- 12 Abr 2013, 09:28
#798039
"Olá. Prazer, eu sou O Gui. Eu estava andando, te vi passar e me senti compelido a vir falar com você."
Exatamente o que aconteceu hoje em relação a vocês. Estava em casa pensando no quanto tenho evoluído meu Game e quantas pessoas eu tenho ajudado. E percebi que ainda posso ajudar mais pessoas, que dá pra ir mais longe, que eu posso fazer alguns criarem uma vontade de crescer e outros me odiarem. O que importa é ato e não o resultado disso.
Eu acho completamente desnecessário a necessidade de uma história cumprida como essa, mas acho que eu preciso escrever ela antes que ela esfrie em minha memória:
Parte I – A Queda
Capítulo I - O início
Conheci o Game no Canadá, onde eu fiz MÁGICA com o que aprendi. Namorei uma Belga linda e líder de um grupo excepcional de garotas, namorei uma alemã com os maiores peitos que já vi e realizei o fetish de transar em um elevador, fiz a garota que me fez entrar pro Game perceber o que ela tinha perdido (o sonho de muitos) e percebi que eu não precisava provar nada a ela, e que eu simplesmente era o suficiente. Foi lindo, mas era hora de voltar. Minha irmã tinha acabado de parir meu primeiro sobrinho e eu já estava a tempo demais longe da minha família.
Voltei para São Paulo. Velhos amigos, velhos rolês, velhos hábitos. Qualquer bebida que seja é muito barata no Brasil comparada ao que eu pagava em Vancouver, então eu resolvi aumentar o que estava acostumado a consumir. Arranjei um emprego em uma agência de publicidade e graças aos meus novos super poderes sociais cresci muito rápido na empresa. Entrei como um estagiário, em 2 semanas e meia fui efetivado com um aumento de salário. 3 semanas depois, mais um aumento e estava nas graças dos sócios da agência.
Ganhando mais do que precisava ganhar, encaminhado profissionalmente, cheio de saúde e ao ver das pessoas, um cara feliz. SÓ QUE NÃO! Eu estava bebendo todos os dias, minhas manhãs eram cheias de ressaca e meus fins de semana eram memórias embaçadas de festas com muito álcool, maconha e eventuais BANG BANGs (Cocaína. Você leu certo. CO - CA - Í - NA). Toda essa aventura começou a me mudar pra algo que eu achava ser legal, mas no fundo eu sabia que algo estava errado. Parei de abordar mulheres onde quer que seja. Tinha vontade, tinha gana mas não tinha confiança mais. Um de meus amigos, meu primeiro aluno, saia muito comigo. Ele sempre me deixava sozinho na balada, saia abordando todo mundo e eu ficava lá, sem saber o que fazer.
Mas o CAOS vem para trazer a ordem...
Capítulo II - Tomando consciência
Era pra ser uma noite normal de Quarta-Feira bebendo pra caralho e azucrinando mulheres. Mas não foi. Eu e um amigo fomos ao BECO 203, na Rua Augusta, para tentarmos ter algum tipo de sorte. Fizemos o de sempre, entramos, bebemos e ele saiu pra caçar, enquanto a mim, fiquei lá, andando de um lado para o outro, sem saber o que fazer, assistindo todo mundo se divertir.
Fiquei bêbado e ai veio um pouco de coragem. Tentei falar com algumas pessoas que me dispensaram. Volto a ficar sem fazer nada, andando de um lado pro outro sozinho na balada. Vejo meu amigo beijando uma garota e resolvo ir fumar. Abordo umas garotas no fumódromo que ao acabarem de fumar gritam: "CARALHO QUE MALUCO CHATO!" enquanto saem de lá. Todo mundo olha pra mim e eu assumo a responsabilidade pelo que elas disseram. Todos começam a rir, eu me divirto um pouco com a galera que curtiu minha atitude em relação a isso, mas ao sair do fumódromo começo a pensar.
Esse pensamento começou pequeno, mas em questão de segundos virou um vórtex, e ali, eu entrei na minha cabeça. Vou ao banheiro, me tranco em uma das cabines abaixo a tampa da privada e sento. Fico ali, sentado, bêbado, pensando. Pensando no que estou fazendo com minha vida, comigo, com aqueles que conheço, com aqueles que tento conhecer. No Canadá eu era um cara amado e odiado, não por ser um perdedor, mas por fazer o que as pessoas não tinham coragem de fazer. Eu já tinha experimentado do sucesso e sabia que era possível mas algo estava me impedindo de voltar a ele.
Depois de 20 minutos sentado no banheiro, bateram na porta achando que eu estava cheirando ou passando mal, e eu sai. Hora de voltar para casa, os ventos estão mudando de direção.
Capítulo III - Rehab
Eis que no dia da comemoração do meu aniversário, após uma festa onde 15 pessoas acabaram com 6 garrafas de Vodka durante uma noite cheia de brigas, desentendimentos e um final de noite bebendo no puteiro, sento em casa e converso com minha irmã. Confesso a ela sobre as drogas, sobre o que estava acontecendo e o que eu estava fazendo, porque por mais que eu parecesse bem, eu estava afundando. Por algum motivo que eu não sei qual, ela pareceu ter ficado surda a toda a conversa, menos a parte da cocaína, e me deu um aviso, mas um ultimato:
"Guilherme, é melhor você parar com essa merda. Se você não parar, eu não me importo se você está ou não viciado, mas se você não parar eu vou contar para sua mãe, e eles vão te internar".
Essas palavras ainda me aterrorizam durante a noite. Eu sabia que se fosse internado, o local ia querer me manter lá, para continuar ganhando dinheiro em cima de um cara que nem viciado era. Levei a sério a conversa e acordei diferente.
O primeiro passo era simples: parar com o álcool em excesso e cortar as drogas. Como bom amante da Teoria do Caos e fiel do Efeito Borboleta, cortei o mal pela raíz. Pedi demissão e a fonte secou. Eu estava em xeque-mate, não tinha dinheiro e nem amigos para me bancarem. Aqui comecei a minha reabilitação.
Fiquei um mês inteiro sem sair. Me ligavam, esperneavam, imploravam. Eu me isolei completamente do mundo, fiquei trancado em casa e no máximo fazia caminhadas para fumar um cigarro. Comecei a ficar entediado, o que me levou a começar a ler livros e tive a felicidade e infelicidade de ler Nine Ball, do Jeffrey L. Allen.
No fim do segundo mês, acabei de ler o livro, sai de casa, sorrindo. Minha vida estava mais brilhante. Tinha certeza que poderia alcançar grandes coisas e que tudo o que eu fazia estava me levando a um lugar melhor. Percebi que as coisas tinham mudado. Eu caminhava, eu curtia ler na praça, eu não precisava de dinheiro para curtir um dia de sol. A minha reabilitação tinha chegado ao fim, estava na hora do próximo passo.
Parte II - GAME
Capítulo IV - Daygame
Era um domingo normal. Eu já tinha voltado a sair com meus amigos, mas com menor intensidade, a situação podia ter passado, mas algumas feridas ainda estão abertas. Fui para a casa de um amigo, onde ele estava assistindo Faustão.
Fiquei indignado. UM PUTA DIA DE SOL LINDO e ele ali, sentado no sofá, sem nem conversar comigo. Nossas vidas eram tão desinteressantes que nem entre a gente existia conversa. No meio da minha indignação, juntei o útil ao agradável. Preparei um jarro de Vodka com TANG (só bebendo para tirar eles de casa) e sugiro dar uma volta.
Começamos a beber, começamos a ficar mais alegres e ai vamos sair para tomar um sorvete. Caminhamos e vamos para a Paulista. Eu e uma amiga começamos a brincar com a galera, era junho, então nós dois fazíamos cabaninha com as mãos e a galera passava embaixo e íamos cantando. Foi a diversão da quadra. A galera sorria e via nossa vibe saudável, que apesar de bêbados estava nos limites da normalidade.
Mas numa dessas cabaninhas, percebo que no ponto de ônibus onde estávamos uma garota começa a rir e a olhar para mim. A garota era bonita. Bêbado, na vibe, vou até ela e começo a conversar. Depois de alguns shit tests cruéis, ela me pagando um sorvete eu consigo o número. Conversamos por Whatsapp. Perco o set.
Alguns dias depois, um amigo me manda um vídeo do Sasha. Fiquei impressionado e me perguntei se poderia fazer o mesmo. Eu já caminhava bastante, eu não tinha dinheiro pra balada, eu não tinha nada a perder. GAME WAS ON!
Sai durante a tarde, subo pra Paulista, focado. Não era real a possibilidade de não abordar ninguém. Eu só ia voltar pra casa caso tomasse coragem. Abordei 2 Sets no DIRECT, sem medo de ser feliz. O primeiro de uma garotinha simpática de 18 anos e o segundo de duas garotas (uma BEM GATA), e mesmo tendo ficado super nervoso, ambas me deram o telefone por algum motivo. Não obtive resposta de nenhuma das duas, mas tive ali uma grande epifania. Era possível. Começava ali uma nova fase da minha vida.
Capítulo V – Kimura Tomoaki
A minha vontade de dar Daygame começou a crescer. Comecei a tornar mais frequente minhas idas a Paulista. Sempre postava meus relatos aqui, para manter meu diário quente e para ajudar aqueles que precisavam. Comecei a ter mais sucesso nos meus Daygames, e junto com o sucesso alguns convites para participar das “sarges” (nomenclatura que eu até hoje desgosto). Uma das mensagens me chamou muito a atenção. Era o usuário Kimura Tomoaki, que dizia jogar direct, conhecer muito do material do Sasha e que morava na região onde eu andava. Resolvi aceitar o convite.
Estou lá no ponto de encontro, e eis que avisto um ser, japonês, baixinho, sem estilo nenhum, andando todo estranho vindo em minha direção.
“Ok, eu sei que não devo julgar ninguém”.
Comprimento ele, saímos andando e conversando. O cara falava estranho, o cara só falava de coisas que os PUAs mandavam fazer e citava regras de cada um deles, era bem bitoladinho. Isso não me agrada muito, sou muito mente aberta e sabia que o verdadeiro aprendizado estava na tentativa e erro.
Chegando na Paulista, me sentia até um pouco de vergonha de estar ali do lado dele. Não deixei isso me atrapalhar, abordei alguns sets e ele também, e apesar de ver garotas olhando para ele com cara de nojo, vi que o garoto tentava. Que ele se esforçava. Estava ali um exemplo de um cara que pode vencer no cansaço, só precisaria se esforçar. E MUITO!
Chego em casa, faço o relato sobre a saída e eis que recebo uma MP, de um cara me mostrando o vídeo de um cara abordando umas garotas na frente do McDonald’s.
“Oi... Oi tudo bom? Éshkach (gaguejada). É que eu achei vocês bonitas eu queria conhecer uma de vocês.”
Com certeza se fosse hoje, as coisas seriam diferentes e eu daria bons conselhor para ele, mas infelizmente na época, cheio de ego falei mal dele. Kimura, se você estiver lendo isso, me mande uma MP ou me adicione no Facebook, estou disposto a sair mais uma vez com você.
Aprendi uma lição, a galera da comunidade pode ser muito estranha. Melhor manter o meu relacionamento com o Game uma coisa monogâmica. Eu. O game. E só.
Capítulo VI – COACH
Vai me dizer que você não sente vontade de ser um instrutor? Eu sentia, associava todo o sucesso do Pickup ao fato de caras serem instrutores, mas percebi que os caras que mais tem sucesso com o Pickup são aqueles que levam a vida de player e não a de instrutor (com suas excessões, lógicamente).
Tive o prazer durante essa minha jornada de Daygame de ser convidado por Ale Meirelles, na época cotado para ser instrutor da PUA Training (eu nem fazia a menor idéia) a encontrá-lo na Paulista. Já havia trocado uma idéia com ele no Facebook e achei que o cara era gente fina. Resolvi arriscar meu segundo date com um PUA da comunidade.
Chegando no local definido, não o encontro, mas queria fumar um cigarro. Abordo um cara que estava conversando com uma garota para pedir um isqueiro. Eles me emprestam, eu ascendo meu cigarro, dou uma vasculhada ao meu redor, acho o Ale e vou em direção a ele. Chegando lá sou surpreendido por ter caído de paraquédas no Bootcamp da PUA Training, onde conheço os clientes e meu, hoje, parcerasso Bruno, GI Joe. Começamos a abordar umas garotas, bato um papo com os clientes, incentivo uns a chegarem nas meninas, sou atravessado por um deles. Pura diversão. Eles seguem seu rumo para dar continuidade as atividades do BC e eu sigo o meu para encontrar alguns amigos.
Um mês se passa, eu continuo com meu Daygame na Paulista, indo e vindo com alguns freelas para tirar uma graninha. O Ale me chama novamente para encontrá-lo na Paulista. Fico feliz em aparecer por lá, dou uma gameada com os alunos e após o Bootcamp, recebo a proposta do GI Joe de ajudar no Daygame dos Bootcamps em São Paulo. Extasiado com a proposta, aceito.
Tenho um mês de preparo para o Bootcamp então tenho que sair, treinar e maximizar meus resultados para poder passar aos clientes o que funciona e o que não funciona. Hora de intensificar ainda mais.
Capítulo VII – 30 dias de Daygame
Alguns meses já haviam se passado desde minha reabilitação. Eu já era outra pessoa, e me sentia irreconhecível. Durante um dos Bootcamps da PUA Training, em uma conversa com O GI Joe, me senti compleido a fazer algo para dar uma evoluída grande no meu jogo. O desafio dos 30 dias.
Quem nunca ouviu de caras que se dispuseram a sair todos os dias para praticar game? Eu já tinha e sempre achava muito inspirador e resolvi fazer, só que durante o dia, de cara limpa, sem álcool, sem música, sem amigas para estragar com minha alegria e puxar a garota pra pista de dança. Só eu, o sol, a garota e o direct. Me preparei e comecei na semana seguinte ao BC (com um dia de descanso).
Logo no primeiro dia, um sol lindo brilhando, céu azul, e um cara me seguiu por duas quadras sem eu perceber.
“Ei cara, o que é que você está fazendo aqui?”.
Eu vi nos olhos dele que ele sabia o que eu estava fazendo e que só queria que eu desse uma resposta positiva para poder se juntar a mim. Confessei que estava perseguindo o rabo de saia, saímos conversando. Fiz ele abordar uma garota e abandonei ele, seguindo meu caminho sem lembrar o nome dele e nem ter pego o contato dele.
Mais pra frente ele reaparece, e trocamos mais um pouco de ideia. Ele falhou no set, mas me disse que por duas semanas tinha subido seguido todos os dias da Paulista, e não havia conseguido abordar ninguém. Em menos de 5 minutos de conversa, eu falei pra ele abordar uma garota e ele topou. Sensacional. Trocamos telefone e fomos para casa.
No dia seguinte ele me manda uma mensagem, sobe para a Paulista e começamos a gamear. Um dos dias mais divertidos que já tive por lá. Muitas conversas engraçadas, sets explodindo, sets dando certo e um instant date de cada.
O tempo foi passando e o grupo cresceu. Conheci um dos caras mais interessantes que já conheci, uma fonte interminável de cultura inútil (o que é excelente para usar de assunto em uma covnersa), o irmão do cara que me seguiu, que junto dele formavam uma dupla sertaneja (não tiveram muito sucesso na música), um cara descalibrado que é gente fina, um militar e seu amigo, e aproximadamente 350 garotas que não lembro nome, não lembro rosto, não lembro a conversa, mas sei aonde nos conhecemos.
Capítulo VIII – Hoje
Alguns Bootcamps, dates, beijos, ligações, flakes e sucessos depois percebi que aprendi muito, e que deveria compartilhar com a galera alguns áudios de minhas interações. Comecei a grava e a disponibilizar algumas interações simples, mas que pudessem inspirar alguns dos caras que acessam Fórums ou querem ter uma ideia melhor da dinâmica de uma interação de Daygame. Participei neste final de semana passado do Bootcamp de Daygame com o Yad e Martin, onde tive a oportunidade de conhecê-los e corrigir muitos vícios. Mas o que foi mais impressionante foi todo o crescimento, a evolução e o desenvolvimento que eu experienciei durante esses meses de mudança.
Foi tudo tão rápido e eu me sinto tão diferente que é impossível não compartilhar a minha história de forma resumida com vocês. Espero poder inspirar a alguns de vocês a tomarem as atitudes necessárias para viver uma vida de melhor qualidade.
Caso queiram trocar ideias sobre game, vida, diversão, mulheres, homens, família, futebol. O que for, me adicionem no facebook que estarei feliz em ajudá-los no que puder:
[font=Verdana, sans-serif]http://www.facebook.com/daygamegui[/font]
Um forte abraço, e desejos de foco, objetividade e sucesso.
Gui
Todos os direitos reservados e protegidos pela lei 9.610 de 19/02/98. Infratores terão de responder conforme lei dos direitos autorais.
Exatamente o que aconteceu hoje em relação a vocês. Estava em casa pensando no quanto tenho evoluído meu Game e quantas pessoas eu tenho ajudado. E percebi que ainda posso ajudar mais pessoas, que dá pra ir mais longe, que eu posso fazer alguns criarem uma vontade de crescer e outros me odiarem. O que importa é ato e não o resultado disso.
Eu acho completamente desnecessário a necessidade de uma história cumprida como essa, mas acho que eu preciso escrever ela antes que ela esfrie em minha memória:
Parte I – A Queda
Capítulo I - O início
Conheci o Game no Canadá, onde eu fiz MÁGICA com o que aprendi. Namorei uma Belga linda e líder de um grupo excepcional de garotas, namorei uma alemã com os maiores peitos que já vi e realizei o fetish de transar em um elevador, fiz a garota que me fez entrar pro Game perceber o que ela tinha perdido (o sonho de muitos) e percebi que eu não precisava provar nada a ela, e que eu simplesmente era o suficiente. Foi lindo, mas era hora de voltar. Minha irmã tinha acabado de parir meu primeiro sobrinho e eu já estava a tempo demais longe da minha família.
Voltei para São Paulo. Velhos amigos, velhos rolês, velhos hábitos. Qualquer bebida que seja é muito barata no Brasil comparada ao que eu pagava em Vancouver, então eu resolvi aumentar o que estava acostumado a consumir. Arranjei um emprego em uma agência de publicidade e graças aos meus novos super poderes sociais cresci muito rápido na empresa. Entrei como um estagiário, em 2 semanas e meia fui efetivado com um aumento de salário. 3 semanas depois, mais um aumento e estava nas graças dos sócios da agência.
Ganhando mais do que precisava ganhar, encaminhado profissionalmente, cheio de saúde e ao ver das pessoas, um cara feliz. SÓ QUE NÃO! Eu estava bebendo todos os dias, minhas manhãs eram cheias de ressaca e meus fins de semana eram memórias embaçadas de festas com muito álcool, maconha e eventuais BANG BANGs (Cocaína. Você leu certo. CO - CA - Í - NA). Toda essa aventura começou a me mudar pra algo que eu achava ser legal, mas no fundo eu sabia que algo estava errado. Parei de abordar mulheres onde quer que seja. Tinha vontade, tinha gana mas não tinha confiança mais. Um de meus amigos, meu primeiro aluno, saia muito comigo. Ele sempre me deixava sozinho na balada, saia abordando todo mundo e eu ficava lá, sem saber o que fazer.
Mas o CAOS vem para trazer a ordem...
Capítulo II - Tomando consciência
Era pra ser uma noite normal de Quarta-Feira bebendo pra caralho e azucrinando mulheres. Mas não foi. Eu e um amigo fomos ao BECO 203, na Rua Augusta, para tentarmos ter algum tipo de sorte. Fizemos o de sempre, entramos, bebemos e ele saiu pra caçar, enquanto a mim, fiquei lá, andando de um lado para o outro, sem saber o que fazer, assistindo todo mundo se divertir.
Fiquei bêbado e ai veio um pouco de coragem. Tentei falar com algumas pessoas que me dispensaram. Volto a ficar sem fazer nada, andando de um lado pro outro sozinho na balada. Vejo meu amigo beijando uma garota e resolvo ir fumar. Abordo umas garotas no fumódromo que ao acabarem de fumar gritam: "CARALHO QUE MALUCO CHATO!" enquanto saem de lá. Todo mundo olha pra mim e eu assumo a responsabilidade pelo que elas disseram. Todos começam a rir, eu me divirto um pouco com a galera que curtiu minha atitude em relação a isso, mas ao sair do fumódromo começo a pensar.
Esse pensamento começou pequeno, mas em questão de segundos virou um vórtex, e ali, eu entrei na minha cabeça. Vou ao banheiro, me tranco em uma das cabines abaixo a tampa da privada e sento. Fico ali, sentado, bêbado, pensando. Pensando no que estou fazendo com minha vida, comigo, com aqueles que conheço, com aqueles que tento conhecer. No Canadá eu era um cara amado e odiado, não por ser um perdedor, mas por fazer o que as pessoas não tinham coragem de fazer. Eu já tinha experimentado do sucesso e sabia que era possível mas algo estava me impedindo de voltar a ele.
Depois de 20 minutos sentado no banheiro, bateram na porta achando que eu estava cheirando ou passando mal, e eu sai. Hora de voltar para casa, os ventos estão mudando de direção.
Capítulo III - Rehab
Eis que no dia da comemoração do meu aniversário, após uma festa onde 15 pessoas acabaram com 6 garrafas de Vodka durante uma noite cheia de brigas, desentendimentos e um final de noite bebendo no puteiro, sento em casa e converso com minha irmã. Confesso a ela sobre as drogas, sobre o que estava acontecendo e o que eu estava fazendo, porque por mais que eu parecesse bem, eu estava afundando. Por algum motivo que eu não sei qual, ela pareceu ter ficado surda a toda a conversa, menos a parte da cocaína, e me deu um aviso, mas um ultimato:
"Guilherme, é melhor você parar com essa merda. Se você não parar, eu não me importo se você está ou não viciado, mas se você não parar eu vou contar para sua mãe, e eles vão te internar".
Essas palavras ainda me aterrorizam durante a noite. Eu sabia que se fosse internado, o local ia querer me manter lá, para continuar ganhando dinheiro em cima de um cara que nem viciado era. Levei a sério a conversa e acordei diferente.
O primeiro passo era simples: parar com o álcool em excesso e cortar as drogas. Como bom amante da Teoria do Caos e fiel do Efeito Borboleta, cortei o mal pela raíz. Pedi demissão e a fonte secou. Eu estava em xeque-mate, não tinha dinheiro e nem amigos para me bancarem. Aqui comecei a minha reabilitação.
Fiquei um mês inteiro sem sair. Me ligavam, esperneavam, imploravam. Eu me isolei completamente do mundo, fiquei trancado em casa e no máximo fazia caminhadas para fumar um cigarro. Comecei a ficar entediado, o que me levou a começar a ler livros e tive a felicidade e infelicidade de ler Nine Ball, do Jeffrey L. Allen.
No fim do segundo mês, acabei de ler o livro, sai de casa, sorrindo. Minha vida estava mais brilhante. Tinha certeza que poderia alcançar grandes coisas e que tudo o que eu fazia estava me levando a um lugar melhor. Percebi que as coisas tinham mudado. Eu caminhava, eu curtia ler na praça, eu não precisava de dinheiro para curtir um dia de sol. A minha reabilitação tinha chegado ao fim, estava na hora do próximo passo.
Parte II - GAME
Capítulo IV - Daygame
Era um domingo normal. Eu já tinha voltado a sair com meus amigos, mas com menor intensidade, a situação podia ter passado, mas algumas feridas ainda estão abertas. Fui para a casa de um amigo, onde ele estava assistindo Faustão.
Fiquei indignado. UM PUTA DIA DE SOL LINDO e ele ali, sentado no sofá, sem nem conversar comigo. Nossas vidas eram tão desinteressantes que nem entre a gente existia conversa. No meio da minha indignação, juntei o útil ao agradável. Preparei um jarro de Vodka com TANG (só bebendo para tirar eles de casa) e sugiro dar uma volta.
Começamos a beber, começamos a ficar mais alegres e ai vamos sair para tomar um sorvete. Caminhamos e vamos para a Paulista. Eu e uma amiga começamos a brincar com a galera, era junho, então nós dois fazíamos cabaninha com as mãos e a galera passava embaixo e íamos cantando. Foi a diversão da quadra. A galera sorria e via nossa vibe saudável, que apesar de bêbados estava nos limites da normalidade.
Mas numa dessas cabaninhas, percebo que no ponto de ônibus onde estávamos uma garota começa a rir e a olhar para mim. A garota era bonita. Bêbado, na vibe, vou até ela e começo a conversar. Depois de alguns shit tests cruéis, ela me pagando um sorvete eu consigo o número. Conversamos por Whatsapp. Perco o set.
Alguns dias depois, um amigo me manda um vídeo do Sasha. Fiquei impressionado e me perguntei se poderia fazer o mesmo. Eu já caminhava bastante, eu não tinha dinheiro pra balada, eu não tinha nada a perder. GAME WAS ON!
Sai durante a tarde, subo pra Paulista, focado. Não era real a possibilidade de não abordar ninguém. Eu só ia voltar pra casa caso tomasse coragem. Abordei 2 Sets no DIRECT, sem medo de ser feliz. O primeiro de uma garotinha simpática de 18 anos e o segundo de duas garotas (uma BEM GATA), e mesmo tendo ficado super nervoso, ambas me deram o telefone por algum motivo. Não obtive resposta de nenhuma das duas, mas tive ali uma grande epifania. Era possível. Começava ali uma nova fase da minha vida.
Capítulo V – Kimura Tomoaki
A minha vontade de dar Daygame começou a crescer. Comecei a tornar mais frequente minhas idas a Paulista. Sempre postava meus relatos aqui, para manter meu diário quente e para ajudar aqueles que precisavam. Comecei a ter mais sucesso nos meus Daygames, e junto com o sucesso alguns convites para participar das “sarges” (nomenclatura que eu até hoje desgosto). Uma das mensagens me chamou muito a atenção. Era o usuário Kimura Tomoaki, que dizia jogar direct, conhecer muito do material do Sasha e que morava na região onde eu andava. Resolvi aceitar o convite.
Estou lá no ponto de encontro, e eis que avisto um ser, japonês, baixinho, sem estilo nenhum, andando todo estranho vindo em minha direção.
“Ok, eu sei que não devo julgar ninguém”.
Comprimento ele, saímos andando e conversando. O cara falava estranho, o cara só falava de coisas que os PUAs mandavam fazer e citava regras de cada um deles, era bem bitoladinho. Isso não me agrada muito, sou muito mente aberta e sabia que o verdadeiro aprendizado estava na tentativa e erro.
Chegando na Paulista, me sentia até um pouco de vergonha de estar ali do lado dele. Não deixei isso me atrapalhar, abordei alguns sets e ele também, e apesar de ver garotas olhando para ele com cara de nojo, vi que o garoto tentava. Que ele se esforçava. Estava ali um exemplo de um cara que pode vencer no cansaço, só precisaria se esforçar. E MUITO!
Chego em casa, faço o relato sobre a saída e eis que recebo uma MP, de um cara me mostrando o vídeo de um cara abordando umas garotas na frente do McDonald’s.
“Oi... Oi tudo bom? Éshkach (gaguejada). É que eu achei vocês bonitas eu queria conhecer uma de vocês.”
Com certeza se fosse hoje, as coisas seriam diferentes e eu daria bons conselhor para ele, mas infelizmente na época, cheio de ego falei mal dele. Kimura, se você estiver lendo isso, me mande uma MP ou me adicione no Facebook, estou disposto a sair mais uma vez com você.
Aprendi uma lição, a galera da comunidade pode ser muito estranha. Melhor manter o meu relacionamento com o Game uma coisa monogâmica. Eu. O game. E só.
Capítulo VI – COACH
Vai me dizer que você não sente vontade de ser um instrutor? Eu sentia, associava todo o sucesso do Pickup ao fato de caras serem instrutores, mas percebi que os caras que mais tem sucesso com o Pickup são aqueles que levam a vida de player e não a de instrutor (com suas excessões, lógicamente).
Tive o prazer durante essa minha jornada de Daygame de ser convidado por Ale Meirelles, na época cotado para ser instrutor da PUA Training (eu nem fazia a menor idéia) a encontrá-lo na Paulista. Já havia trocado uma idéia com ele no Facebook e achei que o cara era gente fina. Resolvi arriscar meu segundo date com um PUA da comunidade.
Chegando no local definido, não o encontro, mas queria fumar um cigarro. Abordo um cara que estava conversando com uma garota para pedir um isqueiro. Eles me emprestam, eu ascendo meu cigarro, dou uma vasculhada ao meu redor, acho o Ale e vou em direção a ele. Chegando lá sou surpreendido por ter caído de paraquédas no Bootcamp da PUA Training, onde conheço os clientes e meu, hoje, parcerasso Bruno, GI Joe. Começamos a abordar umas garotas, bato um papo com os clientes, incentivo uns a chegarem nas meninas, sou atravessado por um deles. Pura diversão. Eles seguem seu rumo para dar continuidade as atividades do BC e eu sigo o meu para encontrar alguns amigos.
Um mês se passa, eu continuo com meu Daygame na Paulista, indo e vindo com alguns freelas para tirar uma graninha. O Ale me chama novamente para encontrá-lo na Paulista. Fico feliz em aparecer por lá, dou uma gameada com os alunos e após o Bootcamp, recebo a proposta do GI Joe de ajudar no Daygame dos Bootcamps em São Paulo. Extasiado com a proposta, aceito.
Tenho um mês de preparo para o Bootcamp então tenho que sair, treinar e maximizar meus resultados para poder passar aos clientes o que funciona e o que não funciona. Hora de intensificar ainda mais.
Capítulo VII – 30 dias de Daygame
Alguns meses já haviam se passado desde minha reabilitação. Eu já era outra pessoa, e me sentia irreconhecível. Durante um dos Bootcamps da PUA Training, em uma conversa com O GI Joe, me senti compleido a fazer algo para dar uma evoluída grande no meu jogo. O desafio dos 30 dias.
Quem nunca ouviu de caras que se dispuseram a sair todos os dias para praticar game? Eu já tinha e sempre achava muito inspirador e resolvi fazer, só que durante o dia, de cara limpa, sem álcool, sem música, sem amigas para estragar com minha alegria e puxar a garota pra pista de dança. Só eu, o sol, a garota e o direct. Me preparei e comecei na semana seguinte ao BC (com um dia de descanso).
Logo no primeiro dia, um sol lindo brilhando, céu azul, e um cara me seguiu por duas quadras sem eu perceber.
“Ei cara, o que é que você está fazendo aqui?”.
Eu vi nos olhos dele que ele sabia o que eu estava fazendo e que só queria que eu desse uma resposta positiva para poder se juntar a mim. Confessei que estava perseguindo o rabo de saia, saímos conversando. Fiz ele abordar uma garota e abandonei ele, seguindo meu caminho sem lembrar o nome dele e nem ter pego o contato dele.
Mais pra frente ele reaparece, e trocamos mais um pouco de ideia. Ele falhou no set, mas me disse que por duas semanas tinha subido seguido todos os dias da Paulista, e não havia conseguido abordar ninguém. Em menos de 5 minutos de conversa, eu falei pra ele abordar uma garota e ele topou. Sensacional. Trocamos telefone e fomos para casa.
No dia seguinte ele me manda uma mensagem, sobe para a Paulista e começamos a gamear. Um dos dias mais divertidos que já tive por lá. Muitas conversas engraçadas, sets explodindo, sets dando certo e um instant date de cada.
O tempo foi passando e o grupo cresceu. Conheci um dos caras mais interessantes que já conheci, uma fonte interminável de cultura inútil (o que é excelente para usar de assunto em uma covnersa), o irmão do cara que me seguiu, que junto dele formavam uma dupla sertaneja (não tiveram muito sucesso na música), um cara descalibrado que é gente fina, um militar e seu amigo, e aproximadamente 350 garotas que não lembro nome, não lembro rosto, não lembro a conversa, mas sei aonde nos conhecemos.
Capítulo VIII – Hoje
Alguns Bootcamps, dates, beijos, ligações, flakes e sucessos depois percebi que aprendi muito, e que deveria compartilhar com a galera alguns áudios de minhas interações. Comecei a grava e a disponibilizar algumas interações simples, mas que pudessem inspirar alguns dos caras que acessam Fórums ou querem ter uma ideia melhor da dinâmica de uma interação de Daygame. Participei neste final de semana passado do Bootcamp de Daygame com o Yad e Martin, onde tive a oportunidade de conhecê-los e corrigir muitos vícios. Mas o que foi mais impressionante foi todo o crescimento, a evolução e o desenvolvimento que eu experienciei durante esses meses de mudança.
Foi tudo tão rápido e eu me sinto tão diferente que é impossível não compartilhar a minha história de forma resumida com vocês. Espero poder inspirar a alguns de vocês a tomarem as atitudes necessárias para viver uma vida de melhor qualidade.
Caso queiram trocar ideias sobre game, vida, diversão, mulheres, homens, família, futebol. O que for, me adicionem no facebook que estarei feliz em ajudá-los no que puder:
[font=Verdana, sans-serif]http://www.facebook.com/daygamegui[/font]
Um forte abraço, e desejos de foco, objetividade e sucesso.
Gui
Todos os direitos reservados e protegidos pela lei 9.610 de 19/02/98. Infratores terão de responder conforme lei dos direitos autorais.