- 23 Dez 2013, 07:13
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[font=lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif](ficou grande. mas este post é a coisa mais sincera que já postei aqui. se alguém me pedisse para dar o melhor que eu posso, provavelmente eu daria esse texto.)
Vira e mexe me pego mastigando o passado. O que poderia ter sido, o que foi, como foi... E dói. De algumas coisas eu não me perdoo, e só de olhar uma foto, ouvir uma música, as coisas voltam e[/font][font=lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif]é como se eu revivesse tudo.
O que eu acabei de dizer significa que eu não sei de nada. Estou sempre errando em quase tudo o que eu faço... Mas de tudo, algo dentro de mim é certo. E esse algo é a única coisa que eu sei sobre a vida, é uma luz de vela de sabedoria que – com muito custo – eu consegui adquirir nestes 26 anos.
Há exatamente dois anos eu abandonava a Universidade Estadual de Londrina. Após alguns anos morando naquela cidade, era como se a vida que eu levava lá estivesse raspando minha carne até os ossos... Tudo o que eu tinha de alegria, de perspectiva, Londrina me tomou. Meu dinheiro mal dava para comer bem e me locomover. Minha casa era longe, e eu andava com meus tênis furados até a faculdade com muito cansaço, porque estava anêmico.
Eu gastara o dinheiro dos meus pais, perdera minha saúde física e mental, e estava cercado de pessoas que – em sua maioria – não valiam a pena. Numa sala onde as pessoas estavam sempre bem cuidadas (em tudo), era difícil não ser visto como um cara muito estranho. Eu não era estranho: era um cara que estava sozinho, e quase ficando louco.
Com o tempo, a única coisa que me restava, que era vontade, eu também perdi. Eu esperava que alguém me estendesse a mão. E estenderam... Me bateram bastante, dizendo que eu deveria sair do chão, já que estava no caminho de outras pessoas. Dentre elas, pessoas às quais eu amava muito...
Quando você não está bem, não importa quão interessante você já foi no passado, muitas pessoas se afastarão. Outras, ainda, não perderão a oportunidade de espalhar a notícia de que você está na pior.
Havia a oportunidade de algo bom aqui em Rio Preto, e isto foi decisivo, porque finalmente havia uma perspectiva, algo que me beneficiaria. E foi assim que eu voltei para a minha cidade... Um parente, influente, iria me ajudar a conseguir um bom emprego numa instituição pública. Meus pais haviam se separado. Minha mãe ganhava mal e meu pai estava desempregado. Eu precisava de dinheiro.
Pois bem. O resultado do concurso público saiu, e o que era certamente garantido, tornou-se certamente um fracasso. Do outro lado da linha, eu ouvi “Eu não sei o que deu errado”.
O fracasso e a culpa ficaram para mim. A reprovação no olhar de quem sabia de tudo o que acontecia por trás das cortinas dos meus planos, também. E foi bem assim que deixaram: tudo pra mim.
Eu arrumei um emprego que me pagava um salário mínimo, e ia semanalmente até a casa do meu pai buscar marmitas para comer durante a semana... Onde eu morava, não recebia o melhor dos apoios. Pelo contrário, eu era cobrado, moral e financeiramente, e humilhado. Como me disseram, eu não passava de um fracasso incompetente.
Alguém chegou a dizer que me amava. Todos me amavam, mas ninguém me ajudou.
A melhor coisa que me aconteceu foi ser cobrado e humilhado... Eu não aguentava mais. Resumidamente, trabalhando de manhã até de noite, fazendo uma faculdade bem “mais ou menos” durante a noite, e estudando de madrugada, eu consegui meu diploma (finalmente) de Direito.
Mais do que isso, eu consegui me tornar funcionário público do tribunal de justiça de São Paulo. Quase sozinho. QUASE sozinho.
O presente, felizmente, é rico. Amigos que eu não via há muito tempo voltaram, alguns grandes amigos continuaram comigo, apesar de tudo. O PUA ajudou muito. Me deu motivação para voltar a conhecer mulheres... Eu tive uma fase boa, até conhecer uma garota diferenciada e investir num namoro.
Desse passado todo, só sobrou o que eu carrego dentro de mim. Memórias de ter sido abandonado por namoradas, por amigos, pela minha família... Ainda bem. Isso é tudo o que eu aprendi.
O que eu sei sobre a vida? Bem... Eu sei que, no dia em que eu voltei para Rio Preto, desemparado, sem dinheiro, sem amigos, e vi que meu nome não estava na lista de aprovação daquele concurso público, o mundo só não desmoronou porque já estava em cima das minhas costas. Tudo parecia errado.
Na verdade, estava tudo certo. Era só o começo de um futuro (hoje presente) maravilhoso. Eu superei as mágoas, superei os psiquiatras, superei meu passado, e superei todas as perspectivas pessimistas que haviam na minha vida. Não foi fácil, mas deu certo.
A vida é assim. Quando você pensa que virou à esquerda, ela está virando à direita. Você só vai perceber lá na frente, bem na frente, e não vai sequer entender como tudo aquilo aconteceu...
É preciso, acima de tudo, ter fé, colocar um pé na frente do outro, mesmo quando tudo está uma porcaria. O futuro ainda não aconteceu, e pode ser muito bom.[/font]
Vira e mexe me pego mastigando o passado. O que poderia ter sido, o que foi, como foi... E dói. De algumas coisas eu não me perdoo, e só de olhar uma foto, ouvir uma música, as coisas voltam e[/font][font=lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif]é como se eu revivesse tudo.
O que eu acabei de dizer significa que eu não sei de nada. Estou sempre errando em quase tudo o que eu faço... Mas de tudo, algo dentro de mim é certo. E esse algo é a única coisa que eu sei sobre a vida, é uma luz de vela de sabedoria que – com muito custo – eu consegui adquirir nestes 26 anos.
Há exatamente dois anos eu abandonava a Universidade Estadual de Londrina. Após alguns anos morando naquela cidade, era como se a vida que eu levava lá estivesse raspando minha carne até os ossos... Tudo o que eu tinha de alegria, de perspectiva, Londrina me tomou. Meu dinheiro mal dava para comer bem e me locomover. Minha casa era longe, e eu andava com meus tênis furados até a faculdade com muito cansaço, porque estava anêmico.
Eu gastara o dinheiro dos meus pais, perdera minha saúde física e mental, e estava cercado de pessoas que – em sua maioria – não valiam a pena. Numa sala onde as pessoas estavam sempre bem cuidadas (em tudo), era difícil não ser visto como um cara muito estranho. Eu não era estranho: era um cara que estava sozinho, e quase ficando louco.
Com o tempo, a única coisa que me restava, que era vontade, eu também perdi. Eu esperava que alguém me estendesse a mão. E estenderam... Me bateram bastante, dizendo que eu deveria sair do chão, já que estava no caminho de outras pessoas. Dentre elas, pessoas às quais eu amava muito...
Quando você não está bem, não importa quão interessante você já foi no passado, muitas pessoas se afastarão. Outras, ainda, não perderão a oportunidade de espalhar a notícia de que você está na pior.
Havia a oportunidade de algo bom aqui em Rio Preto, e isto foi decisivo, porque finalmente havia uma perspectiva, algo que me beneficiaria. E foi assim que eu voltei para a minha cidade... Um parente, influente, iria me ajudar a conseguir um bom emprego numa instituição pública. Meus pais haviam se separado. Minha mãe ganhava mal e meu pai estava desempregado. Eu precisava de dinheiro.
Pois bem. O resultado do concurso público saiu, e o que era certamente garantido, tornou-se certamente um fracasso. Do outro lado da linha, eu ouvi “Eu não sei o que deu errado”.
O fracasso e a culpa ficaram para mim. A reprovação no olhar de quem sabia de tudo o que acontecia por trás das cortinas dos meus planos, também. E foi bem assim que deixaram: tudo pra mim.
Eu arrumei um emprego que me pagava um salário mínimo, e ia semanalmente até a casa do meu pai buscar marmitas para comer durante a semana... Onde eu morava, não recebia o melhor dos apoios. Pelo contrário, eu era cobrado, moral e financeiramente, e humilhado. Como me disseram, eu não passava de um fracasso incompetente.
Alguém chegou a dizer que me amava. Todos me amavam, mas ninguém me ajudou.
A melhor coisa que me aconteceu foi ser cobrado e humilhado... Eu não aguentava mais. Resumidamente, trabalhando de manhã até de noite, fazendo uma faculdade bem “mais ou menos” durante a noite, e estudando de madrugada, eu consegui meu diploma (finalmente) de Direito.
Mais do que isso, eu consegui me tornar funcionário público do tribunal de justiça de São Paulo. Quase sozinho. QUASE sozinho.
O presente, felizmente, é rico. Amigos que eu não via há muito tempo voltaram, alguns grandes amigos continuaram comigo, apesar de tudo. O PUA ajudou muito. Me deu motivação para voltar a conhecer mulheres... Eu tive uma fase boa, até conhecer uma garota diferenciada e investir num namoro.
Desse passado todo, só sobrou o que eu carrego dentro de mim. Memórias de ter sido abandonado por namoradas, por amigos, pela minha família... Ainda bem. Isso é tudo o que eu aprendi.
O que eu sei sobre a vida? Bem... Eu sei que, no dia em que eu voltei para Rio Preto, desemparado, sem dinheiro, sem amigos, e vi que meu nome não estava na lista de aprovação daquele concurso público, o mundo só não desmoronou porque já estava em cima das minhas costas. Tudo parecia errado.
Na verdade, estava tudo certo. Era só o começo de um futuro (hoje presente) maravilhoso. Eu superei as mágoas, superei os psiquiatras, superei meu passado, e superei todas as perspectivas pessimistas que haviam na minha vida. Não foi fácil, mas deu certo.
A vida é assim. Quando você pensa que virou à esquerda, ela está virando à direita. Você só vai perceber lá na frente, bem na frente, e não vai sequer entender como tudo aquilo aconteceu...
É preciso, acima de tudo, ter fé, colocar um pé na frente do outro, mesmo quando tudo está uma porcaria. O futuro ainda não aconteceu, e pode ser muito bom.[/font]