- 08 Out 2010, 17:38
#115977
As hipnoterapias
(o hipnotismo nas moléstias)
Diversas moléstias podem ser curadas ou aliviadas, simplesmente, fazendo-se crer ao paciente que ele em breve estará melhor ou até mesmo curado. A literatura médica está repleta de casos assim onde esse tipo de influência foi decisivo para o restabelecimento da saúde, seja ela física ou psicológica. Também na Educação este princípio é aplicável; fazendo-se crer ao estudante que ele estará competente e criativo, certamente ele assim reagirá e os resultados serão quase que imediatos.
Esta influência mental tem sido usada, sempre com muito êxito, desde os tempos mais remotos. O sono no templo dos antigos gregos e egípcios era um meio de facilitar o efeito da sugestão; os doentes eram postos a dormir no templo, e em sonho, o deus dizia o que deveria curá-los. Mais recentemente encontramos o caso do famoso Greatrakes, cujas curas causaram espanto em toda a Inglaterra no século XVII, e o caso de Gassner, o exorcista, no fim do século XVIII que realizava proezas fantásticas, atribuindo-se poderes milagrosos de cura.
Entre outros realizadores de prodígios, podemos citar Prince Hohenohe, um padre católico que no começo do século passado despertou a curiosidade nos meios científico e religioso por suas curas na região da Baviera. Os mesmeristas (seguidores de Mesmer) supunham que ele fosse uma dessas pessoas que possuem um poder peculiar, enquanto, por outro lado, a fé religiosa era dada como explicação para as curas. Uma escola de mesmeristas, a de M.Barbarin, sustentava que a influência era de natureza puramente espiritual, e que o meio certo de produzir o sono era orar à beira da cama do paciente. Foi esta, inclusive, a origem da “Ciência Cristã” tão popular nos Estados Unidos.
A “Ciência Cristã” é um sistema religioso fundado por Mary Baker Eddy, em 1866, baseado na Bíblia, e que afirma que todas as causas e efeitos são mentais, e que o pecado, a doença e a morte perdem o sentido de ser pela compreensão do Princípio Divino dos ensinamentos e das curas praticadas por Jesus Cristo. A “Ciência Cristã”, de caráter puramente religioso, traz no seu princípio as mesmas idéias sobre cura por sugestão que encontramos, por exemplo, nos relatos de Gassner. (Ninguém que leia estes relatos duvida que Gassner e diversos outros hipnotizadores tiveram mais êxito do que muitos médicos na cura dos seus pacientes.)
É possível que muitas dessas moléstias tratadas e curadas por Gassner ou por Mary Baker Eddy fossem de natureza histérica, mas houve muitas outras das mais diferentes origens e obtiveram resultados satisfatórios. Sabemos que grande parte das pessoas tratadas por Gassner não tiveram bons resultados no tratamento médico usual, e por isso procuraram essa alternativa. Para que a sugestão seja eficaz e redunde em resultados positivos, é fundamental que paciente creia firmemente que será curado. Essa crença deve ser incutida nele pelo hipnotizador e este, com certeza, é ponto crucial da questão: como incutir esta crença seguramente?
Qualquer enfermo que vá a Lourdes, a Fátima, a Aparecida ou a Juazeiro do Norte, com a crença convicta de que será curado, e cuja expectativa haja sido redobrada pelos relatos de outros, conseguirá um resultado inteiramente diferente do indivíduo que vai sem fé. É claro que não estou aqui, evidentemente, para impor limites às graças de Deus nem para encontrar justificativas para sua misericórdia, porém os relatos que nos chegam aos ouvidos apontam sempre para esta verdade: é a fé promove a cura.
Nem sempre é possível a um médico impor a crença de seu poder pessoal, conquanto seja a fé que seu paciente nele deposite. O hipnotismo é um meio para atingir este fim, a despeito da oposição. E isso, em grande parte, devemos a Limbault; foi ele o primeiro a empregar a sugestão, metodicamente, no tratamento das moléstias.
A dificuldade para se julgar o valor curativo da hipnose torna-se ainda maior devido à vaga definição do quem vem a ser “sugestão hipnótica”. Muitas pessoas se opõem ao tratamento hipnótico sugestivo por desconhecerem que hipnotismo e sugestão podem ser fundidos, gradualmente, num assunto único. Além do mais, há ainda o medo provocado pela idéia de que hipnose é algo perigoso, quando, na realidade, sabemos que esta prática, tomados os devidos cuidados, é absolutamente saudável e sem riscos de qualquer seqüela.
Quem já viu a diferença entre um indivíduo que recebeu uma sugestão excitante e um que recebeu uma excitação calmante, concordará que tanto se pode fazer bem de um modo como mal de outro. Mas este risco é o mesmo que qualquer pessoa corre num tratamento médico convencional. Ou alguém desconhece o fato de pacientes que passaram muito mal despois de tomarem determinados remédios prescritos por médicos?
Voltando aos objetivos educacionais possíveis de serem atingidos pela hipnose, cabe lembrar que não foi à toa que Georgi Lozanov denominou sugestopedia à sua técnica de aprendizagem acelerada. Na verdade, antes de qualquer propósito, Lozanov incutia nos seus alunos que "eles eram capazes de aprender muito mais e num espaço de tempo muito menor". Convictos desta "verdade", seus alunos ficavam prontos para receber uma quantidade maior de informações e armazená-las de forma eficiente na memória. E, de fato, conseguiam
(o hipnotismo nas moléstias)
Diversas moléstias podem ser curadas ou aliviadas, simplesmente, fazendo-se crer ao paciente que ele em breve estará melhor ou até mesmo curado. A literatura médica está repleta de casos assim onde esse tipo de influência foi decisivo para o restabelecimento da saúde, seja ela física ou psicológica. Também na Educação este princípio é aplicável; fazendo-se crer ao estudante que ele estará competente e criativo, certamente ele assim reagirá e os resultados serão quase que imediatos.
Esta influência mental tem sido usada, sempre com muito êxito, desde os tempos mais remotos. O sono no templo dos antigos gregos e egípcios era um meio de facilitar o efeito da sugestão; os doentes eram postos a dormir no templo, e em sonho, o deus dizia o que deveria curá-los. Mais recentemente encontramos o caso do famoso Greatrakes, cujas curas causaram espanto em toda a Inglaterra no século XVII, e o caso de Gassner, o exorcista, no fim do século XVIII que realizava proezas fantásticas, atribuindo-se poderes milagrosos de cura.
Entre outros realizadores de prodígios, podemos citar Prince Hohenohe, um padre católico que no começo do século passado despertou a curiosidade nos meios científico e religioso por suas curas na região da Baviera. Os mesmeristas (seguidores de Mesmer) supunham que ele fosse uma dessas pessoas que possuem um poder peculiar, enquanto, por outro lado, a fé religiosa era dada como explicação para as curas. Uma escola de mesmeristas, a de M.Barbarin, sustentava que a influência era de natureza puramente espiritual, e que o meio certo de produzir o sono era orar à beira da cama do paciente. Foi esta, inclusive, a origem da “Ciência Cristã” tão popular nos Estados Unidos.
A “Ciência Cristã” é um sistema religioso fundado por Mary Baker Eddy, em 1866, baseado na Bíblia, e que afirma que todas as causas e efeitos são mentais, e que o pecado, a doença e a morte perdem o sentido de ser pela compreensão do Princípio Divino dos ensinamentos e das curas praticadas por Jesus Cristo. A “Ciência Cristã”, de caráter puramente religioso, traz no seu princípio as mesmas idéias sobre cura por sugestão que encontramos, por exemplo, nos relatos de Gassner. (Ninguém que leia estes relatos duvida que Gassner e diversos outros hipnotizadores tiveram mais êxito do que muitos médicos na cura dos seus pacientes.)
É possível que muitas dessas moléstias tratadas e curadas por Gassner ou por Mary Baker Eddy fossem de natureza histérica, mas houve muitas outras das mais diferentes origens e obtiveram resultados satisfatórios. Sabemos que grande parte das pessoas tratadas por Gassner não tiveram bons resultados no tratamento médico usual, e por isso procuraram essa alternativa. Para que a sugestão seja eficaz e redunde em resultados positivos, é fundamental que paciente creia firmemente que será curado. Essa crença deve ser incutida nele pelo hipnotizador e este, com certeza, é ponto crucial da questão: como incutir esta crença seguramente?
Qualquer enfermo que vá a Lourdes, a Fátima, a Aparecida ou a Juazeiro do Norte, com a crença convicta de que será curado, e cuja expectativa haja sido redobrada pelos relatos de outros, conseguirá um resultado inteiramente diferente do indivíduo que vai sem fé. É claro que não estou aqui, evidentemente, para impor limites às graças de Deus nem para encontrar justificativas para sua misericórdia, porém os relatos que nos chegam aos ouvidos apontam sempre para esta verdade: é a fé promove a cura.
Nem sempre é possível a um médico impor a crença de seu poder pessoal, conquanto seja a fé que seu paciente nele deposite. O hipnotismo é um meio para atingir este fim, a despeito da oposição. E isso, em grande parte, devemos a Limbault; foi ele o primeiro a empregar a sugestão, metodicamente, no tratamento das moléstias.
A dificuldade para se julgar o valor curativo da hipnose torna-se ainda maior devido à vaga definição do quem vem a ser “sugestão hipnótica”. Muitas pessoas se opõem ao tratamento hipnótico sugestivo por desconhecerem que hipnotismo e sugestão podem ser fundidos, gradualmente, num assunto único. Além do mais, há ainda o medo provocado pela idéia de que hipnose é algo perigoso, quando, na realidade, sabemos que esta prática, tomados os devidos cuidados, é absolutamente saudável e sem riscos de qualquer seqüela.
Quem já viu a diferença entre um indivíduo que recebeu uma sugestão excitante e um que recebeu uma excitação calmante, concordará que tanto se pode fazer bem de um modo como mal de outro. Mas este risco é o mesmo que qualquer pessoa corre num tratamento médico convencional. Ou alguém desconhece o fato de pacientes que passaram muito mal despois de tomarem determinados remédios prescritos por médicos?
Voltando aos objetivos educacionais possíveis de serem atingidos pela hipnose, cabe lembrar que não foi à toa que Georgi Lozanov denominou sugestopedia à sua técnica de aprendizagem acelerada. Na verdade, antes de qualquer propósito, Lozanov incutia nos seus alunos que "eles eram capazes de aprender muito mais e num espaço de tempo muito menor". Convictos desta "verdade", seus alunos ficavam prontos para receber uma quantidade maior de informações e armazená-las de forma eficiente na memória. E, de fato, conseguiam