobre perceber que esse vazio sou eu, e me reconectar com a minha subjetividade que eu perdi na minha infância.

Eu percebi que antes de "jogar", era mais importante eu estar bem comigo mesmo, era ser um individuo inteiro, e acima de tudo isso, estar conectado com a minha subjetividade, vazio, sombra, como você quiser chamar.

Apesar de sermos apenas máquinas, nós temos sentimentos, e precisamos estar conectados com eles, com todos eles, principalmente com aqueles que você quer se desconectar, e negar, e esconder, e matar.

Eu aprendi a não usar o game como um tapa-buraco, mas fazer dele, apenas mais uma flor, nesse jardim florido imenso da minha existência.

Pessoas, a coisa mais importante é ter aquela conexão com a nossa subjetividade que tinhamos quando eramos crianças, e que o trauma desconecta, lembre agora de quando jogavamos bola na rua, e brincavamos de pega pega, esconde esconde, ou até no meu caso, jogar Minecraft com os amigos no skype, lembra dessa epoca, lembra da conexão que você tinha consigo mesmo, a conexão com o seu vazio, que não é vazio, é você.

Por causa de tudo isso, hoje eu percebo que, trabalho, amigos, familia, relacionamentos, formação acadêmica, religião, o prórpio game, e todas as demais coisas, são só a cereja do bolo.

A conexão com a minha subjetividade, igual a gente tem quando é criança, é para mim, o mais importante, e talvez a única coisa que realmente importa. Porque é nela que eu me sinto infinito, eu sinto que o sentimento tem poder de me inventar, de me destruir, e de me reinventar, ele tem total poder sobre mim, e mais, ele sou eu.

Porque no final, o sentimento é a verdade, e a verdadeira realidade.
torzera
#1112129 tu tem o pdf desse livro "Men Who Hate Whomen"?