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Felipe_BR

Aprendiz

#778013 Pessoal, boa tarde.
Como iniciante na arte do PUA pude aprender algumas coisas: Não se pode matar a sede (de conhecimento), bebendo água diretamente dos pingos de chuva (informação). Isso deixa a mente do iniciante pua muito inquieta. As vezes não temos o cuidado de usar rotinas no contexto certo, e acabamos parecendo retardados ou simplesmente pessoas que falam demais na hora errada. Ok, Mas o que isso tem a ver com o artigo abaixo traduzido da revista Askmen? Para as técnicas, rotinas e o comportamento PUA dar certo devemos aquietar a mente, só assim estaremos prontos para situações inesperadas.


Vale a pena ler:

Nem toda situação estressante é igual. Não existe um modelo de reação o qual você pode simplesmente memorizar e adotar quando as coisas não estão dando certo. A maioria dos momentos importantes da vida tem o formato da curva que uma bola faz para encontrar o seu caminho. Claro, você pode ficar até as 2 horas da manhã formulando a resposta perfeita para “quais são os seus pontos fracos?”, mas como você se prepararia para “um tigre contra um urso: você tem três minutos”?

Da mesma forma, embora você possa se preparar para algo como “comprar flores para ela”, a probabilidade de antecipação para algo como “ela está chorando e, ao mesmo tempo, se desculpando por chorar pois sua falecida mãe adorava orquídeas”, é quase zero. Porque a habilidade de lidar com o inesperado requer mais do que mera análise. Muitos homens insistiriam em dizer que isso é inato, que isso é algo com que você nasce, que eles possuem e você não e não há nada que você possa fazer para mudar isso. Mas não é verdade.

No seu ensaio relativamente famoso sobre a tenista Tracy Austin, chamado “Como Tracy Quebrou Meu Coração”, o escritor David Foster Wallace devota um pequeno espaço para falar sobre a techne da tenista, ou “o momento em que a maestria da Tracy facilitava a comunicação com os Deuses.” O uso do termo techne (raíz de “tecnologia”) foi um modo de encapsular 1000 cálculos por minuto, milhões de comportamentos aprendidos, o quase infinito número de erros revertidos que fizeram parte daquele segundo em que Tracy Austin rebateu a bola de tênis. Sua teoria é que, a aparente perfeição de uma habilidade inata é, na verdade, resultado de um trabalho intenso — e que tamanhos feitos são possíveis.

Improvisar não é fácil, nem surgir rapidamente com a solução certa para uma estranha e assustadora situação. Requer um tipo de foco que é uma espécie de arte esquecida — uma habilidade misteriosa dos leões da savana capaz de eliminar todos detalhes externos. Muitas artes-marciais, por exemplo, requerem esse tipo de foco (enfatizam muito mais do que os “golpes” em si), já os games de luta não. Ler “A Origem das Espécies”, por exemplo, requer, mas ler um tweet da Miley Cyrus não.

A ligação entre estar focado e surgir com a reação perfeita para um momento que você é forçado a pensar sobre seu pé, pode parecer um pouco abstrato, mas pense comigo — se você não esvaziar sua mente dos detalhes externos, então provavelmente você não conseguirá se concentrar no agora. Por isso, nossas recomendações de como se tornar ágil, como lidar com situações inesperadas e imediatas, tem tudo a ver com a habilidade de manter a calma no inferno. Nós não vivemos em uma época que prepara a nossa mente muito bem; nossa cultura atual é maníaca, à la Tourette. Ela recompensa a habilidade do entretenimento múltiplo, das noções contraditórias — e isso não é bom se seu objetivo é agilidade mental. A habilidade de reagir rapidamente é um produto da mente quieta, e nós vivemos numa Shinjuku global.

Esta, aparentemente, difundida incapacidade cultural de se focar e treinar a mente, tem resultado em uma grande quantidade de diagnósticos (TDA, TDAH, DA) e uma grande quantidade de medicamentos neurológicos (Zoloft, Ritalin, Adderall), mas nós podemos imaginar quão gentil será a história ao olhar para o (que nós hoje chamamos de) progresso. Ceticismo à parte, e para evitar ser processado por médicos, vamos pular a parte sobre medicamentos e nos concentrar em alguns dos mais antigos métodos para acalmar a mente e melhorar o foco.

1. Ficar sentado sem fazer nada

Enquanto a ideia de meditar, e outras técnicas de relaxamento, nos leva a imaginar caras com calças folgadas e rabo-de-cavalo semi-calvos, é um grande desafio para testar nossa habilidade de acalmar o nosso tagarela eu interior. Mas tente. Você não precisa acender um incenso, comprar óleos, decorar mantras ou mesmo sentar com as pernas entrelaçadas. Você só precisa ficar quieto, num lugar confortável e começar a fazer absolutamente nada.

Se você for como nós [homens], ao final da sua primeira tentativa você verá o quão lotada, falante, barulhenta e colorida é a típica mente de 2013. Da vaga lembrança do seu pai lhe ensinando a pintar uma parede ao vídeo do gato que cai da sacada no YouTube, a sua mente irá vir com alguma coisa e todas as coisas para romper o silêncio. Então, você ficará entediado. Então, pensará em todos os motivos pelos quais isto é estúpido e não precisa disso porque está ótimo. Então, se você persistir, chegará em algum lugar.

2. Criando rivalidades intensas e arbitrárias


Você já ouviu falar do “estado de fluxo”? (flow, em inglês.) Fluxo é o termo que o doutor húngaro Mihaly Csikszentmihaly tem usado para chamar o que conhecemos como “foco”, ou o que David Foster Wallace chamou de techne. É caracterizado pela concentração extrema, a união entre “ação e alerta”, a perda da auto-consciência, a sensação de dominar algo, a distorção tempo experimentado com a de uma recompensa intríseca. Fluxo, segundo Dr. Mihaly, é essencialmente um estado mental que leva a expertise. E para um cara normal, é o melhor jeito de ver o esporte.

Quando falamos em esporte, não queremos dizer ter uma camisa de futebol, assistir o jogo no bar com os amigos ou uma partida de basquete na garagem. Estamos falando em acordar cedo, manter um diário de treino e sair para praticar mesmo chovendo. Queremos dizer escolher um esporte e tentar ser realmente bom nele.

Não importa qual esporte você pratique; praticamente qualquer um (desde que não seja Super Mario Galaxy) irá exigir algum tipo de esforço coordenado e precisão instantaneamente calculada — o que caracteriza o fluxo psicológico. Você pode chegar na quadra de basquete, tirar a sua bike de 10 marchas da garagem ou comprar uma mesa de ping-pong, mas você precisa estar determinado a ser excelente. Você tem que fazer quando estiver chovendo, quando estiver entediado e continuar fazendo mesmo depois de perceber que isso está muito chato. Só então, você vai conseguir agarrar um pedaço da sua própria techne.

3. Entrar em um monte de briga

Claro, você pode dizer que já fez isso isso, e tudo que ganhou foi uma intimação da polícia e aquela parte que você nem conseguiu desferir um soco porque a galera apartou. No entanto, não é isso que queremos dizer. Lembra eu falei que treinar artes-marciais costuma enfatizar o foco e o estado de alerta, mesmo que, aparentemente, atrofie a mente? Há uma razão para isso.

Lembra daquele episódio dos Simpsons em que o Bart se matricula no karatê, apenas para ganhar um balde de água fria do seu professor com aquele papo de auto-confiança? Aí ele troca por um game de karatê, e por último acaba enforcado com a própria cueca em uma tabela de basquete? Sim… velhos tempos. Tem uma lição aí, do tipo irritante (leia-se: importante): a vitória procede o tédio.

A razão pela qual instrutores de artes-marciais enfatizam coisas ridículas (leia-se: úteis) como respiração, equilíbrio e meditação é mais do que física. Essas coisas, por serem entediantes e difíceis, são qualificadores para a parte boa (leia-se: violenta). Se você não consegue oferecer dedicação e foco para refletir sobre suas próprias ações, como pode esperar aprender a lutar? Coloque-se nesta situação: você aprendeu a dominar uma antiga, complicada arte, e agora um cara está pedindo para você ensiná-lo antes dele voltar pro bar e dar o troco em um cara? Não vai rolar, não se você enxergar as coisas dessa forma.

Não é recompensador no início nem mesmo divertido alcançar o “fluxo”, construir sua techne ou focar sua energia mental. É difícil, chato e às vezes doloroso. Mas sabe outra coisa que é dolorosa? Ser pego desprevenido. Recuar e tombar. Gaguejar ao dar respostas que nem mesmo você acredita. É um pena que o melhor treinamento para lidar com a dificuldade e momentos assustadores é você mesmo se colocar diante da dificuldade e momentos assustadores, mas ninguém disse que seria fácil.
NOTA: Este artigo foi publicado no site Ask Men e traduzido para o português pelo blog Pequeno Guru.