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mickaeu

Aprendiz

#535615 E ae puazada, eu nunca postei nada aqui, sempre estive de passagem e indo usar as tecnicas que aprendi em campo e posso afirmar que evolui muito, em alguma outra hora talvez eu estarei apto a desenvolver um texto de alguns de meus "relatos de campo", mas enfim, começarei hoje a postar algumas coisas que acho interessante espero que seja algo util, só tenho a agradecer pela ajuda de todos do forum, abraços.
Deixo aqui uma pequena contribuição de um otimo texto que achei por ai no "mundo virtual".

(Sim, é um texto gigantesco, mas que vale muito a pena ler. "Vencer a preguiça é a primeira coisa que o homem deve procurar, se quiser ser dono do seu destino.")

[size=150] Na cama com um conquistador[/size]

Sempre ouvimos falar deles: homens divertidos e cativantes, daqueles a quem não faltam fãs, quais Casanovas capazes de suscitar inveja dos seus pares. Os Don Juans modernos, da era dos telemóveis e da Internet, parecem ter sobrevivido aos movimentos feministas, assumindo sem complexos a sua veia de conquistadores compulsivos.

Numa altura em que as pesquisas americanas e europeias, no campo da sexologia, apontam para uma quebra na frequência dos encontros sexuais entre cônjuges, e em que a falta de desejo constitui um desafio sério para a indústria farmacêutica, a figura do tipo Martini Man continua a ser sinónimo de desassossego no feminino.

Urbanas, instruídas e livres, o que leva (ainda) tantas mulheres a perder-se – e prender-se – a homens que elas sabem, à partida, não serem bons parceiros para a vida?

“Sempre gostei de homens que não ficam e não gostam de ninguém.” O desabafo pertence a Ana Barroso, de 50 anos, divorciada. As suas histórias de amor podiam ter sido com homens “certinhos”, mas sempre lhe saltou o pé para “os picantes”. Envolventes, atrevidos, mulherengos, que vestem bem, sabem estar e satisfazem uma mulher na cama. Assim define o ex-marido, com quem viveu 12 anos, mas o retrato pode aplicar-se também ao seu mais recente fracasso passional. “Apaixonei-me quase sem perceber, talvez por estar carente, e via nele um enigma que era preciso desvendar.” Ele ouvia a documentalista, mas nada falava sobre si. Procurava-a de forma intermitente – nunca aos fins-de-semana – e os momentos a dois resumiam-se a trocas de intensidade física.

Um belo dia, ele encontrou uma mulher mais nova e casou-se com ela. Ana ficou desfeita. “Nunca o esqueci e sonho muitas noites com ele”, confessa. O risco e a incerteza sempre ficaram em segundo plano, porque eram compensados pelo facto de se sentir mais mulher.

A história repete-se e está bem expressa no refrão de uma das canções mais recentes da cantora Maria Rita, filha de Elis Regina: “É uma pena, mas você não vale a pena, não vale uma fisgada dessa dor.” Uma espécie de tango que nunca passa de moda, mesmo se as protagonistas têm a desenvoltura das célebres amigas da série O Sexo e a Cidade.

Maria Vieira conhece bem este filme porque decorria à sua volta na Dinamarca, nos anos 80. Na altura, estava como assistente social a fazer um estágio e constatou, com surpresa, que as nórdicas – acostumadas a encarar os homens como consumíveis sexuais – eram mais vulneráveis do que as latinas a homens com perfil de galã. Chegou mesmo a co-
nhecer uma mulher divorciada e de meia-idade que frequentava uma “escola para mulheres em depressão”. Recém-saída de uma relação com um homem casado, confidenciou-lhe que se tinha sentido usada e perdera todo o amor-próprio. Maria estava longe de saber que este tipo de novela iria bater-lhe à porta, após um casamento que não durou para a vida. Aos 41 anos, a alfacinha consegue perceber melhor o que, no passado, a deixara tão perplexa.

“É indiferente se ele tem uma namorada ou uma mulher, nós reagimos ao apelo porque nos sentimos desejadas, especialmente se estivermos emocionalmente frágeis.” No seu caso, foram três anos de um vai-e--vem clandestino, em que o amante definia as regras e ela sujeitava-se a elas por ser uma experiência nova e por estar num período em que se perguntava: “Porque é que não?”
Ideias de sedução segundo Isabel Leal

1. Há uma curiosa ideia, prevalecente já não se sabe muito bem como, que faz dos encontros erotizados entre homens e mulheres uma de duas coisas: acidentes de percurso sem importância ou histórias com futuro e proporcional importância. Esquece-se, ou melhor, recalca--se que num extenso contínuo de possibilidades do que são as relações homem-mulher o nada e o tudo são apenas e só os extremos.

2. Pelo meio, o que deve corresponder ao grosso das relações que as pessoas estabelecem ao longo de uma vida que se estende por muitas décadas, acontecem ou podem acontecer toda a gama de relações que, mais ou menos, merecem essa designação ambígua: de amorosas.

3. Como diria o poeta, “de alguns homens gosta--se pelas suas qualidades de carácter e de outros gosta-se pela ausência dessas mesmas qualidades”, que é como quem diz que o que marca a história e a vida de cada um é simultaneamente circunstancial e desenvolvimental, e, por isso, corresponde a momentos singulares e intransmissíveis em que se procura ou se gosta de aceder a sensações e a desafios que se rejeita linearmente noutras fases.

4. Não sei se ainda faz sentido invocar a figura dos sedutores, homens ou mulheres, galãs de penteado ou tigrezas de unhas cumpridas, que seduzem e abandonam, sem envolvimento nem vinculação. Acreditar em sedutores é também acreditar em seduzidos: seres que se oferecem à fascinação sem defesa nem recursos. Provavelmente uns e outros existem residualmente como os ornitorrincos e os hermafroditas mas não é provável encontrá-los por aí ao virar da esquina.

5. Que os homens (e as mulheres também) têm fases de relações inconsequentes, mesmo com alguma longevidade, é mais que óbvio. Que os homens (e as mulheres também) às vezes mergulham em relações dominantemente sexualizadas ou intelectualizadas ou com coloridos de difícil catalogação, está aí para quem quiser ver. Que essas relações às vezes criam expectativas e que alguns dos parceiros passam a querer mais do que a relação tem para dar, é o grande clássico dos desencontros amorosos que nos rodeia por todos os lados. Que algumas pessoas, mulheres (e homens também), assumem que uma relação sexual é por definição vinculativa e que deverá decorrer de acordo com um script pré-estabelecido, também já se sabe.

6. Feitas as contas, acho que é mais que tempo de assumir claramente que homens e mulheres se envolvem e se separam por muitas e variadas razões, eventualmente todas boas, se as regras do jogo forem claras e respeitadas.
O estereótipo do macho latino até pode ser socialmente incorrecto, mas ainda não foi vencido pelo do português suave, prevendo-se que esteja para durar por muitos e bons anos: “Um homem que olha para nós quando tem outras à volta é um grande desafio.”

Maior ainda se o elegerem como cônjuge porque se arriscam a sofrer sem garantias. Esta é a tese defendida pelas autoras do livro Porque nos Caem os Figurões na Cama, editado pelo Círculo de Leitores.

Ingrid Jenckel e Ângela Voß traçam o perfil do “figurão” da seguinte forma: “À partida não parece talhado para ser bom parceiro, é rico ou fanfarrão. Bem sucedido ou falido, é encantador e cativante, regra geral casado ou mantendo um relacionamento, mas permeável ao encanto de outras mulheres.”

Depois de interrogarem 35 mulheres, as autoras concluíram que 63 por cento já se tinha confrontado com um homem deste tipo. Cerca de 37 por cento achá-lo-ia um homem interessante e 63 por cento estaria disposta a arriscar um “sim” com ele. A troco de um bom amante, com doses de aventura e risco, estariam dispostas a suportar o abandono, a infidelidade e até a humilhação.

Masculino quanto baste, o “figurão” não resiste à conversa na cama, sem perder a sua atracção erótica, sendo por isso uma tentação irresistível para uma mulher à procura da sexualidade perdida. As autoras vão mais longe ao admitir que este tipo de encontro não é casual, mas o resultado da atracção de duas personalidades complementares: a do homem que não conquistou a atenção da mãe na infância e a da mulher que, em criança, teve um pai emocionalmente ausente. Em adulto, o homem desencadeia na mulher a síndroma protectora – retirando-lhe o tapete quando ela se aproxima e se toma por valor seguro – e a menina crescida passará a vida a consumir-se para lhe agradar e o ter perto de si, sem nunca suprir as suas carências afectivas.

Admitindo que esta explicação tem eco na prática, isso não tem de ser forçosamente vivido com angústia e até com um toque de vitimização. “Às vezes, podemos dar umas lambidelas num chupa-chupa que nunca havemos de ter, desde que encaremos isso de forma positiva.” Sílvia Jorge, de 37 anos, já sentiu na pele as duas faces de uma paixão assim, em que se sabe que o outro é o mau da fita. Trata-se de “pôr o pé na lama para alimentar o ego ou simplesmente como fuga ao quotidiano”.

A produtora teatral reconhece que nestas situações o equilíbrio é precário e pode conduzir ao desgaste, mas recusa-se a adoptar a posição clássica do “dei-te quase tudo e quase tudo foi demais”, que classifica de hipócrita, porque nega à partida a quota-parte de responsabilidade que se teve na escolha, seja ou não consciente. O segredo está em divertir-se, viver a experiência sem falsos pudores – cita até o livro de Catherine Millet como exemplo – e não cair no erro de se deixar viciar.

“Poderia ter feito outras opções, mas só mexem comigo os homens que me dão luta e me desafiam”, afirma Maria Leitão, de 46 anos. Solteira, mas com uma união de facto e algumas paixões inflamadas no currículo, gosta da aura de encantamento própria dos homens com postura distante, do tipo inalcançável.

O príncipe da adolescência, que nunca lhe correspondera – tinha ela 16 anos –, reapareceu na sua vida 30 anos mais tarde. “E caiu-me na cama depois de um ano de efusivas trocas de SMS e telefonemas carinhosos.” A secretária de administração sabia que o seu “presente” não iria aquecer lugar, mas aceita placidamente o reverso da medalha porque sabe que é da sua natureza sentir--se amada assim. De resto, conhece o processo de desvinculação do seu ex-companheiro, com quem sentiu tudo de bom e de mau: “Um verdadeiro homem-galo, que me fazia sentir como a mulher da vida dele, mas ao mesmo tempo cobiçava as outras com ar guloso e gabava-se da sua popularidade junto do sexo oposto, fazendo-me sentir que não valia nada.”

Nas sociedades urbanas, o galanteio e a capacidade para pôr em prática as técnicas da sedução entraram em declínio e a sexualidade reduziu-se à dimensão fisiológica. “Nestas condições, um ‘figurão’ é um apelo sem precedentes para muitas mulheres, que tendem a cair nos braços de quem lhes apele a uma realidade ancestral.” Gabriel Frada, psicólogo clínico, refere-se à tradição trovadoresca, ainda presente no inconsciente social, em que a mulher era alvo de paixão, mas assumia sempre um papel secundário. “Era a rapariga desprotegida ou a mulher ‘mal-amaridada’, como lhe chamava D. Dinis nas suas poesias.” O terapeuta lembra ainda o tempo em que os duelos, os tribunais de amor e o direito suserano (o padrinho de casamento tinha direito à noiva na primeira noite) eram regra. E adianta que “os rituais de sedução sempre foram uma luta de galos em que a mulher não era tida nem achada”.
O que é que o “figurão” tem?
As mulheres descrevem-no como:
Infiel
Egoísta
Imprevisível
Independente
Descarado
Duro

O que elas vêem nele (37%):
Um caso passageiro
Variação e aventura
Desperta nelas o espírito combativo
Alguém a quem convém uma mulher como elas
Um objecto de estudo

Estariam prontas a ir com ele para a cama (63%) por:
Curiosidade
Bom sexo e diversão
Um caso passageiro
Paixão
Levantar-lhes o ego
Emoção (incerteza: “Será que voltamos a ver-nos?”)

Base: Respostas a um inquérito efectuado a 35 mulheres ao perfil
do “figurão”

Fonte: Ingrid Jenckel e Ângela Voß, Porque nos Caem os Figurões na Cama, Círculo de Leitores
Os contos de fadas, com príncipes encantados de condição superior às eleitas, apenas confirmam a tradição romanesca que tanto agrada à mulher moderna. Assim se explica o deslumbre em torno do casal Schwarzenegger/Maria Shriver Kennedy ou o anunciado casamento entre Letizia Ortiz, uma jornalista divorciada (da plebe), e o príncipe das Astúrias, que têm alimentado os media numa espiral sem precedentes.

O poder, enquanto forte afrodisíaco, joga-se nas esferas privada e pública, com regras tácitas, aprendidas desde a mais tenra idade, que conferem ao homem o papel afirmativo – para se afirmar perante a mulher e os outros homens – e à mulher a atitude restritiva – talvez por isso algumas se perguntem “Como foi possível?” e se sintam culpadas após cederem aos avanços do conquistador.

No quotidiano, elas acabam por ultrapassar as heranças culturais e chegam à conclusão que, afinal, eles não são Lobos Maus (o sexo também conta, não só o sentimento) e eles aprendem a idealizá-las (há outros encantos para lá da conquista).

Porém, segundo o psicólogo, há homens que nunca chegam a descobrir a parte sentimental da mulher. São os mesmos que dizem “Lá em casa, cumpro com as minhas obrigações” e que vestem a pele de conquistadores compulsivos por lhes dar a sensação de serem mais homens.

“Num manual de conquista do século XIX, escrito por um português, alerta-se o aprendiz para que conquiste uma prostituta como se fosse uma santa, e para abordar uma mulher certinha como se de uma cortesã se tratasse.” As autoras do livro desconhecerão certamente esta curiosidade mundana apontada por Gabriel Frada. Porém, retratam-na de forma exemplar, a partir da análise de biografias de celebridades, repletas de episódios pérfidos. Ao longo de 243 páginas, fica-se a conhecer o lado-sombra de personalidades como Henrique VIII, Jean-Paul Sartre, Pablo Picasso, Albert Einstein, John F. Kennedy ou Aristóteles Onassis. Afinal, eles também desempenharam, de modo exímio e singular, o papel de maus da fita. :)