- 28 Set 2012, 17:00
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Lucasmpx escreveu:Percebi sim, cara. Bom, eu acho que fica mais interessante assim. Acho que em termos de escrita, escrever frases mais curtas torna o texto mais atraente, com as idéias sendo lançadas de forma mais clara, enfim.
Tenho uma dúvida, como assim 'sobressaltar' a pessoa para levar ao transe?
Bom, já meio que brinquei bastante de fazer as pessoas imaginarem. Então, ao ler o que voce escreveu sobre palavras de transe, percebi que usava bastante as 'palavras de transição', por exemplo:
Imagina que você está numa praia, a noite. Você pode perceber que está aquele clima friozinho, além de sentir o fresco do vento no seu rosto balançando seus cabelos, enquanto você vai se sentindo cada vez mais relaxada e sentindo aquela sensação gostosa de liberdade.
Acho que nesse exemplo, a ligação entre a praia com relaxamento e liberdade foi feita de maneira suavizada pelo uso da palavra 'enquanto', após ter feito alguns truísmos. De acordo com a PNL, todas essas sensações são inconscientemente relacionadas com quem as estão aflorando, certo? (Está certo eu dizer isso ou falei bobeira?)
É exatamente isso cara. Perceba bem, Ela está numa praia, e você está falando sobre coisas que estão acontecendo. O Friozinho, o vento balançando os seus cabelos, e então você usa uma transição para relacionar estas coisas que estão acontecendo a possibilidade dela se sentir mais relaxada. Ou seja, o uso da transição dá a impressão de que as coisas estão relacionadas, como se uma causasse a outra.
Não a relação nenhuma em o vento balançar seus cabelos e o fato de você se sentir mais relaxado, mas ao usar a palavra de transição entre estas duas sentenças, você liga algo que está acontecendo (O vento balançando os cabelos da garota) a algo que você deseja que aconteça, (Ela se sentir mais relaxada). E isso exerce um papel de causa e efeito.
Por exemplo, se eu disser: "Enquanto eu falo, você pode ouvir o som da minha voz e o barulho dos carros lá fora. . . Você pode sentir o ponto onde os teus pés tocam o chão. . . E quando você olha nos meus olhos, pode notar a maneira especial como eu a olho de volta . . . enquanto isso te relaxa e te satisfaz por dentro." Eu falei sobre coisas que estavam acontecendo. O som da minha voz, o barulho dos carros lá fora, a sensação de contato dos pés dela tocando o chão e a maneira como nós nos olhavamos e depois relacionei isso a algo que eu queria que ela sentisse. Relaxada e satisfeita.
Como todas as afirmações anteriores estavam realmente acontecendo, ela simplesmente as validam como verdade. Depois de algum tempo validando afirmações verdadeiras, ela simplesmente entra num modo automático e acaba aceitando tudo o que vem em seguinte como uma verdade também. E foi isso que eu fiz ao dizer que ela se sentia relaxada e satisfeita. Além disso a transição utilizada passa a mensagem de que as coisas que aconteciam estavam relacionadas ao fato dela se relaxar, o que fortalece ainda mais o efeito da técnica.
Sobre sobressaltar a pessoa cara, é uma técnica de hipnose clássica, mas que também costuma ser utilizada na hipnose ericksoniana. O objetivo é confundir a mente consciente da pessoa ao nível suficiente de sobrecarrega-la. Dai por diante a mente inconsciente entra em ação para suprir a incapacidade da mente consciente de lidar com determinados fluxos de informações. E como sabemos, a mente inconsciente é mais suscetível a sugestões hipnóticos do que a mente consciente.
Sobre o assunto desse artigo. Acho que foi por isso que meu namoro nao deu certo. Nao sei, mas eu passei a ter certeza de que eu teria que ter certas qualidades (ou talvez características) que minha ex gostava, mas eram qualidades que eu tinha que literalmente criar em mim. Portanto, cara, eu me sentia como se tivesse que deixar de ser eu mesmo, em vez de otimizar a relação 'qualidade vs defeito' ja existente em mim.
Vale ressaltar que eram qualidades que eu mesmo nao apreciava, logo o namoro foi por agua abaixo mesmo, saca?
Abraço
Pois é cara, tentar sermos o que não apreciamos pode gerar incongruência e insatisfação. Dai não vai dar certo mesmo. Por isso o ideal é desenvolvermos as qualidades que admiramos, e não as que os outros acham que são as melhores para nós.
Abraços!