- 30 Abr 2012, 14:55
#598071
Sr. Fractal, um pequeno textinho BEM ESCLARECIDO pra voce dar uma lida:
Um abraço
Ignorar completamente a existência, as idéias, os tons de voz, as caras e bocas, os apelos emocionais de todos os tipos e todos os argumentos de
um interlocutor sofista, fixando-nos concentradamente em nossas próprias idéias, expondo-as e desenvolvendo-as até o fim, sem permitir desvios
para nenhum lado, é a melhor maneira de destruir as artimanhas de sofistas, charlatães e demais debatedores estúpidos. Um grande erro que às
vezes cometemos é atribuir importância a todo o lixo que eles dizem, correr atrás dos mal-entendidos, tentar desfazer equívocos ou considerar tais
pessoas como racionais ou sinceras.
A dialética dos D.E.s é a dialética do caos e por isso conferir qualquer impostância ao que dizem é cair em suas artimanhas e patranhas.
Atingir a emoção do interlocutor é uma forma de compensar a incapacidade de desmontar suas análises. A maioria das pessoas se especializam
nisso e entendem que uma discussão será "vencida" por aquele que atingir mais violentamente a emoção do outro. Tais pessoas querem "vencer"
a discussão e não esclarecer problemas. Estão determinadas de antemão a não permitirem que o interlocutor esclareça nada porque o que lhes
interessa não é a verdade mas sim a imposição de idéias com as quais simpatizam. Há, por assim dizer, uma barreira de aço e toda tentativa de
atravessá-la é inútil, uma vez que a vontade foi concentrada em uma direção ditada pela emoção: a da inverdade. Tudo o que ameace sua querida
teoria deve ser sufocado, sendo este o motivo pelo qual reagem mais intensamente quando percebem que estão perdendo terreno. Tais pessoas
adotam metas subjetivas: defender teorias que gostam ou destruir teorias das quais não gostam. Não há, portanto, uma dialética verdadeira, mas
sim uma pseudo dialética sem oscilação constante entre tese e antítese. É isso o que os D.E.s costumam chamar de dialética do caos, que de
dialética não tem nada mas de caos tem tudo. E o caos serve para confundir. Portantom, eles detestam a clareza e almejam a confusão, na qual
se sentem ambientados. São adeptos da ignorância, da confusão e, portanto, da mentira. Por isso Sócrates os combatia.
Tenho visto que a maioria dos debatedores pertencem a esta categoria, o que nos permite considerá-los uma praga bem arraigada desde os
primórdios da civilização. Muito raros são aqueles que buscam a verdade de forma sincera e não lançam mão de suberfúgios desonestos para
proteger idéias que tanto lhe são queridas.
É lícito ignorar todo lixo que dizem porque eles não estão nem um pouco interessados em nossos argumentos. Por que deveríamos nós, então,
dar-lhes importância. Eu jamais os leio e nem perco e meu tempo tentando provar que estão errados, simplesmente exponho minhas conclusões e
pronto.
Esses charlatães podem apresentar distintos graus de desenvoltura intelectual, mas sempre possuem em comum a tentativa de nos atingir
emocionalmente e o desejo compulsivo de vencer as discussões que travam. Nenhum diálogo sincero é possível com esse tipo de gente.
Eles são tão hábeis em atingir a emoção porque é somente nisso que pensam todo o tempo. São pessoas que cultivam as emoções negativas e
estão a todo momento prestando atenção no que é que pode ferir os outros. Sofisticam essa modalidade negativa de inteligência e, em uma
discussão, encontram rapidamente as palavras que irão desconcertar o outro. Mas quando se deparam com alguém que trabalha seriamente na
morte das emoções inferiores, ficam perdidos. Perguntam-se: "Por que ele não ficou irritado com o que eu disse? Por que ele não esqueceu as
idéias que veio trazer? Por que ele não se abala com o que eu digo?" Então, começam a ser devorados vivos pelas próprias emoções negativas
que queriam provocar nos outros. Se a coisa avança muito, eles podem surtar em fúria ou choro, e até podem atentar contra a nossa vida.
Um abraço