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Fractal

MEMBRO PROFISSIONAL

#465442 Imagem

Como nós sabemos, a vida é repleta de sofrimentos: o sofrimento do nascimento, o sofrimento da velhice, o sofrimento da doença, o sofrimento da morte. Há também o sofrimento da perda de entes queridos, o sofrimento de estar junto de algo que não se gosta, o sofrimento de não conseguir o que se deseja, o sofrimento de perder suas conquistas...

Todos os seres estão sujeitos à tristeza, à lamentação, à dor, ao desespero, aos problemas... Buddha não negou a existência de felicidade mundana, mas reconheceu que essas felicidades são impermanentes.

Quando falamos da natureza insatisfatória da existência, é preciso entender que isso se insere no contexto do caminho buddhista com um todo. Essas reflexões precisam ser compreendidas no seu contexto adequado, que é dentro das coordenadas do caminho buddhista. Se não se tiver essa visão do sofrimento dentro do seu contexto adequado, concordo que existe um perigo, ou mesmo uma probabilidade, de que esse tipo de abordagem seja considerado equivocadamente como bastante pessimista e negativo. Conseqüentemente, é importante compreender a postura básica do buddhismo diante de toda a questão do sofrimento. Isso nós encontramos nos próprios ensinamentos públicos do Buddha. O primeiro ponto que ele ensinou foi o princípio das quatro nobres verdades, a primeira das quais é a Verdade do Sofrimento. E nesse princípio, dá-se muita ênfase à conscientização da natureza sofredora da nossa existência.

Reconhecer claramente o sofrimento é o primeiro passo para se encontrar uma saída; é também um remédio para todas as nossas falsas esperanças e nossa tendência de buscar apoio em prazeres efêmeros que resultam em decepção. O noticiário da televisão é suficiente para que nos deparemos com o imenso sofrimento; basta refletir sobre os acontecimentos dolorosos na vida daqueles que nos cercam, ou explorar as constantes correntes por debaixo de nossos próprios problemas, para podermos confirmar que a tristeza e o sofrimento permeiam toda a existência. Tal reconhecimento pode nos devastar e nos esgotar. Perguntamo-nos então como foi que isso veio a acontecer, sem de fato esperar uma resposta. Os ensinamentos buddhistas, porém, são claros quanto a esta questão. O sofrimento, em suas inúmeras manifestações, tem uma única fonte: a desilusão da mente dualista.

Há três tipos de sofrimento:

O primeiro é o sofrimento que se sobrepõe ao sofrimento. Uma coisa ruim acontece em cima da outra, e parece não haver justiça alguma no processo. Quando você pensa que a situação em que está não pode ficar pior, ela fica. Você perde dinheiro, depois um parente, depois a juventude — há inúmeras maneiras pelas quais sofremos.

O segundo tipo é o sofrimento da mudança. Nada é confiável ou consistente. Por maior que seja a nossa esperança de ter uma base sólida sobre a qual podemos nos apoiar, tudo aquilo com que contamos sempre se corrói, criando grande dor.

O terceiro é o sofrimento que tudo permeia. Da mesma forma que, quando você espreme uma semente de gergelim, constata que ela está permeada de óleo, pode parecer que a nossa vida seja feliz, mas, quando somos espremidos, sofremos. Tão certo quanto o fato de que nascemos é o fato de que iremos ficar doentes, envelhecer e morrer.

Pensar que podemos encontrar algum prazer duradouro e evitar a dor é o que o buddhismo chama de samsara, o ciclo inútil que gira e gira, infinitamente, e nos causa tanto sofrimento. A primeira nobre verdade que o Buddha nos apresenta chama nossa atenção para o fato de o sofrimento ser inevitável para nós, seres humanos, enquanto acreditamos que as coisas permanecem — que não desintegram e que podemos contar com elas para satisfazer nossa ânsia de segurança. Sob esse ponto de vista, o único momento em que realmente sabemos o que está acontecendo é quando nos puxam o tapete e não encontramos nenhum apoio. Podemos utilizar situações desse tipo para despertar ou escolher dormir. Exatamente ali — precisamente no momento em que ocorre a experiência de faltar o chão — encontram-se as sementes que nos levarão a cuidar daqueles que precisam de nós e a descobrir nossa própria bondade.


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Retirado do ebook "O caminho do meio".
Capítulo: As quatro nobres verdades.

Formatação para o Puabase: Fractal
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JC#1

MEMBRO PROFISSIONAL

#465702 Texto esplêndido! :D

Muito obg por compartilhá-lo Fractal :)

Então, meu pensamento sobre o tema é o seguinte: o sofrimento vem do prejulgamento.

Como assim?

Algo nos acontece, a exemplo de perda do emprego, e achamos que isso é ruim. Simplesmente julgamos assim. E então sofremos.

Não sabendo nós, pobres ignorantes, que todas as perdas geram um ganho positivo. Perdemos o emprego, mas ganharemos ímpeto para buscar um novo. E nesse novo emprego, mil novas possibilidades se abrirão ^^

Se pararmos com o prejulgamento e focarmos no AGORA, com certeza diminuiremos em cerca de 99% o sofrimento =D


Abração!





-JC#1
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Fractal

MEMBRO PROFISSIONAL

#465765
JC#1 escreveu:Texto esplêndido! :D

Muito obg por compartilhá-lo Fractal :)

Então, meu pensamento sobre o tema é o seguinte: o sofrimento vem do prejulgamento.

Como assim?

Algo nos acontece, a exemplo de perda do emprego, e achamos que isso é ruim. Simplesmente julgamos assim. E então sofremos.

Não sabendo nós, pobres ignorantes, que todas as perdas geram um ganho positivo. Perdemos o emprego, mas ganharemos ímpeto para buscar um novo. E nesse novo emprego, mil novas possibilidades se abrirão ^^

Se pararmos com o prejulgamento e focarmos no AGORA, com certeza diminuiremos em cerca de 99% o sofrimento =D


Abração!





-JC#1


cara, já aconteceu comigo coisas parecidas.
Eu supunha que a perda de uma renda iria me jogar em uma crise financeira brava. O perda da renda veio e sobrevivi sem ocorrer a tregédia "prejulgada".

O prejulgamento que trás o sofrimento parece que é uma forma limitante que ataca o ímpeto que você falou.
valeu pelo feed.
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kelvindias01

Veterano - nível 2

#605298 apesar de ser cristao protestante concordo plenamente com esse pensamento de Buda! a pouco tempo perdi meu emprego por consequencia minha namorada me largou pois nao podia mais sair com ela e alguns "amigos" sumiram. o que aprendi? primeiro meu emprego era uma bosta, minha namorada era interesseira, e descobri quem eram meus verdadeiros amigos, o sofrimento só me trouxe beneficios se olhar por esse lado.
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bruno neves

Veterano - nível 10

#639236 Concordo plenamente com esse pensamento, muitas vezes a matrix diz que temos que ter o aultomovel importado pra ser feliz a telivisão led 3d temos que ter as calsas de marcas caras, como no filme clube da luta não adianta voce tentar buscar a felicidade nos setores externos tudo vem de la de dentro quando voce sabe que voce pode fazer qualquer coisa e que se dane a matrix ta no seu sangue voce e livre pra fazer qualquer coisa voce é feliz
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#685206
kelvindias01 escreveu:apesar de ser cristao protestante concordo plenamente com esse pensamento de Buda! a pouco tempo perdi meu emprego por consequencia minha namorada me largou pois nao podia mais sair com ela e alguns "amigos" sumiram. o que aprendi? primeiro meu emprego era uma bosta, minha namorada era interesseira, e descobri quem eram meus verdadeiros amigos, o sofrimento só me trouxe beneficios se olhar por esse lado.


Cara, é muito interessante quando algo que você considera inicialmente ruim acontece e com o tempo você descobre que nenhuma tragédia imaginada ocorreu.

Obs.: O Budismo, de uma forma geral, considerando existirem várias vertentes, é uma filosofia de vida. Nele não se abordam questões sobre a existência ou não de Deus, o foco é evitar o sofrimento e conseguir a iluminação.

bruno neves escreveu:Concordo plenamente com esse pensamento, muitas vezes a matrix diz que temos que ter o aultomovel importado pra ser feliz a telivisão led 3d temos que ter as calsas de marcas caras, como no filme clube da luta não adianta voce tentar buscar a felicidade nos setores externos tudo vem de la de dentro quando voce sabe que voce pode fazer qualquer coisa e que se dane a matrix ta no seu sangue voce e livre pra fazer qualquer coisa voce é feliz


já que você citou o filme clube da luta:

"As coisas que você possui acabam possuindo você"
Whipper - MEMBRO EXCLUSIVO
#724181 Concordo, depois que abandonei carreiras de piloto militar, funcionario publico, jogador de poker enfrentei meus prejulgamentos e descobri como enriquecer sem fazer muita coisa investindo em imoveis e abrindo empresas online automaticas percebi que o meu maior problema era o prejulgamento incorreto de ter que fazer o que todo mundo faz pra poder ser feliz. Como sempre a sociedade e pessoas medianas nos limitando colocando falsas crenças e prejulgamentos em nossas cabeças

"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original." Albert Einstein
Último pulo porFractal no 07 Mar 2013, 14:32