- 05 Jan 2012, 18:47
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So lets do it!
1. Como uma empresa avalia quantas ações ela vai jogar no mercado?
R: Ela não pode simplesmente escolher, no processo de abertura de capital (IPO), é necessário contratar um consultoria de avaliação, aqual, junto com a empresa, define qual vai ser a quantidade e o valor do papel obedecendo uma série de cálculos a partir da análise patrimonial e dos ativos da empresa. A questão da cotação passa muito pelo fato da empresa querer que o seu papel seja líquido e de fácil acesso, ou não.
2. O valor das ações primarias de uma empresa que acaba de colocar ações no mercado é feita por ela mesmo, ela mesmo decide o quanto vale as ações ou algum orgão ou própria BV faz isso?
R: Como eu disse, é necessário primeiro entrar com um pedido na CVM (Comissão de Valores Mobiliário) e estruturar um plano de abertura com uma terceira instituição, normalmente um banco ou uma grande corretora sem vínculos com a empresa para evitar favorecimentos. A CVM observa todo processo para que ele seja feito com a maior lisura possível.
3. Por exemplo, uma empresa coloca ações no mercado e decide vender 1000 ações dela por R$20, cada ela vai acabar recebendo ao vender todas R$20.000, no que ela pode investir para crescer a empresa e fazer o negócio se desenvolver. Mas a partir do momento que a empresa vendeu todas as suas ações ela não ganha mais nada ? Ela só ganha R$20.000 e acabou? Futuramente não voltará a ganhar nada das ações vendidas?
R: Em alguns casos sim, mas lembre-se que não se tratam apenas de 20.000, mas muitos e muitos milhões. Todavia, existem sim outras possibilidades da empresa levantar mais dinheiro: emissão de novas ações com direito de subscrição (antes de vender um novo lote de ações, vender a possibilidade de comprá-lo, parecido com a pré-venda), emissão de debentures e outras pequenas operações.
4. Os % de pose de uma empresa é decidido pelo seu capital? Quero dizer, uma empresa sensata vai manter o bloco controlador tendo maior parte do comando da empresa mas como é decidido as % de cada ação e de cada pessoa?
R: Bom, isso varia de caso a caso. A empresa que abre sue capital tem uma parcela mínima (não lembro de cabeça) que devem ser emitidos na forma de ações ordinárias (com direito a voto). Além disso, é uma questão estratégica, pois cada sócio da empresa (uma empresa de capital fechado costuma ter diversos sócios) tem total liberdade de vender sua parte. A direção decide, normalmente, por manter o bloco controlador; entretanto, quando há uma necessidade muito forte por novo dinheiro, é decidido pela venda de uma parte maior da compania. O caso da Usiminas passa muito por essa questão, onde podemos ver várias empresas que tem seu pedacinho dela e vão debatendo juntas o futuro dela.
5. Eu sei o por quê as empresas colocam ações no mercado que é para levantar capitais. Mas o por quê pessoas compram essas ações? Apenas para lucrar com os dividendos ? A razão final de empresas que colocam ações a venda no mercado é levantar capitais mas qual a verdadeira razão de quem compra essas ações?
R: Diversas razões. Lembrando sempre que o investimento em ações pode ser muito mais rentável que qualquer renda fixa. Vou citar alguns exemplos de motivos:
- Grandes fundos ocmpram parte da empresa, especulando que ela se valorize, gerando lucros em dividendos e ganho de capital para seu cotistas e depois o vendemm.
- Outras empresas que querem uma cadeira no conselho administrativo obtém sua parte através do mercado de capitais.
- Acionistas que apostam na empresa, ou seja, uma relação de fidelização dele.
- Investidores que acreditam no potencial de valorização da empresa.
- Players que entram em ofertas iniciais especulando no curto prazo.
- Investidores que acreditam que a empresa possa render bons frutos em dividendos e afins para aumentar sua posição e ter cada vez maior participação nos lucros. Como um funcionário que compra um pedacinho da empresa para ganhar sua participação nos lucros.
6. Faz de conta que eu acabei de abrir uma empresa e lancei ações dela no mercado. Com o dinheiro ganho investi em equipamentos e funcionários e o negócio prosperou. Prosperou tanto que abri diversas franquias por várias áreas. As ações primarias iniciais que lancei no mercado foram 49% da minha empresa aonde me mantive como bloco controlador (sócio majoritário) mas agora meu negócio se expandiu e gostaria de jogar mais ações no mercado sem perder a posição de sócio majoritário, como faria isso ou o próprio crescimento faz isso alguma coisa em relação?
R: Se o negócio está prosperando, isso não faria muito sentido, mas é possível, sabendo de uma possivel valorização, recomprar sua própria empresa e lançar essa mesma parte em outro momento por um valor mais caro. Sensacional essa! Muita gente não pensa que a empresa pode comprar a si mesma e lançar ações em outro momento. É possível, também, lançar outros produtos financeiros como debentures para levantar capital.
7. Quando o conselho de economistas que decide aumentar ou diminuir os juros baseados no cenário macroeconômico afim de controlar o desenvolvimento do pais, as flutuações são visando apenas os EMPRÉSTIMOS? Visando que vai aumentar os empréstimos das pessoas? (desculpe a ignorância, não entendo muito sobre juros). Me parece irreal que o mercado de empréstimos ou cheques modifiquem tanto a economia, não consigo imaginar em tantas pessoas esperando a Hora X para pegar um empréstimo com taxas boas.
R: Na verdade não funciona bem assim. Não de um dia para o outro. Quando o crédito é facilitado, aos poucos o consumo começa a creacer, pois será possível ter acesso a grandes promoções a prazo ou com juros baixíssimos. Pode não parecer muito quando ocmpramos um micro-ondas, por exemplo, mas uma taxa 1% maior ou menor no caso de um carro ou um imóvel pesa bastante no bolso do consumidor. Tem que lembrar, também, que esses empréstimos não são tomados só por pessoas físicas, mas por empresas. Uma taxa 0,25% mais barata para a AmBev, por exemplo, é a diferença entre pagar toda folha salarial de um ano ou ter de arcar com essa despesa.
Espero que possa ter ajudado!
Forte Abraço!