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piruca
#578515 Prezados!

Primeiramente, esse é meu primeiro artigo mais elaborado que escrevo para vocês. Esse trabalho é original e baseado em experiências e observações pessoais minhas e de amigos, admito que nunca li um livro PUA e tenho certeza que outros autores já falaram a respeito mas quero dar o meu ponto de vista.
Eu colocarei exemplos dentro de quotes para delimitar melhor e permitir uma leitura mais dinâmica já que esse texto vai ser um pouco longo.

O que é Social ProofSocial proof é um termo famoso na comunidade PUA que teve sua origem no ramo de vendas e marketing. Originalmente ele descreve um comportamento inconsciente humano de se adaptar a ambientes observando como as outras pessoas agem.
No mundo PUA significa a personalidade que emana de ti e como as pessoas te percebem de acordo com suas ações.


O título mais correto para esse artigo não é Construindo Social Proof já que isso é um fenômeno social antropológico que não depende de ti, o que eu quero passar pra vocês é como ser uma pessoa social e bem "conectada". Eu sei que isso está intimamente relacionado ao Style Life e provavelmente repetirei coisas que vocês já leram em outros lugares mas espero dar outro ponto de vista e exemplos.


Qual o resultado esperado?

Eu pretendo ensinar vocês a demonstrar um alto valor percebido (perceived value) em todos lugares que vocês frequentam. Quero que te vejam como o cara que conhece todo mundo, que fura fila na balada, que recebe a cerveja mais gelada do bar e quem o garçom atende primeiro.
Isso lança naturalmente vários DHVs (Demonstration of Higher Value, Demonstração de Valor Superior) ao teu redor e ajuda muito a conquistar HBs.

No terceiro ano do ensino médio eu estava namorando uma guria e ela vinha frequentemente aqui em casa. Apenas uma linha de ônibus conecta minha antiga escola à minha casa e eu conhecia grande parte dos cobradores (trocadores) e motoristas. Um dia ela chegou aqui em casa e fez o seguinte comentário.
Amanda*- Como é legal o cobrador dessa linha, ele sempre me cumprimenta sorrindo e gira a roleta pra mim.
Piruca - Qual, o Rogério*? (descrevi o cara fisicamente pra ela)
Piruca - Então, ele é meu amigo e sabe que tu é minha namorada, por isso ele tu tem tratamento especial.

Alguns dias depois ela me disse que observara outras pessoas e viu que ela realmente tinha um tratamento mais especial.

*Observação: os nomes das pessoas foram trocados para manter a privacidade.

Como vocês devem ter percebido isso é um DHV muito forte, isso faz a menina querer estar relacionada socialmente contigo porque isso traz benefícios pra ela. Com o tempo as HBs irão observar você se relacionando com outras pessoas e se sentirão atraídas naturalmente pela tua pessoa e tua influência no meio social.

Como fazer isso?

Fale com pessoas. Converse com todo mundo que você interagir no dia. Fale bom dia, obrigado, tudo bem, etc; ao porteiro, ao motorista, à atendente do McDonalds e à todas outras pessoas que você interagir mesmo que minimamente no dia. Se é uma pessoa que você vê frequentemente (como o porteiro do teu prédio) você vai acabar tendo uma conversa mais longa que a pessoa qualquer dia ao natural.
Seja enfático na hora de dar bom dia, de agradecer o troco, de pedir informação. Fale claro e olhando nos olhos das pessoas.

Pode parecer estranho o que eu vou falar agora, mas muita gente não vê as pessoas que estão trabalhando como pessoas de verdade, iguais a você e eu. Tem gente que trata a atendente da biblioteca como se ela fosse um robô.
A balconista do hotel tem amigos, família, emoções, histórias pra contar, ela sente medo, ansiedade, tem problemas amorosos e tudo mais. Resumindo, essa pessoa tem uma vida tão complexa quanto a tua.

Muitos devem estar pensando "é claro que eu sei disso, esse Piruca é um babaca". Tu sabe disso de fato, mas aposto que nunca parou pra pensar na vida de estranhos e isso transparece quando tu se relaciona com as pessoas.

Faça um exercício agora.

Feche os olhos e pense na atendente da lanchonete que tu foi esses dias. Imagine ela saindo do trabalho, pegando o ônibus e indo pra casa encontrar o marido. Imagine a casa dela, o que tem na pia da cozinha, os quadros que estão pendurados na parede. Tudo isso é parte da personalidade dessa pessoa. Imagine o marido dela, as roupas que ele está vestindo, a cor da colcha na cama.
Monte toda vida dessa pessoa na sua imaginação, pense nela tomando uma cerveja com os amigos, nessa pessoa lavando a louça, interagindo com outras pessoas.
Ok, está com uma imagem bem clara desse desconhecido na mente? Todo o lar, as relações familiares e sociais no máximo detalhe.
Agora pense no vizinho dela, ali existe um lar tão complexo quanto o dela ou o seu. Agora pense na vizinhança, todas as casas tem esse grau de detalhe.

Todas as pessoas tem uma vida tão complexa quanto a tua. Do mendigo que dorme embaixo da ponte ao presidente dos EUA.

No momento que tu perceber esses fatos todos e ver o quanto do mundo tu não conhece e ignora, tua maneira de falar com as pessoas muda.
Esteja genuinamente interessado quando a garçonete te contar que o filho dela quebrou a perna, quando ver ela de novo pergunte como ele está. Isso faz toda diferença no mundo.


Usando isso para gerar interesse

Hoje pela manhã eu tive aula em um prédio da universidade que eu não conhecia e não sabia onde ficava a sala. Eu tive o seguinte diálogo com a senhora que trabalha na portaria.

Piruca - Com licença, eu tenho uma aula aqui mas não sei qual a sala.
Porteira - Qual o professor?
Piruca - É a disciplina tal... Não lembro o nome do professor. hehe
Porteira - Ah sim, é a sala do professor fulano. No fim do corredor à esquerda.
Piruca - Muito obrigado! Até mais.
Porteira - Disponha.

Um diálogo muito simples que qualquer pessoa já teve várias vezes na vida.

Quando terminou a aula eu estava saindo com meus colegas (não conheço ninguém na sala) e duas HBs estavam caminhando na minha frente. Quando eu passei pela portaria eu falei pra porteira "Tenha um bom dia!" e ela respondeu da mesma maneira.
Imediatamente as duas HBs olharam pra mim e eu abri o set imediatamente. Conversei com elas por menos de 2 minutos. Não estendi a conversa ou desenvolvi o set porque sei que verei elas toda semana, mas nas próximas aulas tenho intimidade pra chegar e conversar com elas, sentar junto, etc.


Uma interação com a porteira totalmente corriqueira em que meu modo de agir gerou curiosidade nas HBs que presenciaram. As pessoas não estão acostumadas a ver educação, quase ninguém cumprimenta o motorista do ônibus por exemplo. Elas devem ter pensado "Porque ele desejou um bom dia à porteira? Será que eles se conhecem?". Esse pedacinho minúsculo de interesse faz toda diferença na hora de abrir o set.
É necessário abrir rápido porque em menos de 5 segundos ela vai esquecer do que aconteceu. É um pensamento muito passageiro na cabeça dela. Use esse micro sentimento de interesse em sua vantagem.

Usei esse exemplo pra mostrar que o menor interesse, a mínima curiosidade que passa rapidinho na cabeça da HB deixa ela receptiva ao teu approach e essa é na minha opinião o jeito mais natural possível de gerar curiosidade e ao mesmo tempo dar uma DHV.


Benefícios pessoais e DHVs

Já dei o exemplo da minha ex-namorada no ônibus onde uma gentileza do cobrador ficou associada a mim, como eu comentei isso é uma DHV bastante forte e inusitada. Mas mudar o jeito de falar com as pessoas traz benefícios bem maiores.
Eu cumprimento todos os porteiros do prédio da faculdade (nos prédios que eu frequento mais) pelo nome. Eu já conversei com eles mais de uma vez quando estava pelo prédio, conversei sobre o tempo, sobre a crise economica de 2008 e os assuntos mais aleatórios possíveis.
Todos me conhecem pelo nome, eu tomo um cafézinho antes da aula com eles as vezes. Eles me consideram um amigo e não um aluno que passa todos os dias na portaria sem olhar na cara de quem tá trabalhando ali.
Isso é igual com a bibliotecária, com a senhora que faz a limpeza dos banheiros, o senhor do xerox e todas pessoas que interajo no dia a dia. Quantos de vocês sabem o nome do faxineiro do prédio onde estuda? Alguns. Quantos sabem o nome da bibliotecária do prédio vizinho? Quase ninguém. Eu vi ela duas ou três vezes na vida e eu sei o nome dela, ela provavelmente não lembra do meu, mas vai lembrar de mim quando eu for lá e estará mais disposta a resolver qualquer problema que eu tiver.

Eu estava conversando com uma HB9 da faculdade uma vez e ela disse que precisava ir na biblioteca de um outro curso do outro lado do campus porque ela tinha esquecido completamente de devolver um livro e agora devia uma fortuna em multas na biblioteca (era coisa de 150 reais). Eu disse que iria com ela.
Chegando lá a responsável era uma senhora que eu tinha visto algumas vezes trabalhando no campus e eu tinha cumprimentado ela, comentado sobre o tempo, sei lá.
Eu conversei com ela, expus o problema e pedi pra ela uma solução alternativa, a HB se desculpou, contou o lado dela e tal.

Sabem quanto a HB pagou em multa? Zero. A responsável simplesmente registrou a devolução do livro e apagou o débito.


Dei KC na HB9 no mesmo dia e FC alguns dias depois.

Não estou dizendo que essa DHV que fez com que ela dormisse comigo, mas concerteza ajudou.
Mulheres são geneticamente programadas pra querer um homem capaz de cuidar dela. Alguém que capaz de resolver problemas.

Atenção

Não estou dizendo pra você sair resolvendo problemas dos outros, tu vira um otário se fizer isso. Faça isso só se a oportunidade se apresentar e mesmo assim não faça sempre. O importante é demonstrar poder resolver problemas e não resolve-los de fato. A HB do exemplo não ficou interessada em mim porque resolvi o problema da biblioteca mas sim por eu poder resolve-lo. Demonstre a sua capacidade, não execute necessariamente.
No exemplo anterior eu achei que era apropriado ajudá-la, mas geralmente não é esse o caso.

Vou dar outro exemplo pra ficar claro:

Fila de uma balada, o porteiro é meu amigo e eu posso entrar sem pegar fila.
Eu entrei na fila porque tinham 3 HBs no fim, abri o set com aquela conversinha de fila de balada, existem milhares de rotinas a respeito disso.
Conversei com elas por poucos minutos e falei:
"Foi um prazer conversar com vocês, vou entrar, nos vemos lá dentro."
Saí da fila, cumprimentei o porteiro e entrei.


O que passou na cabeça delas:
- Quem é esse cara?
- Porque ele furou a fila?
- Porque ele tava conversando com a gente?
- Porque ele não nos levou junto?

Reparem que convidá-las pra entrar contigo é ruim por diversos fatores. Primeiro, que é uma DLV (Demonstration of Lower Value, DVI, Demonstração de Valor Inferior) gigante. Elas simplesmente vão te usar pra furar a fila e depois pegar outros caras lá dentro.
Segundo, força a barra com o porteiro, uma coisa é uma pessoa entrar sem pegar fila, quatro pessoas é um favor bem maior. E ele vê que tu tá usando a amizade dele pra impressionar as HBs o que é ruim.
Gerei interesse e DHV com as HBs através de um contato social.

Moral da história
Mostrar que pode e não fazer = DHV
Mostrar que pode e fazer = DLV terrível

Muita atenção com isso, cada situação é diferente mas 90% das vezes é melhor não fazer.


Conclusão

Seja social, converse com pessoas, especialmente as que estão trabalhando com o público. Entenda a complexidade delas e isso vai mudar o jeito de falar com elas. Isso faz com que as pessoas queiram conversar contigo.
Quem te conhece te trata melhor do que o resto, te ajuda, te faz favores.
Importante entender a contrapartida também. Esses seus conhecidos vão te pedir favores também e eu faço o possível pra ajuda-los sempre.
Não seja um escroto abusando das pessoas. Isso vai causar o efeito contrário do desejado.
Preste atenção no que as pessoas falam, demonstre interesse em ouvi-las. Se o jardineiro do vizinho comentou que tá com a unha encravada dê alguma dica, comente que teve algo parecido, se relacione. E pergunte como está o pé dele se vê-lo novamente, isso faz toda diferença mesmo.

Conversar com pessoas aleatórias praticamente elimina o AA. É natural pra ti, coisa que tu faz todos os dias. Tu não fica ansioso antes de escovar os dentes né? Mesmo princípio.

Isso é comportamento Alpha, isso é mandar no ambiente. Quando tu entra todo mundo te olha, tu ganha respeito e um valor social imenso.

Sem contar todas outras vantagens, já andei muito de ônibus sem pagar, a dose de whisky no bar é praticamente o dobro do normal, a minha cerveja é mais gelada que a tua e chega mais rápido. Com quem tu acha que as HBs vão querer sentar?
E mais as histórias né. Tem uma guria que sempre que me encontra na rua conta pra todo mundo a história de quando eu dei uma aula de matemática pro faxineiro do prédio dela.

Eu talvez tenha uma desinibição maior, mas isso está ao alcance de qualquer um. Provavelmente tu já fala com as pessoas usando as mesmas palavras que eu mas não cria a mesma empatia. Olhe no olho. Faça o exercício de antes, imagine todos os detalhes possívels, se esforce pra entender que as pessoas são complexas e tu vais ver a diferença.

Converse, se relacione, seja um amigo de todos.





Obrigado por ler! Espero ter ajudado.
O feedback de vocês é muito importante pro autor, feedem ao máximo e cliquem agradecer se gostaram.
KarnaK
#579196 Piruca....

Parabéns cara, você está de parabéns mesmo!
Curti demais.

Mulheres querem homens protetores e indiferentes. Protetor é a capacidade de proteger, e você me tirou uma dúvida de como ser um cara protetor e ao mesmo tempo influente.

Obrigado, tem minha gratidão.
KarnaK
#579199
piruca escreveu:Moral da história
Mostrar que pode e não fazer = DHV
Mostrar que pode e fazer = DLV terrível


É vero!
Ao ver este artigo é fácil perceber como você consegue fazer o apocalypse aproach sem se sentir intimidado.
Avatar pua
reinaldo correa
#579208 parabens, muito bom seu artigo.
me fez entender melhor o social proof.
muito obrigado por postar ta como favorito aqui.
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DM9
#579212 Está escrevendo bem, gostei do artigo será de grande ajuda para novatos
e até para aqueles que já tem experiência mas tem dificuldade.
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Castor
#579226 Não me sinto bem em ser muito gentil. Mas é a melhor forma de ganhar social proof, para ganhar social proof eu abro grupo com "pessoas chaves" e essa pessoa me apresenta "Ao acaso" as pessoas do circulo social dela.
piruca
#579245 Valeu Galera!

Continuem feedando!



KarnaK escreveu:É vero!
Ao ver este artigo é fácil perceber como você consegue fazer o apocalypse aproach sem se sentir intimidado.



Eu estou pensando em escrever um artigo sobre o apocalypse approach mas ainda falta pesquisa de campo.
jrsantoro
#579253
Fila de uma balada, o porteiro é meu amigo e eu posso entrar sem pegar fila.
Eu entrei na fila porque tinham 3 HBs no fim, abri o set com aquela conversinha de fila de balada, existem milhares de rotinas a respeito disso.
Conversei com elas por poucos minutos e falei:
"Foi um prazer conversar com vocês, vou entrar, nos vemos lá dentro."
Saí da fila, cumprimentei o porteiro e entrei.


Vou expressar minha opinião.

Para mim isso é demonstração de baixo valor, furar a fila (respeito). Mas na nossa brasilidade isso é legal.
Eu usaria isso a meu favor. Faria a pessoa oferecer para furar fila e dizer que preferia ficar na fila (respeito). Usaria a fila para criar social proof, conhecendo novas pessoas.

É o que eu sempre digo. Eu não tenho uma Ferrari, mas quem anda no meu celta se diverte mais que na Ferrari.
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lucasm
#579257 Muito bom artigo cara.

Social proof é isso aí mesmo. Se a gente reparar, tem pessoas que tem o SP alto naturalmente, e quando vamos ver, é isso aí que você falou que elas fazem. É bom porque já é algo meio natural em mim também.

Grande abraço!
piruca
#579258
jrsantoro escreveu:
Fila de uma balada, o porteiro é meu amigo e eu posso entrar sem pegar fila.
Eu entrei na fila porque tinham 3 HBs no fim, abri o set com aquela conversinha de fila de balada, existem milhares de rotinas a respeito disso.
Conversei com elas por poucos minutos e falei:
"Foi um prazer conversar com vocês, vou entrar, nos vemos lá dentro."
Saí da fila, cumprimentei o porteiro e entrei.


Vou expressar minha opinião.

Para mim isso é demonstração de baixo valor, furar a fila (respeito). Mas na nossa brasilidade isso é legal.
Eu usaria isso a meu favor. Faria a pessoa oferecer para furar fila e dizer que preferia ficar na fila (respeito). Usaria a fila para criar social proof, conhecendo novas pessoas.

É o que eu sempre digo. Eu não tenho uma Ferrari, mas quem anda no meu celta se diverte mais que na Ferrari.


Cara, no Brasil o jeitinho brasileiro é DVS 90% das vezes na minha opinião.