- 23 Fev 2012, 06:34
#549991
Aviso: texto médio. Se tiver sem tempo ou com preguiça pule para o <LEIA A PARTIR DAQUI> no texto.
Diferente do que parece pelo simples fato de estarmos no Brasil, o mundo PUA é um mundo desgastado, antigo e exposto. Ninguém conhece o livro do Strauss "The Game". O livro não está na prateleira de nenhuma livraria. Ninguém fala desse livro. Quer dizer, no Brasil.
O livro "The Game" foi escrito em 2005 (sim, quase sete anos atrás) pelo então colunista do NYT, Neil Strauss. O que muita gente não sabe quando vem ao fórum ou começa a ler o livro, é que ele foi o #1 best-seller do New York Times por um mês inteiro (de Setembro a Outubro de 2005), atingiu #1 nas vendas do site americano Amazon (especializado em venda de livros e DVDs) e o próprio Strauss fez diversas entrevistas em grandes companhias de comunicação norte-americanas como a ABC.
Quebrando em miúdos: absolutamente todo mundo sabe quem é Neil Strauss e The Game (nos EUA). Eu percebi isso lendo um site de fofocas americano muito movimentado (um dos principais portais dos EUA), em um artigo que falava do Neil Strauss e tanto o autor do artigo como as 200 pessoas que comentaram, muitas delas mulheres, simplesmente repugnavam o Strauss.
Na verdade, o que ma chamou muita atenção foram as atitudes das mulheres: primeiro, que a grande maioria já tinha lido o The Game, e segundo que a grande maioria delas odiava a ideia de ter um livro desse tipo. E eu, agora, concordo com elas. O mundo PUA é uma mundo mecânico com técnicas de tentativa-e-erro. Neg, sarge, S-and-R, DHV são termos comuns pra você se você já leu qualquer coisinha no mundo PUA. Agora pensem: algo simples, como andar pela rua e interagir com as pessoas na rua são processos detalhadamente explicados "misteriosamente" pela psicologia.
Digo "misteriosamente" não porque não funciona, mas porque já li tanto o "The Game" como o "Rules of the Game", como "Mystery Method: How to get beautiful women to bed" e outros 300 métodos diferente de sedução, e eu percebi que a maioria deles apela pra psicologia (os livros de PNL abusam disso), o que garante ao leitor que o método seja incostável, como quem diz "as mulheres fazem isso sem pensar, é da natureza delas sobreviver e replicar".
O grande problema disso, apesar de em parte ser verdade e até mesmo interessante, é que o processo todo de conhecer uma garota legal, que você curta, ame e case eventualmente, se transforma em uma porra de equação matemática. O próprio Strauss comenta isso em determinado ponto do "The Game": "chegou um ponto em que as garotas me contavam seus sonhos, e eu apenas encarava como mais uma fase do processo de sedução".
<LEIA A PARTIR DAQUI>
E O PIOR DE TUDO É QUE O MÉTODO FUNCIONA. Mas oras, é claro que funciona. Você leu mais de 1000 páginas pra aprender a como reagir a cada tipo específico de situação. Ela deu um soco; você esquiva. Ela abaixou a guarda; você soca. Você cria confidência porque você já sabe tudo que pode acontecer. Você fica confiante. Você pode até aprender a socar e se esquivar muito bem, mas nunca vai chegar tão longe, porque um cara que não sente, geralmente não ganha.
Você pode entender isso respondendo a seguinte pergunta: você prefere ser uma máquina perfeita, ou um humano que erra? A máquina nunca "erra um soco", mas... e dai? Grande merda. Você acha que o seu pai era um PUA? Você acha que aquele casal feliz que você viu um dia daqueles se conheceu porque o cara era um PUA? É claro que não. Pra falar a verdade, eu prefiro os casais "normais" do que os de "PUA". Os casais de PUA se resumem a contar como foi o processo pra chegar e comer a garota, enquanto o casal normal não sabe nem descrever a química que rola entre os dois. No final do The Game, o Style (a.k.a. Strauss) diz que vai sair do "jogo", porque achou o verdadeiro amor, segundo ele, eterno: a guitarrista da banda The Chelsea. Bem, os dois terminaram um ano depois, e ela começou a sair com o Robbie Williams, e o Strauss voltou a publicar livros e a praticar o jogo. Ele virou um mero jogador, e acima disso, ele ganha rios de dinheiro em cima de pessoas que acham que existe algum milagre para ser amado. A questão aqui é que as pessoas querem ser amadas e criou-se um indústria em cima disso.
Galera, o que se aprende é como manusear ferramentas, como andar de carro, fazer contas de matemática ou usar o computador. São ferramentas mais práticas pra fazer do seu dia-a-dia algo mais prático. Não se ensina a amar as pessoas, nem como ser amado. Nosso mente foi desenvolvida com todos os sentimentos que a gente tem justamente porque talvez seja CERTO ser rejeitado, ficar triste porque a garota dos seus sonhos te disse um não, porque todo o seu plano pra pegar aquela garota deu errado, ou "ser controlado" pela mulher. Talvez seja certo sofrer um pouco. Talvez seja certo parecer um idiota, mas ser feliz mesmo assim, talvez algum dia você ache alguém que goste disso. Caso contrário, elas vão se apaixonar pela sua projeção, não por você. Todo mundo tem seus fetiches e sua lista de 100 garotas que precisa comer antes de morrer, mas não acho que esse mundo seja o caminho certo.
Eu sei que ficou meio longo, mas seria extremamente gratificante ter o feedback de vocês. Me xinguem, falem mal, gritem, mas deixem ai um comentário, porque eu preciso muito ouvir opiniões de outras pessoas, não custa nem 30 segundos do seu tempo e me deixaria MUITO mais tranquilo e satisfeito.
Diferente do que parece pelo simples fato de estarmos no Brasil, o mundo PUA é um mundo desgastado, antigo e exposto. Ninguém conhece o livro do Strauss "The Game". O livro não está na prateleira de nenhuma livraria. Ninguém fala desse livro. Quer dizer, no Brasil.
O livro "The Game" foi escrito em 2005 (sim, quase sete anos atrás) pelo então colunista do NYT, Neil Strauss. O que muita gente não sabe quando vem ao fórum ou começa a ler o livro, é que ele foi o #1 best-seller do New York Times por um mês inteiro (de Setembro a Outubro de 2005), atingiu #1 nas vendas do site americano Amazon (especializado em venda de livros e DVDs) e o próprio Strauss fez diversas entrevistas em grandes companhias de comunicação norte-americanas como a ABC.
Quebrando em miúdos: absolutamente todo mundo sabe quem é Neil Strauss e The Game (nos EUA). Eu percebi isso lendo um site de fofocas americano muito movimentado (um dos principais portais dos EUA), em um artigo que falava do Neil Strauss e tanto o autor do artigo como as 200 pessoas que comentaram, muitas delas mulheres, simplesmente repugnavam o Strauss.
Na verdade, o que ma chamou muita atenção foram as atitudes das mulheres: primeiro, que a grande maioria já tinha lido o The Game, e segundo que a grande maioria delas odiava a ideia de ter um livro desse tipo. E eu, agora, concordo com elas. O mundo PUA é uma mundo mecânico com técnicas de tentativa-e-erro. Neg, sarge, S-and-R, DHV são termos comuns pra você se você já leu qualquer coisinha no mundo PUA. Agora pensem: algo simples, como andar pela rua e interagir com as pessoas na rua são processos detalhadamente explicados "misteriosamente" pela psicologia.
Digo "misteriosamente" não porque não funciona, mas porque já li tanto o "The Game" como o "Rules of the Game", como "Mystery Method: How to get beautiful women to bed" e outros 300 métodos diferente de sedução, e eu percebi que a maioria deles apela pra psicologia (os livros de PNL abusam disso), o que garante ao leitor que o método seja incostável, como quem diz "as mulheres fazem isso sem pensar, é da natureza delas sobreviver e replicar".
O grande problema disso, apesar de em parte ser verdade e até mesmo interessante, é que o processo todo de conhecer uma garota legal, que você curta, ame e case eventualmente, se transforma em uma porra de equação matemática. O próprio Strauss comenta isso em determinado ponto do "The Game": "chegou um ponto em que as garotas me contavam seus sonhos, e eu apenas encarava como mais uma fase do processo de sedução".
<LEIA A PARTIR DAQUI>
E O PIOR DE TUDO É QUE O MÉTODO FUNCIONA. Mas oras, é claro que funciona. Você leu mais de 1000 páginas pra aprender a como reagir a cada tipo específico de situação. Ela deu um soco; você esquiva. Ela abaixou a guarda; você soca. Você cria confidência porque você já sabe tudo que pode acontecer. Você fica confiante. Você pode até aprender a socar e se esquivar muito bem, mas nunca vai chegar tão longe, porque um cara que não sente, geralmente não ganha.
Você pode entender isso respondendo a seguinte pergunta: você prefere ser uma máquina perfeita, ou um humano que erra? A máquina nunca "erra um soco", mas... e dai? Grande merda. Você acha que o seu pai era um PUA? Você acha que aquele casal feliz que você viu um dia daqueles se conheceu porque o cara era um PUA? É claro que não. Pra falar a verdade, eu prefiro os casais "normais" do que os de "PUA". Os casais de PUA se resumem a contar como foi o processo pra chegar e comer a garota, enquanto o casal normal não sabe nem descrever a química que rola entre os dois. No final do The Game, o Style (a.k.a. Strauss) diz que vai sair do "jogo", porque achou o verdadeiro amor, segundo ele, eterno: a guitarrista da banda The Chelsea. Bem, os dois terminaram um ano depois, e ela começou a sair com o Robbie Williams, e o Strauss voltou a publicar livros e a praticar o jogo. Ele virou um mero jogador, e acima disso, ele ganha rios de dinheiro em cima de pessoas que acham que existe algum milagre para ser amado. A questão aqui é que as pessoas querem ser amadas e criou-se um indústria em cima disso.
Galera, o que se aprende é como manusear ferramentas, como andar de carro, fazer contas de matemática ou usar o computador. São ferramentas mais práticas pra fazer do seu dia-a-dia algo mais prático. Não se ensina a amar as pessoas, nem como ser amado. Nosso mente foi desenvolvida com todos os sentimentos que a gente tem justamente porque talvez seja CERTO ser rejeitado, ficar triste porque a garota dos seus sonhos te disse um não, porque todo o seu plano pra pegar aquela garota deu errado, ou "ser controlado" pela mulher. Talvez seja certo sofrer um pouco. Talvez seja certo parecer um idiota, mas ser feliz mesmo assim, talvez algum dia você ache alguém que goste disso. Caso contrário, elas vão se apaixonar pela sua projeção, não por você. Todo mundo tem seus fetiches e sua lista de 100 garotas que precisa comer antes de morrer, mas não acho que esse mundo seja o caminho certo.
Eu sei que ficou meio longo, mas seria extremamente gratificante ter o feedback de vocês. Me xinguem, falem mal, gritem, mas deixem ai um comentário, porque eu preciso muito ouvir opiniões de outras pessoas, não custa nem 30 segundos do seu tempo e me deixaria MUITO mais tranquilo e satisfeito.
Editado pela última vez por nougat em 23 Fev 2012, 05:00, num total de 1 vezes