Criador do tópico

Veribe - MEMBRO EXCLUSIVO
#1112817 Tava conversando com um amigo (bem cabeça, por sinal), e o papo foi fundo sobre casamento, liberdade emocional e expectativas dentro da relação.

Ele defende que o casamento, por mais que pareça uma evolução natural do relacionamento, acaba transformando o amor em obrigação. Tipo: antes você fazia as coisas porque queria, depois faz porque “tem que”. E isso, segundo ele, mata a espontaneidade, a leveza, a liberdade de sentir.

Em um trecho de um livro que ele me mandou, tem uma ideia bem direta: o casamento seria uma armadilha pro homem, onde ele se transforma no “marido funcional”, prestador de suporte emocional e financeiro. Com o tempo, ele perde o papel de figura desejada e vira o “vilão” da história sendo o cara que limita, que prende. Enquanto isso, o desejo da mulher se desloca pro amante, que surge como o herói: misterioso, livre, excitante, o cara que resgata ela da monotonia.

No fim das contas, segundo esse raciocínio, o chifre se torna inevitável e o ciclo se repete, e o desejo escapa da relação.

Eu já vejo diferente. Acho que o peso não tá no casamento, mas na forma como a gente se posiciona dentro dele. É a mentalidade que cria o encarceramento. Quando você começa a tomar decisões pensando “não posso porque sou casado”, em vez de “não quero porque escolho essa pessoa”, aí sim vira prisão mas uma prisão que você mesmo construiu.

Ele argumentou que esse tipo de ciclo (rotina > perda de desejo > amante > traição) é mais comum do que se admite. E eu reconheço que acontece sim, mas será que isso é regra? Será que é estrutural? Ou será que é só reflexo de relações mal cuidadas e homens que deixam de ser líderes no próprio relacionamento?

Queria abrir esse tema aqui e ouvir o que vocês pensam:

Casamento ainda faz sentido?
Ele fortalece ou enfraquece uma relação?
A liberdade emocional muda depois do anel?
O “peso” que muitos sentem vem do casamento ou da cabeça de cada um?
E essa visão do marido virar vilão e o amante herói… vocês acham que faz sentido ou é drama mal resolvido?

Bora ouvir as visões de vocês.
Avatar pua
Zirconio

PUA EXPERT

#1112824 Tanto os seus argumentos quanto os argumentos do seu amigo/livro, são parciais, pois avaliam apenas a situação do homem que levou ou tem medo de levar chifre.

Assim como o exemplo citado do “marido funcional”, tem o caso da esposa que passa a não se cuidar, que eventualmente engorda, que para de se depilar e começa a não quer sexo ou o marido passa a não procurá-la mais. Nesse cenário, pode tanto o marido trair, visando pegar mulheres de maior qualidade ou mesmo que queiram transar; como pode também a mulher trair pra se sentir desejada novamente.

Então, respondendo a sua pergunta: depende de quem tá casando. A terapia está em dia? Os dois sabem o papel de cada um? As expectativas estão alinhadas?

Além disso, existe a questão dos papeis, o “marido funcional” que você descreveu, mostra, na verdade, que o marido perde o papel de marido e ganha o papel de pai da esposa. E se o marido está no papel de pai, é natural que ela procure outro homem para ocupar o papel de marido. O mesmo vale para a situação inversa, se a esposa vira a mãe do marido, ele vai procurar outra mulher. Esse não é um risco hipotético, é uma consequência lógica da dinâmica de poder dentro do relacionamento.

Off topic:
Baseado em fatos reais: tenho uma amiga que nasceu em berço de ouro e ela sempre morou com os pais. A mãe dela morreu e ela continuou a morar com o pai. Daí adivinha... ela assumiu o papel de mulher da casa (não estou falando de incesto, só pra deixar claro). Um tempo depois ela se casou e simplesmente colocou o marido para dentro de casa. Eles tinham o plano de comprar um apartamento e se mudar, porém, como essa minha amiga era "casada com o pai", o apartamento nunca saiu dos planos. O pai cumpria os papeis de pai e homem da casa, e o marido dela, simplesmente não tinha papel naquele lar, então a esposa virou mãe dele. Não sei se deu pra deixar clara a dinâmica, ficou até meio Game of Thrones, mas no final dessa bagunça, eles se separaram.


Veribe escreveu:Ele defende que o casamento, por mais que pareça uma evolução natural do relacionamento, acaba transformando o amor em obrigação. Tipo: antes você fazia as coisas porque queria, depois faz porque “tem que”. E isso, segundo ele, mata a espontaneidade, a leveza, a liberdade de sentir.

O casamento pode funcionar? Sim. Mas ele não funciona por acaso. Funciona apenas para aqueles que entendem que o desejo e o compromisso são forças opostas e que exigem um equilíbrio ativo. Quem entra no casamento achando que o amor será suficiente, sem compreender essa lógica, está apenas adiando a frustração.


Ainda na questão dos papeis dentro de casa, veja que o “não posso porque sou casado” remete muito mais à infância “não posso porque sou criança”, assim como o “não posso porque minha mulher não deixa” se equipara ao “não posso porque minha mãe não deixa”. Se você coloca “não quero porque escolho essa pessoa”, aí é uma atitude de adulto, porque adultos fazem escolhas e muitas delas são difíceis.

Então é algo bem complexo e lembrando que isso aqui é só a pontinha do iceberg. Pode ser que dê naturalmente certo ou pode ser que exija um esforço para dar certo também (que deve ser o cenário mais comum), mas de certeza, só tenho a dizer que se você começa com a mentalidade de que vai dar errado, ele vai dar errado.

Há braços,
Zirc.
Avatar pua
Cafandro

Aprendiz

#1112831
Zirconio escreveu:
Tanto os seus argumentos quanto os argumentos do seu amigo/livro, são parciais, pois avaliam apenas a situação do homem

Também tive a mesma impressão. Ele só tá vendo um lado, quando alguém expressa uma opinião parcial, ela esta favorecendo uma ideia, ou pessoa sem considerar outros pontos de vista de forma justa.
Assim como o exemplo citado do “marido funcional”, tem o caso da esposa que passa a não se cuidar, que eventualmente engorda, que para de se depilar e começa a não quer sexo ou o marido passa a não procurá-la mais. Nesse cenário, pode tanto o marido trair, visando pegar mulheres de maior qualidade ou mesmo que queiram transar; como pode também a mulher trair pra se sentir desejada novamente.

A pessoa relaxa num relacionamento já concretizado. Minha irmã mesmo era uma beldade, magrinha, bonita, gostosa até de mais, todo mundo no meu Bairro queria namorar com ela, tinha cara que parava ela no meio da rua pedindo pra ficar com ela ou pedia o celular dela. Ela recebia convites pra ir a tudo quanter lugar, comprava roupa, vestido toda semana, tinha muito pretendente a disposição.

Depois que ela casou. Rapaz ela relaxou, mas ela engordou, se vc olhar nem parece mais a mesma pessoa. Ela só anda de vestido largo e longo tem dia que ela tá com o jeito de dona.

Outra coisa que quero completar sobre a sua ideia é que sexo também enjoa. Fazer sexo com a mesma pessoa todo dia enjoa. As vezes não é só uma coisa ou outra que faz uma pessoa trair é um conjunto de fatores que tem que ser analisado. As vezes a pessoa é sem vergonha mesmo, tá no sangue, mas as vezes é como vc falou, a mulher pode perder a atração física ou qualquer outro fator.
Off topic:
o apartamento nunca saiu dos planos. O pai cumpria os papeis de pai e homem da casa, e o marido dela, simplesmente não tinha papel naquele lar, então a esposa virou mãe dele. Não sei se deu pra deixar clara a dinâmica, ficou até meio Game of Thrones, mas no final dessa bagunça, eles se separaram.

Interessante essa história. Me lembrou aquele ditado que diz que "quem tem filha não morre sozinho".
rafafulano86 - MEMBRO EXCLUSIVO
#1112832 Relacionamento é complicado, casamento mais ainda, porque o homem fica preso, é dificil largar um mulher quando ela sucessivamente esta se comportando mal. Mas o correto é este largar quando o comportamento da parceira nao esta condizente, pois no relacionamento o homem que esta se doando, doando seu tempo, energia e a fidelidade principalmente.