- 30 Mar 2015, 05:45
#934719
Relutei muito em criar esse artigo, por razões abrangentes que serão explicadas a seguir.
Comecei a frequentar o PUABASE há uns 2 anos, procurando por respostas "dignas" depois de andar com a estima baixa e ter levado alguns pés na bunda. Afinal, a gente sempre corre atrás do que é visto como valoroso, honroso, digno... não é mesmo? Como tudo aquilo que muda repentinamente nossa forma de ver o mundo, sentia que um novo leque de opções se estabelecia para mim, e isso era maravilhoso.
Sempre fui de ler e gosto muito disso. Também sempre fui curioso, e considero uma característica que não deveríamos deixar na nostalgia da nossa infância. Não, não falo da curiosidade de ver a vizinha gostosa pelada na piscina, mesmo que eu apreciaria o momento. Aquelas perguntas fundamentais que fizemos quando crianças sempre repercutiram em minha mente, fizeram com que eu procurasse saber algumas das várias teorias por trás da dita existência. Procurei conhecer, ao menos basicamente, a história, a física, a matemática, a química, a biologia, a astronomia, e, mais recentemente e com mais ênfase, a filosofia. Diga-se que procurei mais do que as escolas poderiam oferecer. Percebi que são interrelacionadas, como deveriam de ser.
"Por que tudo isso? Pra que dizer isso?" Pois bem, caro leitor, quero apresentá-lo a uma método menos formal de viver.
"Ora, não pega mais mulher que eu e quer me ensinar a viver? hahaha". Narcisismo é pobreza de espírito.
Nossa sociedade nos impele diariamente a nos conformarmos com as situações, quaisquer que sejam. Algumas vezes nos indignamos e nos rebelemos com elas, mas só com aquelas que são de nosso interesse. Comecei a me indagar da necessidade de todos os métodos que usamos para "levar" a vida, e percebi que é ela quem nos leva. Temos somente a ilusão de fazer escolhas, já que o ato final é o último suspiro ante a morte.
Para vivermos em sociedade, criamos facetas de nós mesmos. Um psiquismo fragmentado que não nos permite evoluir como seres humanos. Vivemos a hipocrisia de nos considerarmos evoluídos, civilizados. Nossos pais, mimados da sociedade pós-moderna, nos mimam e dizem que somos especiais, querendo nos proteger dos males do mundo. Mal sabem eles, e nós, que os males do mundo se perpetuam por meio de nós mesmos, e deles.
Nietzsche foi figura importante nesse processo. Seu trabalho é baseado na angústia da existência. "O QUÊ? Eu venho aqui pra procurar soluções pra me sentir melhor e tu me citas angústia!?" Sim! Ele é bastante contraditório, tanto pela distorção que criaram dos seus textos após sua morte. Mas, também, é um dos seres humanos mais brilhantes que já existiram por ter se aprofundado tão firmemente nesse assunto, do qual as pessoas fogem aterrorrizadas.
Como eu disse, vivemos uma sociedade que nos impele a viver um psiquismo fragmentado. Há quem diga que a culpa é do capitalismo, outros do socialismo. (Um fato a ser citado: por mais perverso que seja o capitalismo atual e toda sua ganância, ele fez mais pelos pobres do que o socialismo em toda sua história. Nunca na história da humanidade tantos pobres puderam ter tantas condições de se igualar aos mais ricos. O problema do capitalismo é a abundância de oportunidades, e de consequente lixo resultante.) A culpa também não é dos políticos, ou da religião, mesmo que eles tenham peso. O nosso peso.
Somos nós os culpados pelos males do mundo. Parece clichê de algum velho de cabelos brancos sentado à mesa com um terno de R$1.000,00, bebendo uísque de R$800,00. Não é. Percebi, com desgosto, que o mal do mundo está enraizado na importância que damos a nossa existência. Ora, somos o todo poderoso ser humano, não somos!?
Cada vez que você, caro leitor, entra neste fórum, e em todos os outros, a procurar respostas melhores para sua insignificante existência, você só quer mesmo é satisfazer seu ego de algum modo. Todos os métodos vendidos aqui como soluções inabaláveis são apenas métodos de competição grotescos e oriundos dos nossos antepassados animais. Ah, e os animais? Temos essa ideia de que somos superiores à eles de todas as formas, mas realmente somos? "Eu entro no fórum para conhecer como se comportar como macho alpha, porque é isso que as mulheres procuram." Nosso ego não permite que nos vejamos como "betas", de nenhum modo.
O problema de usar de esteriótipos como esses é perpetuar as ditaduras de pensamento. Mais que isso, não permite que sejamos realmente vivos. Cria-se o estigma de que homens só devem demonstrar um certo padrão de emoções: raiva e ímpeto sexual. Ser vulnerável às outras emoções está fora de cogitação deste homem limitado em si mesmo. "Por que diz isso? Em todo lugar por aqui falam que isso é errado." Aí está mais um ponto de discussão: verdades absolutas.
Verdades não passam de opiniões e estas de pensamentos de pessoas que erram e mentem. Verdades são vendidas como posições inquestionáveis, que sempre devemos buscar, respeitar e valorizar. Esquecemos que a verdade não é um valor, mas uma ferramenta. Essa confusão é o que move pessoas a crerem veementemente em algo e, se preciso, lutarem até a morte para que sua verdade seja dita (ou imposta). Ainda pior é quando pensamos crer em algo nosso, e morremos descobrindo que eram verdades de outras pessoas. Nossas opiniões nos parecem tão seguras, tão lógicas, tão abalizadas, tão auto evidentes! E, ao mesmo tempo, as opiniões opostas sempre nos parecem algo esquisitas, interesseiras, vendidas, desinformadas, apressadas. Afinal, se eu não achasse que minhas opiniões são verdade, elas automaticamente deixariam de ser minhas opiniões. Por que dar tanta importância ao que nos pregam como correto? Pela matemática é possível equalizar tudo e ela mesma justifica sua validade, enquanto conceitos morais necessitam de embasamento filosófico pessoal que se perde e se modifica por interesses no decorrer da história e, bem, os homens não aprendem muito com as lições de história.
Cultiva-se, inclusive, a ideia de que é importante ter uma certa "inteligência" emocional. Como um homem limitado apenas em situações das quais ele deve ser viril pode criar essa inteligência? "Ah, mas se eu me mostrar fraco, nenhuma mulher vai me querer." Ora, que pena! Não! Pena não! Pena também nos remete a ideia de seres superiores que, num vislumbre da realidade diante da sua óh poderosa existência, param um momento para ver as pessoas abaixo e sentir pena delas. Deveríamos mesmo é cultivar a compaixão por nós mesmos, num nível onde todos possam se ver como a matéria orgânica ambulante fugindo da decomposição iminente.
Se nos aprofundarmos em nossas emoções, começamos a perceber o quão medrosos e fracos somos de fato, e o quanto tentamos nos blindar dessa ideia. Quanto mais nos blindamos, mais cegos ficamos diante das possíveis realidades que poderíamos viver. E quanto ao caos mental? Pois bem, é justamente perceber que o universo não é ordenado como gostaríamos que fosse. Nossas mentes também não são. Aprender a conviver com isso sem mentir pra si mesmo é o primeiro passo pra deixar o narcisismo falar conosco em um tom mais calmo.
"Ur dur, eu só quero é pegar mulher mesmo, isso não me ajuda de nada." Ok, vá lá e depois me conte como foi.
Comecei a frequentar o PUABASE há uns 2 anos, procurando por respostas "dignas" depois de andar com a estima baixa e ter levado alguns pés na bunda. Afinal, a gente sempre corre atrás do que é visto como valoroso, honroso, digno... não é mesmo? Como tudo aquilo que muda repentinamente nossa forma de ver o mundo, sentia que um novo leque de opções se estabelecia para mim, e isso era maravilhoso.
Sempre fui de ler e gosto muito disso. Também sempre fui curioso, e considero uma característica que não deveríamos deixar na nostalgia da nossa infância. Não, não falo da curiosidade de ver a vizinha gostosa pelada na piscina, mesmo que eu apreciaria o momento. Aquelas perguntas fundamentais que fizemos quando crianças sempre repercutiram em minha mente, fizeram com que eu procurasse saber algumas das várias teorias por trás da dita existência. Procurei conhecer, ao menos basicamente, a história, a física, a matemática, a química, a biologia, a astronomia, e, mais recentemente e com mais ênfase, a filosofia. Diga-se que procurei mais do que as escolas poderiam oferecer. Percebi que são interrelacionadas, como deveriam de ser.
"Por que tudo isso? Pra que dizer isso?" Pois bem, caro leitor, quero apresentá-lo a uma método menos formal de viver.
"Ora, não pega mais mulher que eu e quer me ensinar a viver? hahaha". Narcisismo é pobreza de espírito.
Nossa sociedade nos impele diariamente a nos conformarmos com as situações, quaisquer que sejam. Algumas vezes nos indignamos e nos rebelemos com elas, mas só com aquelas que são de nosso interesse. Comecei a me indagar da necessidade de todos os métodos que usamos para "levar" a vida, e percebi que é ela quem nos leva. Temos somente a ilusão de fazer escolhas, já que o ato final é o último suspiro ante a morte.
Para vivermos em sociedade, criamos facetas de nós mesmos. Um psiquismo fragmentado que não nos permite evoluir como seres humanos. Vivemos a hipocrisia de nos considerarmos evoluídos, civilizados. Nossos pais, mimados da sociedade pós-moderna, nos mimam e dizem que somos especiais, querendo nos proteger dos males do mundo. Mal sabem eles, e nós, que os males do mundo se perpetuam por meio de nós mesmos, e deles.
Nietzsche foi figura importante nesse processo. Seu trabalho é baseado na angústia da existência. "O QUÊ? Eu venho aqui pra procurar soluções pra me sentir melhor e tu me citas angústia!?" Sim! Ele é bastante contraditório, tanto pela distorção que criaram dos seus textos após sua morte. Mas, também, é um dos seres humanos mais brilhantes que já existiram por ter se aprofundado tão firmemente nesse assunto, do qual as pessoas fogem aterrorrizadas.
Como eu disse, vivemos uma sociedade que nos impele a viver um psiquismo fragmentado. Há quem diga que a culpa é do capitalismo, outros do socialismo. (Um fato a ser citado: por mais perverso que seja o capitalismo atual e toda sua ganância, ele fez mais pelos pobres do que o socialismo em toda sua história. Nunca na história da humanidade tantos pobres puderam ter tantas condições de se igualar aos mais ricos. O problema do capitalismo é a abundância de oportunidades, e de consequente lixo resultante.) A culpa também não é dos políticos, ou da religião, mesmo que eles tenham peso. O nosso peso.
Somos nós os culpados pelos males do mundo. Parece clichê de algum velho de cabelos brancos sentado à mesa com um terno de R$1.000,00, bebendo uísque de R$800,00. Não é. Percebi, com desgosto, que o mal do mundo está enraizado na importância que damos a nossa existência. Ora, somos o todo poderoso ser humano, não somos!?
Cada vez que você, caro leitor, entra neste fórum, e em todos os outros, a procurar respostas melhores para sua insignificante existência, você só quer mesmo é satisfazer seu ego de algum modo. Todos os métodos vendidos aqui como soluções inabaláveis são apenas métodos de competição grotescos e oriundos dos nossos antepassados animais. Ah, e os animais? Temos essa ideia de que somos superiores à eles de todas as formas, mas realmente somos? "Eu entro no fórum para conhecer como se comportar como macho alpha, porque é isso que as mulheres procuram." Nosso ego não permite que nos vejamos como "betas", de nenhum modo.
O problema de usar de esteriótipos como esses é perpetuar as ditaduras de pensamento. Mais que isso, não permite que sejamos realmente vivos. Cria-se o estigma de que homens só devem demonstrar um certo padrão de emoções: raiva e ímpeto sexual. Ser vulnerável às outras emoções está fora de cogitação deste homem limitado em si mesmo. "Por que diz isso? Em todo lugar por aqui falam que isso é errado." Aí está mais um ponto de discussão: verdades absolutas.
Verdades não passam de opiniões e estas de pensamentos de pessoas que erram e mentem. Verdades são vendidas como posições inquestionáveis, que sempre devemos buscar, respeitar e valorizar. Esquecemos que a verdade não é um valor, mas uma ferramenta. Essa confusão é o que move pessoas a crerem veementemente em algo e, se preciso, lutarem até a morte para que sua verdade seja dita (ou imposta). Ainda pior é quando pensamos crer em algo nosso, e morremos descobrindo que eram verdades de outras pessoas. Nossas opiniões nos parecem tão seguras, tão lógicas, tão abalizadas, tão auto evidentes! E, ao mesmo tempo, as opiniões opostas sempre nos parecem algo esquisitas, interesseiras, vendidas, desinformadas, apressadas. Afinal, se eu não achasse que minhas opiniões são verdade, elas automaticamente deixariam de ser minhas opiniões. Por que dar tanta importância ao que nos pregam como correto? Pela matemática é possível equalizar tudo e ela mesma justifica sua validade, enquanto conceitos morais necessitam de embasamento filosófico pessoal que se perde e se modifica por interesses no decorrer da história e, bem, os homens não aprendem muito com as lições de história.
Cultiva-se, inclusive, a ideia de que é importante ter uma certa "inteligência" emocional. Como um homem limitado apenas em situações das quais ele deve ser viril pode criar essa inteligência? "Ah, mas se eu me mostrar fraco, nenhuma mulher vai me querer." Ora, que pena! Não! Pena não! Pena também nos remete a ideia de seres superiores que, num vislumbre da realidade diante da sua óh poderosa existência, param um momento para ver as pessoas abaixo e sentir pena delas. Deveríamos mesmo é cultivar a compaixão por nós mesmos, num nível onde todos possam se ver como a matéria orgânica ambulante fugindo da decomposição iminente.
Se nos aprofundarmos em nossas emoções, começamos a perceber o quão medrosos e fracos somos de fato, e o quanto tentamos nos blindar dessa ideia. Quanto mais nos blindamos, mais cegos ficamos diante das possíveis realidades que poderíamos viver. E quanto ao caos mental? Pois bem, é justamente perceber que o universo não é ordenado como gostaríamos que fosse. Nossas mentes também não são. Aprender a conviver com isso sem mentir pra si mesmo é o primeiro passo pra deixar o narcisismo falar conosco em um tom mais calmo.
"Ur dur, eu só quero é pegar mulher mesmo, isso não me ajuda de nada." Ok, vá lá e depois me conte como foi.