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Criador do tópico

Paradisepunx - MEMBRO EXCLUSIVO
#907153 Olá Puazada,

hoje eu estou aqui para trazer um pouco da minha experiência de vida no que tange a relevância da figura paterna em nossas vidas, como nossos pais moldam nosso caráter e como muitas das vezes nós acabamos negligenciando a importância desses verdadeiros amigos em nossa jornada.

Como nos relacionamos com a figura paterna: Infância, Adolescência, vida adulta.Quando ainda somos crianças a nossa tendência é vermos nossos pais como verdadeiros heróis, como a representação e encarnação da força física, eles nos carregam nos seus braços, e só eles acessam os brinquedos que ficam guardados na parte de cima do armário, eles nos protegem do calor, frio, eles nos ensinam a usar nossa força.

Com o passar do tempo e pela necessidade de que seja imposta disciplina nas nossas vidas, começamos a ouvir não, apanhar, e ser castigados para que aprendamos que não podemos, por o dedo na tomada, comer plantas no quintal, tentar subir em lugares altos, brincar com o cachorro na rua e todas essas coisas que crianças costumam fazer.

Depois de passada a infância, onde sempre desejamos a presença física dos nossos pais, pois eles representam a toda a segurança e confiança que temos, e amamos eles, começamos a entrar na puberdade e na pré-adolescência, vamos a escola, brincamos na rua, e começamos a ter autonomia e convivo em outros ambiente além da nossa família nuclear.

Com o processo de socialização em andamento, começamos a ter que lidar com o grupo e as pressões inerentes ao mesmo, por isso começamos a nos preocupar com a roupa da moda, com tênis caros, com cortes de cabelo, e ter objetos que nos dêem destaque no grupo em que participamos, como brinquedos, viagens e todo tipo de consumismo.

Nesse momento o orgulho e confiança começa a se apagar, e começamos a ter vergonha dos nossos pais, e a figura paterna começa se tornar uma figura ingrata para maioria dos adolescentes, muitas reclamações porque nossos pais não nos deram aquele monte de coisa que nossos colegas de escola enfiaram na cabeça da gente que precisamos.

Na adolescência começa ocorrer os grandes conflitos, e muitas das vezes, nossos pais não tem o traquejo e a inteligência emocional para dar conta do recado, criar um filho é uma tarefa desafiadora para qualquer um que se aventure por essa estrada, e não seria diferente com nossos pais, mas quando somos jovens não percebemos isso, pois tudo esta sempre a mão.

Em resumo, nessa fase da vida somos mimados e não compreendemos que nosso pai como líder esta ali para nos apoiar e nos fazer crescer, e que ele sempre esta disposta a dar o melhor de si para que nos tornemos homens, que pelo menos nós herdemos os seus melhores valores, e que no melhor dos mundos sejamos melhores como pessoas e humanos que ele.

Crescemos, envelhecemos, e começamos a reavaliar nossos comportamentos, como sedemos as pressões de grupo, e se tudo ocorrer bem, e as coisas forem pelo caminho natural, percebemos como aquela figura que não nós deixou sair para balada, que disse milhares de vezes não, é na verdade o nosso melhor amigo e a figura masculina mais forte que temos como referência.

Quando pensamos hoje em termos um filho, e avaliamos o relacionamento com as mulheres, vemos do quanto eles abriram mão de muitas coisas para manter um casamento e cuidar de nós, e como ele teve traquejo e jogo de cintura para ir levando todas essas coisas, claro que pais não são perfeitos, nem santos, mas devem ser valorizados.

O que eu percebo que de uma maneira as pessoas que não respeitam seus pais, e que não entendem a relevância dessa figura mais cedo ou mais tarde acabam tendo sérios problemas na vida, e uma coisa que eu aprendi é seu pai pode ser homossexual, bandido, alcoólatra, estelionatário, o que for, você deve respeito a ele.

Isso não que dizer que você vai concordar com os erros dele, nem que vá seguir seus passos, mas isso significa que você reconhece a relevância e a importância daquele homem em sua vida, e isso é um passo pelo qual e sem o qual não podemos nos tornar um homem de verdade, a tolerância é um dos pilares da boa vivência e da plenitude, não existe melhor forma de exercitar a mesma que tendo tolerância com nossos pais.

Já na fase adulta, a tendência é respeitarmos cada vez mais nossos pais, tomarmos decisões conjuntas, decidir sobre negócios, assuntos familiares, e tudo o que diz respeito a dois homens que se respeitam e se amam, e essa é a parte mais gratificante do processo, e creio que nesse momento estejamos minimamente preparados para nos tornarmos pais também.


Consequências emocionais de perder um pai:Aqui vou mais fundo nessa relação, eu tenho observado alguns amigos que perderam seus pais em várias fases de sua vida, seja na infância, adolescência ou maturidade, e as consequências para os que não estão preparados, ou estão em uma zona de conflito ou dependência forte com a figura paterna pode ser drástica.

Eu conheço vários colegas que meses depois da morte do pai simplesmente entraram em depressão, ou começaram a desenvolver uma série de transtornos comportamentais, e a lista é enorme, de alcoolismo, síndrome do pânico a doenças físicas como gastrite, e observar esse fenômeno ao meu redor, me impulsionou a por meu pai no seu lugar de destaque e relevância.

Vocês podem brigar, acharem que odeiam, acusar seu pai de todos os seus problemas e fracassos, talvez nunca parem para refletir e perceber como ele é a raiz que matem a árvore em pé, que ele é a força masculina que nos protege, se na infância ele representa proteção física, na fase adulta ele representa a força psicológica e moral, o porto seguro.

Se por um lado alguns negligenciam a figura paterna, outros seguram na mesma com força e acabam se tornando parasitas a sombra e proteção financeira e psicológica do mesmo, ou seja, devemos respeitar ao mesmo tempo que não criamos uma idolatria e dependência dessa figura, aqui ainda vale a máxima aristotélica da justa medida, entender essa relação é uma das chaves para o sucesso na minha humilde opinião.

Não é saudável rejeitar o pai, ser dependente e gerar qualquer tipo de idolatria nos torna fraco também, eu achei a solução pra essa equação na amizade, e creio que a melhor maneira de enxergar e relacionar com nossos pais é pelo viés da amizade genuína e sincera, qualquer outro caminho pode nos levar a ruína emocional.


Observe como as pessoas tratam seus pais:Um bom termômetro para saber como se comportam realmente suas relações é como estas tratam e lidam com seus pais, mulheres que não escutam seus pais, reclamam sempre, e enxergam no mesmo um monstro opressores, são as prováveis Kojak’s que por volta e meia esbarram e nossas vidas.

Homens que rejeitam seu pai, geralmente são os rebeldes sem causa, se um amigo desrespeita o pai, como ele vai ser confiável e vai respeitar você ? o detalhe é que faz toda diferença, observem isso e já haverá um ganho enorme para conhecer verdadeiramente com que esta lidando.

E como nós lidamos com nossos pais ? como nós tratamos os mesmos, somos rebeldes, dependentes, vemos nosso pai como um deus, como um tutor, como um mestre, como um “merda”, tomem muito cuidado com isso, e procurem manter uma relação o mais saudável possível como eles, isso muda o jogo completamente.


Considerações finais:Pretendi nesse artigo trazer uma contribuição modesta sobre um assunto tão vasto e complexo que é a relação entre pais e filhos, não tenho verdades nem soluções definitivas para oferecer, levei em consideração relações normais entre pais e filhos, ou seja, não falei de pais que abandonam filhos, e todos esses casos que rondam nossa sociedade.

Depois de muitos conflitos com meu pai, eu estou aprendendo a ser um filho melhor, e ser amigo dele, amigo sim, mas antes de tudo filho, ele é o líder da manada, e esse ciclo se repete constantemente, foi assim com nosso pai, conosco e será assim com nossos filhos.

OBS: O que escrevi aqui foi fruto da experiência que obtive com minha vida pessoal, acadêmica através da licenciatura e profissional atuando como professor.


Paradise !
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malukaodoido

Veterano - nível 10

#907174 Ótimo tópico! Gosto bastante dos seus pensamento e ideologia. Observo também como as pessoas respondem e trata os pais, mostra se e uma pessoa boa ou não. Tiro pelo minha ex. falava com tom de autoridade... eles cedia ficou uma pessoa mimada que os pais fizeram e fazem tudo que ela quer.

Sobre meu Pai eu admiro muito, sempre foi um cara amigo mesmo não morando com ele. Meses atrás, corriamos pelo calçadão manter nossa boa forma e se aproximamos mais. forma que ele dos seus filhos, seu otimo bom humor contagia todos sempre querem atenção dele, pelo jeito de lidar com problemas.

Lembro que apanhei 1 vez apenas, aprendi a lição pois tava agindo como um bestão fazendo os pivetes brigar e fazer o circo pega fogo, tipo uma bichinha... Ele foi na rua e meteu uma surra em mim em frente de todos da rua. Depois desse dia, aprendi como um homem deve agir.

Nem todos tem um bom exemplo de pai, uns sumirão outros já se foram mais quando tivermos nosso filho temos que ser um exemplo eu ainda não sou mais quando for irei ensinar muitas coisas como meu pai fez.

Abraços!