- 12 Mai 2011, 20:23
#256808
Lie to Me – Uma pontuação perfeita (A Perfect Score)
Assim como os demais episódios, o terceiro conta histórias paralelas que tecem a trama do seriado. Como tenho dito nos demais artigos dessa série, é difícil escrever sem revelar o que vai ocorrer. No entanto, esse é o meu compromisso: escrever sobre os fatos científicos expostos na série.
O terceiro episódio se dedica à mentira, que faz parte da vida (saiba mais). Nesse tema, assumimos papéis de vítima, de protagonista da mentira ou mesmo ambos, simultaneamente.
Quando uma pessoa não sabe que está mentindo, por que pensa que as informações disponíveis são verdadeiras, ela não apresentará sinais clássicos da mentira (saiba mais).
Por exemplo, isso pode ocorrer quando alguém retém informação relevante de seus subordinados e os faz defender um projeto. Essas pessoas, defenderão as idéias sem saber que parte delas pode ser uma ilusão. Quem nunca comprou um produto com problema cujo vendedor não sabia e nos deu todos os sinais de credibilidade daquele produto?
Sistema nervoso autônomo e os sinais da mentira
O episódio enfoca uma história assim, na qual uma das pessoas envolvidas é acusada de mentir, mas como não sabe de nada e não tem todas as informações, não mostra sinais de que está mentindo.
E que sinais são esses? São sinais clássicos de estresse, desencadeados pela ativação do sistema nervoso autônomo simpático, que é responsável pela preparação de nosso corpo para agir. Então mais sangue fica disponível para os músculos, nossa respiração fica mais profunda de forma que tenhamos acesso a mais oxigênio, nosso corpo se prepara para resfriar, então suamos de forma microscópica, entre outros indicadores.
A ilustração abaixo traz um resuno desses sinais:
Existem emoções universais?
Além disso, o episódio novamente introduz a argumentação sobre a universalidade de certas emoções. Demonstrar que emoções são universais é uma tarefa que envolverá muitas gerações. Para provar cientificamente que existem emoções universais, alguns problemas conceituais muito difíceis devem serem superados e, sem dúvida, esse é um objetivo muito ambicioso.
Um dos principais problemas diz respeito à própria universalidade em si. Para que algo seja universal, há que demonstrar a sua presença em todos os sujeitos do universo considerado. Quando isso diz respeito aos seres humanos, não é uma tarefa fácil completar com êxito.
No entanto, existem muitas evidências da plausibilidade da universalidade das emoções. Abaixo, temos algumas máscaras que expressam emoções humanas ao longo dos séculos: Se as expressões faciais não se alteraram ao longo do tempo e podemos reconhecê-las, isso pode ajudar a sustentar a hipótese da universalidade de certas emoções
É importante analisar o que se vê no rosto, mas também o que se espera ver e não está lá
Outro aspecto muito importante no reconhecimento de emoções pelas expressões faciais e presente nesse episódio da série é a técnica de observar não só o que as pessoas nos mostram, mas também refletir sobre o que esperamos encontrar nas faces e não vemos.
[centro]Ao contar algo que uma pessoa supostamente não sabe, esperamos que ela demonstre sinais de surpresa, por exemplo. Quando não vemos qualquer sinal, há que se questionar o porquê. Uma pessoa pode não demonstrar emoções no rosto por uma série de motivos. Alguém pode sofrer de paralisia facial, por exemplo. Nesse episódio, isso é demonstrado.[/centro]
Como sempre, são muitos assuntos paralelos e o último que desejo abordar diz respeito às confissões falsas. Pode parecer incrível, mas existem muitas confissões que não são verdadeiras. Uma pessoa pode confessar algo por motivos distintos e pesquisadores ingleses vêm se dedicando ao estudo desse tema. Ainda não há estudos científicos suficientes sobre o tema, no entanto a pesquisa de campo indica que falsas memórias podem ser criadas durante os interrogatórios. Alguém, ainda, pode querer assumir a culpa de um crime para livrar uma pessoa querida, o que poderá ser visto nesse episódio.
O importante aqui é saber que o estudo das expressões faciais e da linguagem corporal pode ajudar a identificar esses casos com sucesso.
Como é de costume, a série Lie to Me possui muitos aspectos que podem ser discutidos à luz do conhecimento científico. Lembre-se que o seu objetivo principal é entreter os telexpectadores. Então, divirta-se com mais esse episódio e até a próxima semana com mais um comentário.
Lie to Me – Uma pontuação perfeita (A Perfect Score)
Assim como os demais episódios, o terceiro conta histórias paralelas que tecem a trama do seriado. Como tenho dito nos demais artigos dessa série, é difícil escrever sem revelar o que vai ocorrer. No entanto, esse é o meu compromisso: escrever sobre os fatos científicos expostos na série.
O terceiro episódio se dedica à mentira, que faz parte da vida (saiba mais). Nesse tema, assumimos papéis de vítima, de protagonista da mentira ou mesmo ambos, simultaneamente.
Quando uma pessoa não sabe que está mentindo, por que pensa que as informações disponíveis são verdadeiras, ela não apresentará sinais clássicos da mentira (saiba mais).
Por exemplo, isso pode ocorrer quando alguém retém informação relevante de seus subordinados e os faz defender um projeto. Essas pessoas, defenderão as idéias sem saber que parte delas pode ser uma ilusão. Quem nunca comprou um produto com problema cujo vendedor não sabia e nos deu todos os sinais de credibilidade daquele produto?
Sistema nervoso autônomo e os sinais da mentira
O episódio enfoca uma história assim, na qual uma das pessoas envolvidas é acusada de mentir, mas como não sabe de nada e não tem todas as informações, não mostra sinais de que está mentindo.
E que sinais são esses? São sinais clássicos de estresse, desencadeados pela ativação do sistema nervoso autônomo simpático, que é responsável pela preparação de nosso corpo para agir. Então mais sangue fica disponível para os músculos, nossa respiração fica mais profunda de forma que tenhamos acesso a mais oxigênio, nosso corpo se prepara para resfriar, então suamos de forma microscópica, entre outros indicadores.
A ilustração abaixo traz um resuno desses sinais:
Existem emoções universais?
Além disso, o episódio novamente introduz a argumentação sobre a universalidade de certas emoções. Demonstrar que emoções são universais é uma tarefa que envolverá muitas gerações. Para provar cientificamente que existem emoções universais, alguns problemas conceituais muito difíceis devem serem superados e, sem dúvida, esse é um objetivo muito ambicioso.
Um dos principais problemas diz respeito à própria universalidade em si. Para que algo seja universal, há que demonstrar a sua presença em todos os sujeitos do universo considerado. Quando isso diz respeito aos seres humanos, não é uma tarefa fácil completar com êxito.
No entanto, existem muitas evidências da plausibilidade da universalidade das emoções. Abaixo, temos algumas máscaras que expressam emoções humanas ao longo dos séculos: Se as expressões faciais não se alteraram ao longo do tempo e podemos reconhecê-las, isso pode ajudar a sustentar a hipótese da universalidade de certas emoções
É importante analisar o que se vê no rosto, mas também o que se espera ver e não está lá
Outro aspecto muito importante no reconhecimento de emoções pelas expressões faciais e presente nesse episódio da série é a técnica de observar não só o que as pessoas nos mostram, mas também refletir sobre o que esperamos encontrar nas faces e não vemos.
[centro]Ao contar algo que uma pessoa supostamente não sabe, esperamos que ela demonstre sinais de surpresa, por exemplo. Quando não vemos qualquer sinal, há que se questionar o porquê. Uma pessoa pode não demonstrar emoções no rosto por uma série de motivos. Alguém pode sofrer de paralisia facial, por exemplo. Nesse episódio, isso é demonstrado.[/centro]
Como sempre, são muitos assuntos paralelos e o último que desejo abordar diz respeito às confissões falsas. Pode parecer incrível, mas existem muitas confissões que não são verdadeiras. Uma pessoa pode confessar algo por motivos distintos e pesquisadores ingleses vêm se dedicando ao estudo desse tema. Ainda não há estudos científicos suficientes sobre o tema, no entanto a pesquisa de campo indica que falsas memórias podem ser criadas durante os interrogatórios. Alguém, ainda, pode querer assumir a culpa de um crime para livrar uma pessoa querida, o que poderá ser visto nesse episódio.
O importante aqui é saber que o estudo das expressões faciais e da linguagem corporal pode ajudar a identificar esses casos com sucesso.
Como é de costume, a série Lie to Me possui muitos aspectos que podem ser discutidos à luz do conhecimento científico. Lembre-se que o seu objetivo principal é entreter os telexpectadores. Então, divirta-se com mais esse episódio e até a próxima semana com mais um comentário.