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Brunus

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#324697 Um esboço sobre Casanova - Parte 2

Link do post I -> um-esboco-sobre-casanova-parte-i-t31020.html

Colocarei aqui apenas os detalhes que nos interessam como artistas e amantes da arte da sedução. Obviamente quem quiser saber os detalhes, me contate e/ou leias a memórias de Casanova. Se possível em Francês como elas foram escritas. Esse tópico dirá a conquista de uma mulher somente, saberão o porque. Infelizmente ( ou não, para nosso deleite) quando Casanova encontrava uma mulher que realmente lhe chamasse muito à atenção, nosso amigo sempre tinha surpresas ruins....

Começando pelo 3º volume das memórias desse grande sedutor, finalizando a 2ª parte das memórias (datada até 1750) eis que o mesmo finaliza uma história de pura picaretagem.

Picaretagem.

Casanova conheçe um senhor com um artefato chamado “Adaga de São Pedro” que dizem ser um reliquia do santo, porém essa adaga está sem a sua bainha. Casanova estava precisando de dinheiro, e começa a por em prática um plano mirabolante.
A pesquisa começa em uma biblioteca, aonde ele encontra uma imagem de como seria a tal bainha da adaga. Pega uma sola de sapato velho e com algumas modificações e com o faro apurado para mentiras consegue vender a falsa bainha para o senhor por 500 ducados (ducado = moeda de maior valor corrente na época). Século XVIII, misticismo em alta, esse mesmo senhor que comprou a bainha diz que na casa de um parente tem um tesouro que dizem estar enterrado no terreno do mesmo. Casannova apresenta-se como um mago para poder retirar o tesouro. Após ficar hospedado na casa desse “conhecido” por muito tempo, e por pura piedade ao mesmo não ter desvirtuado sua filha virgem, consegue alguns dinheiro mas é claro nenhum tesouro.
Com a promessa de voltar após alguns anos ( claro que nunca sera cumprida) Casanova parte da casa desse senhor para Parma na Itália.

Liberdade.

Munido de muito dinheiro e nenhum conhecido, disposto a ir para Nápoles reencontrar as duas irmãs que esse grande sedutor possuiu na mesma noite, Casanova passa por Parma. Antes, parando em um hotel conhece um senhor militar sexagenário com um “amigo” militar bem mais novo. Coloquei liberdade porque nosso amigo Casanova, se me permitem chamar assim, andava pelas cidades e sempre conhecias as boas pessoas. Sendo assim no mesmo hotel onde estava hospedado, um tal Capitão Hungáro ( que só falava Latim) e seu ajudante que só falava francês se meteram em confusão. Casanova resolveu tudo com um faro de advogado e ficou amicíssimo do Húngaro, desconfiando que seu “amigo” era na verdade uma mulher.

A francesinha

Logo o Húngaro conta a historia de que na verdade o seu amigo é uma francesa que o mesmo encontrou em uma cidade na fronteira com a França e que a senhorita queria seguir para Parma. Casanova fica abismado quando o Húngaro diz que só se comunica com a francesinha ( de nome Henriqueta) por gestos, visto que não falam a mesma língua. O capitão tinha alguns “favores” de Henriqueta porém foram poucos e só antes de conhecer Casanova. Fluente em francês como nosso amigo era, dispôs a conversar com a francesa e mostrar a sociedade italiana para os dois “militares”.
Casanova descobre que o Húngaro e a Henriqueta estão indo pra Parma, de diligência ( seria uma espécie de táxi.). Com a bolsa cheia, nosso amigo tem a idéia de convidar o Húngaro e Henriqueta para ir a Parma na sua própria carruagem, eles aceitam. Então Giácomo sai para comprar uma bela carruagem ( ele não tinha nenhuma), como uma bela carruagem inglesa por 200 cequins e então começa a viajem com seus novos amigos.


A conquista

A cada tempo que passavam, Casanova ficava mais apaixonado por Henriqueta e, ao mesmo tempo, temeroso por não saber o que fazer com o Húngaro. Pergunta então para a bela dama se o Húngaro era seu pai ou seu marido, ela responde com um sorriso no rosto “nenhum dos dois”. Casanova fica em êxtase ao saber disso. Pouco tempo depois, Henriqueta pede a Casanova para traduzir para o Húngaro um pedido. Esse pedido era que quando chegassem a Parma, os dois a esquecerem e seguissem seu caminho sem nunca mais olhar para ela. Qual será o temível segredo que a bela francesa guardava ? Casanova fica atônito e durante a noite em um hotel onde passaram a noite ele tem um atitude ousada. O que pensam que ele fez ??? Foi ao quarto da francesinha? ....
Claro que não. Ele foi falar com o Húngaro, que já se tornara seu amigo pelos favores prestados e pelo “belo espírito” que Casanova possuía, para confessar que amava aquela francesa e pediu permissão para conquistá-la. O Húngaro respondeu que nunca amou aquela bela dama e que ela agora só o fazia companhia, além de não poder ficar mais feliz que sua agora amiga ficasse nas mais belas mãos.
Agora dando uma pausa na história para algumas considerações. Casanova conquistava a todos com sua astúcia, sua inteligência, cavalheirismo, e préstimo de favores sem aparentemente exigir nada em troca. Pensem comigo, Casanova não tinha um bê-á-bá da sedução como temos hoje. Confiava em sua intuição, aprendera a se portar na sociedade com o senhor Malpiero, mas na parte que cabe a sedução, sempre foi um “autodidata”. Quando cita que seu amor-próprio o dizia que estava na hora, ele estava falando de sua confiança de ir atrás de uma mulher. Confiança essa que hoje colhemos com os IDIS da bela dama. Se ela da IDIS nos prosseguimos na conquista senão, provocamos ou então ejetamos. Seu estilo era uma mescla de natural com direto e indireto. Até agora ele sempre se declarava para as damas, porem só fazia isso quando tinha a certeza da mesma lhe prestar alguma atenção especial e diferente.
Voltando a conquista de Casanova, vou citar agora a parte do texto com a declaração de Casanova:

-Ignoro qual o gênero de amizade que aquele bom homem possa votar-lhe, e ignoro que confiança deposita ele em suas própias forças. Mas sei que, sendo-lhe possível conceder-lhe esse favor, sua amizade é de natureza bem diferente da minha. Porquanto sou obrigado a dizer-lhe que não só me é dificil dar-lhe o prazer de abandoná-la na situação em que a vejo, como tambem me será impossivel a execuçao do que se pede, se eu for a Parma. Amo-a tanto que será preciso prometer-me ser minha: caso contrário, fico aqui. Nesse caso deixá-la-ia partir só, com o capitão, pois se os acompanhasse me tornaria o mais infeliz dos homens, seja vendo-a com outro amante, seja com o marido, seja no seio de sua familia. Não me seria possivel continuar a ve-la sem possui-la. “Esqueça-me” é uma cousa facil de dizer; mas saiba, senhora, que se o olvido é fácil para um frances, um italiano esse dom. Em suma tomei minha resolução: tenha agora a bondade de dizer-me se eu devo ir a Parma ou permanecer aqui. Responda. Se ficar aqui, partirei amanhã mesmo para Nápoles, certo de curar-me da paixão que me inspiraram suas graças; mas se me disser que a acompanhe, será preciso assegurar-me da completa posse de seu coração. Quero se o único a possuir seus encantos, com a condição, se quiser, de só me tornar feliz quando me julgar digno disso, pela minha dedicação. Escolha antes que volte o hungaro. Ele sabe de tudo, pois já o informei de meus sentimentos.
-E o que lhe respondeu?
-Que se sentira contente em poder deixa-la em minhas mãos. Mas... que significa esse sorriso a flor de seus lábios?
-Deixe me rir, peço-lhe. Porque em toda minha vida jamais tive ideia de uma declaração de amor assim tão impetuosa. O senhor compreende o que seja dizer a uma mulher, numa declaração, que se podia ser veemente, mas tambem terna e meiga: “Senhora, escolha: ou isto ou aquilo!”? Ah, ah, ah!
-Compreendo, sim, e muito bem. O que fiz não é doce, nem galante, nem patetico, mas sim apaixonado. E afirmo-lhe que é a primeira vez que tal me acontece. Não compreende a penosa situação de um homem enamorado que se vê a ponto de tomar um partido que pode decidir da sua vida? Considere também que, não obstante meu ardor, não a ofendi em nada; a decisão que tomarei, se a vir irredutivel em sua ideia, não é ameaça e sim um esforço heroico que deve tornar-me digno de sua estima. Enfim, repito-lhe que que não temos tempo a perder, e a palavra “escolha” não lhe parecerá tão rude, se se lembrar de que com isso a torno arbitro da minha sorte, ao mesmo tempo que da sua. Para persuadi-la de que a amo, devia então atirar-me aos seus pés, vertendo lagrimas escaldantes e suplicando-lhe piedade? Não, tal cousa a desagradaria sem duvida alguma e não levaria a nada. Como estou certo de merecer seu coração, peço-lhe amor e não piedade.

Casanova conseguir conquistar a bela dama e em Parma viveram 3 meses de pura felicidade, como se fossem marido e mulher. Vivendo no mais puro luxo, em um quarto de hotel e freqüentando a corte do Rei Felipe V da Espanha que estava se casando com uma princesa (?) francesa e tinha se estabelcido em Parma. Eis que surge um parente de Henriqueta, e acaba com a alegria de nosso amigo. A francesinha estava fugindo do sogro que queria coloca-la em um convento a força, após a morte do marido. Como naquela época a mulher casada pertencia a familia do marido e para proteger a honra da mesma os bons costumes assim diziam, ela teve de voltar para a França e disse a Casanova para esquece-la e nunca mais procura-la.


A Beatitude.
Após esse incidente Casanova passa três meses em companha de de la Haye, professor de italiano e de Bavius seu aprendiz. Nesse meio tempo Casanova se curava desse amor e na companhia de um jesuita como de la Haye, só estava servindo a igreja.

A volta
Voltando a veneza com seus dois amigo e hospedando na casa de seu pai adotivo Sr. Brigadin ( o qual Casanova salvou a vida e o mesmo o “adotou” dando a Casanova uma mesada e abrigo), voltou a vida noturna com Bavius enquanto esse esperava um emprego no exército. Durante o Carnaval Casanova ganha 3.000 ducados na loteria e então decide com seu amigo frances Baletti ir a França.


Aqui termina esse post sobre Casanova. O próximo será sobre a 3ª parte das memórias com a ida a Paris. Livre, com dinheiro, inteligente,amante das belas artes e do belo sexo, com bons amigos e uma grande capacidade de conhecer as pessoas. Com 23 para 24 anos esse é agora o nosso Giácomo Casanova.


Esperem pela parte 3. Casanova é iniciado em uma grande sociedade secreta, alguns pensamentos acerca da vida ... e mais mulheres estão por vir.
Kïng

Pickup Artist

#324755
Eis que surge um parente de Henriqueta, e acaba com a alegria de nosso amigo. A francesinha estava fugindo do sogro que queria coloca-la em um convento a força, após a morte do marido. Como naquela época a mulher casada pertencia a familia do marido e para proteger a honra da mesma os bons costumes assim diziam, ela teve de voltar para a França e disse a Casanova para esquece-la e nunca mais procura-la.


Era a monarquia absolutista da França no século XVIII, provavelmente essa francesinha era burguesa e tinha fugido daquela imensa escravidão, que teve seu fim no início do século XIX.


E pow, me envolvi bastante na leitura, que foda era o Casanova em Brunus? Sedutor nato, saiu do shit-test dela dando aula de uma pessoa cofiante.

Gostei muito da leitura, e continue com a série, tá ficando emocionante SUHAUASHUASH :louco
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Brunus

Aprendiz

#326125 Obrigado pela dica. E a leitura fica muito interessante, obrigado por ler e aguardem os "proximos" capitulos. hehe


:)